Zaqueu, o publicano
Lucas 19:1-10
Você já deve ter lido algumas vezes o relato sobre o encontro entre Zaqueu e Jesus. Zaqueu era um homem rico, um coletor de impostos para o governo de Roma em Jericó.
Os judeus consideravam os Publicanos como traidores e desprezíveis pelo fato de estarem ajudando Roma a extorquir Israel.
O caráter dos publicanos não era dos mais confiáveis, porque eles geralmente cobravam grandes somas de dinheiro, além do estipulado por Roma em benefício próprio.
O sistema de recolhimento de impostos era sujeito a abusos, Roma franqueava ao publicano uma determinada área, pela qual ele seria responsável para arrecadar impostos, ao publicano era estipulada à quantia anual que deveria ser recolhida, mas os coletores cobravam taxas bem superiores ficando com o excedente.
Alguns coletores aceitavam suborno dos ricos diminuindo a taxa deles e sobrecarregando os pobres para compensar.
O povo se sentia massacrado com tantos impostos.
Os judeus não aceitavam o fato de que um irmão estivesse trabalhando para usurpadores.
Para alimentar a realização de seus sonhos ambiciosos o Império Romano precisava de uma grande soma de dinheiro para a manutenção dos exércitos, a construção de anfiteatros, estradas.
Era altamente dispendioso alimentar as ambições de Roma e para encher seus cofres os romanos cobravam pesados impostos.
Inevitavelmente, Zaqueu sentia a pressão daquela situação.
Convivia com o ódio dos judeus.
Ele tentou ser aceito ganhando posição e dinheiro, mas logo descobriu que continuava a ser rejeitado, porque por ser judeu não era aceito pelos romanos e por estar ajudando a Roma não era amado pelos judeus.
Na ânsia de buscar aceitação de ambos os grupos, terminou encontrando o desprezo total.
Essa rejeição deve Ter provocado feridas profundas nele e em sua família.
No seu interior Zaqueu sofria com o isolamento, ELE DESCOBRIU QUE O DINHEIRO NÃO PODIA COMPRAR O AMOR. FOI NESTE CONTEXTO, QUE ZAQUEU COMEÇOU A OUVIR SOBRE JESUS.
AQUI COMEÇAMOS A PERCEBER OS VALORES DE ZAQUEU
1) ELE RECOBROU A VISÃO DA IMPORTÂNCIA DE DEUS E DE SUA FAMÍLIA(v. 3a)
#Procurava ver quem era Jesus…#.
A nossa vida é resultado da maneira como vemos a Deus.
A maneira como pensamos, como decidimos, como optamos, como escolhemos, como priorizamos, Nossos valores, nossa conduta depende da maneira como vemos a Deus, o que Ele significa para nós e o que significamos para Ele.
2) NÃO SE INIBIU COM SUAS LIMITAÇÕES(v. 3-4)
[3] procurava ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, por ser ele de pequena estatura.
[4] Então, correndo adiante, subiu a um sicômoro a fim de vê-lo, porque por ali havia de passar.
Zaqueu era baixo e não podia ver a multidão.
Porém, ele não desistiu de seu alvo.
Ele queria ver Jesus e procurou os meios através dos quais poderia alcançar seu objetivo.
Muitas pessoas desistem facilmente, basta um obstáculo.
Se você quer alcançar seu objetivo, tem que vencer as limitações tem que encarar as dificuldades sem medo.
Se você quer a bênção de Deus, não desista quando os obstáculos surgirem.
3) OLHOU NA DIREÇÃO CERTA(v. 4b)
#… Ali havia de passar…# Já pensou se ele fosse para a árvore errada.
Há muita gente desejando ver, mas olhando na direção errada.
Para alcançarmos o que necessitamos não é necessário ser Grande; Importante; Muito inteligente.
A ÚNICA COISA NECESSÁRIA É OLHAR NA DIREÇÃO CERTA.
4) ENXERGOU ALÉM DO QUE VIU(v. 8-9)
[8] Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.
[9] Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.
Zaqueu viu que quem estava ali não era um simples profeta, ou um mestre, mas o Messias.
Zaqueu podia haver hospedado Jesus, Ele ter ido embora e tudo haver continuado como antes, MAS VIU ALGO PARA ALÉM DA PRESENÇA DE JESUS, VIU A POSSIBILIDADE DE SALVAÇÃO.
Muitas pessoas não conseguem enxergar mais do que estão vendo.
5) INVESTIU NAQUILO EM QUE CREU(v. 8)
[8] Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.
Zaqueu entendeu que havia algo que cabia a ele fazer. Há muita gente que quer alcançar o que necessita, mas não investe para isso.
Se você tem um objetivo, uma visão, um projeto, HÁ ALGO QUE VOCÊ PRIMEIRAMENTE TEM QUE FAZER: INVESTIR NISSO.
Sendo homem rico e conhecido em Jericó não temeu o ridículo, diante de uma limitação física, ele subiu em uma árvore.
Ao subir na árvore Zaqueu estava confessando diante de todos, que reconhecia que Jesus era mais importante do que o seu dinheiro e a sua posição.
VOCÊ TERIA CORAGEM DE SE EXPOR E SE DESPOJAR DESTA FORMA DIANTE DE TODOS
SABE QUAIS FORAM OS RESULTADOS DESSE ESFORÇO DE ZAQUEU?
1) JESUS O VIU
É isso que chama atenção de Deus. Busca de coração, não só de mente.
Os nossos esforços e a nossa busca não passam desapercebidos aos olhos de Jesus,
Jesus o chamou pelo nome e esta foi uma forma de começar a curá-lo, pois todos o conheciam como o cobrador de impostos, o publicano, mas Jesus não chamou Zaqueu pelo rótulo imposto pela sociedade, Ele o chamou pelo nome, honrando-o diante dos olhos de todos.
Se você precisa de Jesus na sua vida, em sua casa, demonstre isso.
2) JESUS TRANSFORMOU ZAQUEU(v. 8)
Este poder transformador não está no dinheiro, no prestígio, no lucro, na fama. Esse tipo de transformação só acontece quando estamos com Jesus, assentados com Ele, O ouvindo.
3) JESUS SALVOU A CASA DE ZAQUEU(v. 9-10)
[9] Então, Jesus lhe disse: Hoje, houve salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão.
[10] Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.
A salvação não foi só de um homem, foi de toda a família. A salvação chegou para a casa toda. Ele veio salvar o perdido. ALGUMA COISA SE PERDEU EM SUA VIDA, EM SUA CASA?
Fonte: www.estudodabiblia.com.br/Estudos/zaqueu um homem que despertou.htm
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Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Diná, a filha desobediente
No total, Jacó teve doze filhos homens. Mas, ele teve também algumas filhas. A Bíblia apenas menciona uma por nome. Era Diná, filha de Jacó com Léia.
Quando Jacó chegou a Canaã, Diná deveria ter aproximadamente seis anos. Eles ficaram a morar em Sucote durante algum tempo. Aí, Jacó construiu uma casa e também barracas, de modo que, eles devem ter ficado em Sucote durante alguns anos.
Mais tarde, Jacó comprou um terreno na cidade de Siquém e mudou-se para lá com a sua família e com tudo o que era seu. Foi aí, na cidade de Siquém, que Diná se meteu em apuros.
As pessoas de Siquém não eram tementes a Deus. Eles eram cananeus e faziam coisas que desagradavam a Deus. Foi por isso que Abraão enviou o seu servo para ir buscar uma esposa para Isaque a Harã. Também, quando Esaú se casou com duas mulheres cananéias, os seus pais, Isaque e Rebeca ficaram muito tristes porque elas adoravam deuses falsos e faziam aquilo que era mau aos olhos de Deus. Foi também por isso que Rebeca enviou Jacó a Harã, à procura de uma esposa. E, concerteza que Jacó também ensinou os seus filhos e filhas a evitarem associar-se com os cananeus.
Mas, Diná não prestou muita atenção a esses avisos e fez amizade com um grupo de raparigas cananéias. Com frequência ela ia visitá-las à cidade ficava por lá a passear. Ora, Diná era uma rapariga bonita e, por isso, ela despertou o interesse de muitos rapazes de lá. Um desses foi um jovem princípe chamado Siquém, o filho do rei.
Certo dia, quando Diná passeava pela cidade, Siquém tomou-a à força e violou-a. Isso era algo detestável e trouxe-lhe problemas.
Quando Jacó soube do sucedido, foi tirar satisfações. O jovem gostava muito de Diná e estava disposto a remediar o mal por casar-se com ela. De modo que, Jacó concordou. Mas, os seus filhos tinham tramado um plano.
Todos os descendentes de Jacó tinham um sinal, como escolhidos por Deus. Uma semana depois do dia do nascimento de cada menino, ele tinha que ser circuncidado. Ainda hoje é assim em Israel. Era um sinal de que pertencia ao povo de Deus. Por isso, os filhos de Jacó propuseram-lhe que, se Siquém queria se casar com Diná, ele e todos os homens da cidade deviam ser circuncidados.
O rei concordou e assim, ele, os seus filhos, e todos os homens da cidade foram circuncidados. Mas, como é óbvio, a circuncisão é algo doloroso que deixa o homem debilitado durante alguns dias. Simeão e Levi, irmãos direitos de Diná, aproveitaram então essa ocasião. Pegaram nas suas espadas, entraram na cidade e mataram todos os homens que lá existiam, deixando vivas apenas às mulheres e às crianças.
Quando Jacó soube o que os seus filhos tinham feito, ele ficou muito irado. Jacó sabia que a notícia ia espalhar-se na vizinhança e que isso lhe traria problemas. Mas, os seus filhos responderam-lhe: “Por acaso deveríamos deixar que alguém tratasse a nossa irmã como se fosse uma prostituta?”
Mas, o grande problema para Jacó era que eles tinham agido traiçoeiramente. Aliás, esta não foi a única ocasião em que os seus filhos agiram assim.
Certa altura, eles foram até mesmo capazes de vender o seu próprio irmão, apenas porque tinham ciúmes. Depois, eles mentiram ao seu pai, mostraram-lhe uma túnica com sangue e disseram que José devia ter sido comido por algum animal selvagem. Isso deixou Jacó muito triste pois ele amava muito a José, o filho da sua amada Raquel.
Mas, o que aconteceu com José tinha um propósito. José tinha um dom e deveria usá-lo a favor do povo de Deus.
Quanto aos seus irmãos, eles aprenderam a lição pois, enquanto não voltou a ver José, Jacó viveu deprimido durante muitos anos e isso deixava-os muito tristes.
Fonte: http://www.opusculo.com/pt
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Raabe, de prostituta a heroína
Enquanto os Israelitas se ajuntavam ao longo da margem leste do inundado e inchado Jordão, eles eram observados de perto pelo povo de Jericó, a apenas umas poucas centenas de metros da margem oeste do rio. Eles haviam ouvido como o Senhor dividira o Mar Vermelho para permitir aos Israelitas escaparem do exército Egípcio e como Ele os ajudara a derrotar totalmente os 2 Reis Amorreus do Jordão. Nas próprias palavras de Raabe, “O que ouvindo, desfaleceu o nosso coração, e em ninguém mais há ânimo algum, por causa da vossa presença; porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima nos céus e em baixo na terra” (Jos 2.11). Então o povo de Jericó ficou horrorizado quando o Deus de Israel parou o fluxo do caudaloso rio, permitindo que eles cruzassem em terra seca.
Quando Josué enviou 2 espias a Jericó eles encontraram seu caminho até a casa de Raabe e procuraram refúgio lá, o qual ela concedeu em troca de garantia de segurança para ela e sua família. Eles concordaram e disseram que, se marcasse sua casa com uma corda escarlate, ela e qualquer um dentro da casa com ela seriam poupados na batalha que viria (Jos 2.12-21). No dia da batalha a cidade foi capturada e todos dentro dela morreram, exceto Raabe e sua família. Ela havia reunido sua família em sua casa e marcado com a corda escarlate como haviam combinado. Antes de queimar a cidade, Josué fez os 2 espias irem à casa de Raabe e a trazerem com toda a sua família para fora, para habitarem entre os Israelitas (Jos 6.22-25). A propósito, você consegue imaginar isso? Sua casa foi construída no muro da cidade que, é claro, desabou com o brado do exército Israelita. De todo o maciço de pedras que protegia a cidade de Jericó, somente uma porção contendo a casa de Raabe foi deixada de pé. Que testemunha do poder de Deus, que “sabe livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados” (2 Ped 2.9). (Veja também 1 Tes 1.10)
Pela Graça Somos Salvos, Mediante a Fé
O nome Raabe significa orgulho, mas entre o povo de Jericó, todos os que conheciam o Deus de Israel, somente Raabe se humilhou diante dos 2 espias e O confessou como “Deus em cima nos Céus e embaixo na terra”. E, falando dos espias, e quanto a eles? Exceto por relatar que todo o povo de Jericó estava morto de medo, os espias trouxeram a Josué alguma informação que ajudou a desenvolver o plano de batalha? Não, o Senhor já havia determinado o plano de batalha e eles não contribuíram com nada para ele (Jos 6.2-5). Então qual era o seu propósito em Seu plano? Parece que eles eram realmente 2 testemunhas enviadas para ouvir a confissão de Raabe, salvá-la da destruição e dar-lhe um lugar entre o povo de Deus.
Daquele tempo em diante, Raabe habitou com os Israelitas. Ela se casou com um homem da tribo de Judá chamado Salmom e teve um filho a quem chamaram de Boaz. Boaz tomou uma esposa gentia de Moabe chamada Rute e tiveram um filho chamado Obede, que teve um filho chamado Jessé, que teve um filho chamado Davi, que se tornou Rei de Israel (Rute 4.13-22). E 26 gerações mais tarde, dois primos distantes, que eram ambos descendentes do Rei Davi (e portanto de Raabe e Salmom), se casaram e tornaram-se os pais terrenos do nosso Senhor Jesus. E assim, quando você ler a genealogia de Jesus em Mateus, encontrará Raabe listada lá (Mat 1.5).
Não É O Que Você Sabe, Mas Quem Você Conhece Que Importa
Todos em Jericó ouviram a respeito do Deus de Israel e todos exceto Raabe foram destruídos no dia da batalha. A fé de Raabe a salvou. Quando ela creu em seu coração que somente Um que é Deus em cima no Céu e embaixo na terra poderia ter feito as coisas de que ela ouvira falar, Ele fez de tudo para Se revelar a ela, enviando 2 testemunhas para testificar do Seu poder e amor. Imediatamente após confessar a Ele como Deus, ela foi marcada com um sinal que garantia a sua segurança (Ef 1.13-14), chamada dentre os outros de Jericó (Rom 8.29-30), escondida no dia da batalha (Isa 26.20-21 e Apo 3.10) e trazida viva para a família do Redentor (1 Tes 4.16-17). Exatamente como você e eu.
Por Jack Kelley
Fonte: www.olharprofetico.com.br
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Rute, a moabita fiel
Moabita que se casou com Malom depois da morte do pai dele, Elimeleque, e enquanto Malom, a mãe dele, Noemi, e seu irmão, Quiliom, viviam em Moabe. Uma fome fizera a família partir de sua cidade natal, Belém, em Judá. O cunhado de Rute, Quiliom, casara-se com a moabita Orpa. Com o tempo, os dois irmãos morreram, deixando viúvas sem filhos. Ao saber que o favor de Deus novamente se manifestava em Israel, Noemi, acompanhada de suas duas noras, passou a voltar a Judá. Ru 1:1-7; 4:9, 10.
Seu Amor Leal. Ao passo que Orpa por fim voltou para seu povo, por recomendação de Noemi, Rute apegou-se a sua sogra. O profundo amor a Noemi e o desejo sincero de servir a Deus em associação com o Seu povo moveram Rute a deixar os pais e sua terra natal, com pouca perspectiva de obter a segurança que o casamento poderia proporcionar-lhe. (Ru 1:8-17; 2:11) Tal era seu amor pela sogra, que mais tarde outros puderam dizer que ela era melhor para Noemi do que sete filhos. Ru 4:15.
Chegando a Belém no início da colheita da cevada, Rute foi aos campos à procura de alimento para Noemi e para si mesma. Por acaso, ela foi parar no campo que pertencia a Boaz, parente de Elimeleque, e solicitou ao supervisor dos ceifeiros que lhe desse permissão de respigar. Sua diligência em respigar deve ter sido notável, como se evidencia de o supervisor ter comentado seu trabalho com Boaz. Ru 1:222:7.
Quando Boaz lhe demonstrou bondade, Rute reagiu com apreço e reconheceu humildemente ser inferior a qualquer das servas dele. Na hora da refeição, ele lhe deu grãos torrados com tanta fartura que ela teve sobras para dar a Noemi. (Ru 2:8-14, 18) Embora Boaz tivesse providenciado facilitar-lhe a respiga, Rute não parou cedo de trabalhar, mas continuou a respigar até a noitinha, “malhando depois o que tinha respigado, e veio a ser aproximadamente um efa [22 l] de cevada”. Visto que Boaz pediu-lhe que continuasse a respigar em seu campo, Rute fez isto durante o restante da colheita da cevada, bem como na colheita do trigo. Ru 2:15-23.
Solicita que Boaz Aja Como Resgatador. Desejando encontrar um “lugar de descanso”, ou lar, para sua nora, Noemi instruiu Rute a solicitar a Boaz que a resgatasse. Concordemente, Rute desceu à eira de Boaz. Depois de Boaz se deitar, Rute aproximou-se quietamente, descobriu-lhe os pés e deitou-se. À meia-noite, tremendo, ele acordou e inclinou-se para a frente. Não a reconhecendo na escuridão, ele perguntou: “Quem és?” Ela respondeu: “Sou Rute, tua escrava, e tens de estender a tua aba sobre a tua escrava, visto que és [um] resgatador”. Ru 3:1-9.
As ações de Rute, em obediência às instruções de Noemi, devem ter ocorrido segundo o proceder costumeiro seguido pelas mulheres quando reivindicavam seu direito ao casamento de cunhado. No Commentary on the Holy Scriptures (Comentário Sobre as Escrituras Sagradas), de Lange, Paulus Cassel tece a seguinte observação sobre Rute 3:9: “Sem dúvida, este método simbólico de reivindicar o mais delicado de todos os direitos pressupõe maneiras de simplicidade e virtude patriarcais. A confiança da mulher repousa na honra do homem. O método, porém, era tal, que não podia ser executado com facilidade. Pois qualquer conhecimento ou indício prévio disto teria rompido o véu do silêncio e do sigilo da modéstia da reivindicante. Mas, uma vez posto em operação, o pedido apresentado não poderia ser negado sem que houvesse desonra, quer para a mulher, quer para o homem. Assim, podemos estar certos de que Noemi não enviou sua nora nesta missão sem ter plena certeza de que seria um sucesso. Pois é certo que, a todas as demais dificuldades, adicionou-se a seguinte, específica no presente caso: Boaz, como a própria Rute diz, era mesmo um goel [um resgatador], mas não o goel.
A resposta de Boaz, também, sugere a possibilidade de que tal reivindicação não era totalmente inesperada por ele. Não que ele tivesse um acordo com Noemi, e por isso ele estaria sozinho na eira; pois ter ele sido subitamente despertado do sono mostra que a visita daquela noite era completamente inesperada. Mas a idéia de que um dia a reivindicação de Rute aos direitos de parentesco consangüíneo pudesse ser dirigida a ele mesmo talvez não lhe fosse alheia. Porém, mesmo esta conjectura, do que talvez ou provavelmente poderia ocorrer, não poderia ser usada para isentar Rute da necessidade de manifestar sua própria vontade mediante o procedimento simbólico.” Traduzido para o inglês e editado por P. Schaff, 1976, p. 42.
Que Boaz encarou as ações de Rute como inteiramente virtuosas fica evidente em sua reação: “Que Deus te abençoe, minha filha. Expressaste a tua benevolência melhor no último caso do que no primeiro, não indo atrás dos jovens, quer o de condição humilde, quer o rico.” Rute altruistamente escolheu Boaz, um homem bem mais velho, por ser um resgatador, a fim de suscitar um nome para seu falecido marido e para sua sogra. Uma vez que teria sido algo natural uma mulher jovem como Rute preferir um homem mais jovem, Boaz considerou isto como uma expressão ainda melhor da benevolência dela do que a escolha que ela havia feito de apegar-se a sua idosa sogra. Ru 3:10.
A voz de Rute sem dúvida deve ter refletido certa ansiedade, motivando Boaz a tranqüilizá-la: “Agora, minha filha, não tenhas medo. Farei para ti tudo o que disseres, pois todos no portão do meu povo se apercebem de que és uma mulher de bem.” Devido ao adiantado da hora, Boaz disse a Rute que se deitasse. No entanto, ambos se levantaram quando ainda estava escuro, evidentemente para evitarem rumores que refletissem mal sobre qualquer um dos dois. Ademais, Boaz deu a Rute seis medidas de cevada. Isto pode ter significado que, assim como seis dias de trabalho eram seguidos por um dia de descanso, o dia de descanso de Rute estava às portas, pois ele se certificaria de que ela tivesse um “lugar de descanso”. Ru 3:1, 11-15, 17, 18.
Com a chegada de Rute, Noemi, talvez não reconhecendo a mulher que procurava entrar em meio à escuridão, perguntou: “Quem és, minha filha?” Ou, pode ser que esta pergunta dissesse respeito à possível nova identidade de Rute, em relação a seu resgatador. Ru 3:16.
Mais tarde, quando o parente mais próximo se recusou a realizar o casamento de cunhado, Boaz prontamente o fez. Dessa maneira, Rute se tornou a mãe de Obede, filho de Boaz, e ancestral do Rei Davi e também de Jesus Cristo. Ru 4:1-21; Mt 1:5, 16.
Fonte: www.fortalezaredes.com.br/documents/biblia/Mensagem
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Samuel, o profeta
Samuel é o personagem mais importante entre Moisés e Davi. Ele foi o Lutero ou o João Batista de seu tempo.
Toda a sua carreira, desde o nascimento até a morte, nos eleva acima dos baixos níveis típicos desse período. A estéril Ana, com o anseio de uma hebréia por um filho, pede-o a Deus e depois o devolve a Deus. Assim, Samuel foi criado no tabernáculo em Silo. O sumo sacerdote, Eli, também era o “juiz” daqueles dias. Ele foi o primeiro a concentrar as duas ocupações numa só pessoa. O idoso Eli, embora pessoalmente fosse puro, permitiu que os gravíssimos pecados de seus filhos passassem em branco, sem repreensão. Através do menino Samuel, Deus revelou a sentença contra a casa de Eli. Esta ocorreu durante a famosa batalha de Afeque, quando os filisteus mataram os filhos de Eli e capturaram a arca. Eli caiu morto ao receber a notícia. Os anos de trevas que se seguiram foram amenizados com a esperança crescente em Samuel, chamado para ser um profeta de Deus. A grande obra de Samuel pode ser assim resumida:
1) Ele suscitou uma grande reforma nacional, renovando a aliança e trazendo o povo de volta à adoração ao Senhor Deus.
2) Atacado pelos filisteus, ele teve tamanha vitória em Ebenézer que eles jamais investiram novamente contra Israel durante o seu mandato de juiz.
3) Organizou as escolas dos profetas.
4) “Julgou” Israel durante toda a vida.
5) Preparou o caminho para a monarquia e a introduziu, ungindo Saul e, após ser ele rejeitado, Davi. Samuel, portanto, pertence ao período de transição dos juízes para a monarquia. Ele é o último e o maior de todos os juízes e o primeiro da grandiosa linhagem de profetas hebreus posteriores a Moisés.
6) Samuel deve ser um instrutor do povo de Deus, dentro da Palavra de Deus. Ele ensina os preceitos da aliança em Cristo, e anuncia à igreja a maneira correta de proceder. Sua palavra não vem apenas em nível individual, mas também em nível coletivo. Ele mostra os pecados de pessoas, mas também das instituições. O pecado tem uma dimensão social. Ele se incrusta nas instituições sociais que criamos, porque estas instituições refletem nossa natureza. Assim, instituições políticas, religiosas, sociais e denominacionais sofrem os efeitos do pecado. O profeta deve denunciar o pecado individual e estrutural e mostrar o caminho correto, que é o arrependimento, a mudança radical das atitudes. O profeta não aceita o pecado nos indivíduos nem nas estruturas, principalmente nas estruturas a serviço de Deus. Os profetas bíblicos denunciaram os pecados de Síria, Assíria, Egito, Edom, Babilônia, mas também os de Israel e Judá. O profeta contemporâneo precisa fazer a Bíblia brilhar e cortar como uma espada afiada. Ela deve ser mais que o livro do qual se lê um salmo, na hora da reunião de culto, eclesiástica, administrativa, etc… Ela deve reger nossa vida em todas as áreas. Esta relação do profeta com a Palavra de Deus deve nos levar a uma reflexão. Neopentecostais usam muito o termo “a Palavra”. Se prestarem atenção, não se referem à Bíblia, mas a um conjunto que inclui a palavra deles. Palavra alguma de pessoa alguma pode ombrear-se á Palavra de Deus. Se alguém almeja ser profeta, e se a igreja se entender como comunidade profética, precisa saber disto: a Palavra de Deus, a Bíblia, deve ser o norte na vida dos cristãos, e não as tradições humanas, dogmas, ou ditames eclesiásticos.
C.H. Spurgeon, disse: Nos dias de Eli, a palavra do Senhor era preciosa, e não havia visão aberta. Foi ótimo que quando a palavra veio, um indivíduo escolhido tinha o ouvido bom para recebê-la, e o coração obediente para executá-la. Eli não educou seus filhos para serem os servos dispostos e os ouvintes atentos à palavra do Senhor. Nisso lhe faltava à desculpa de ser incapaz, porque treinou a criança Samuel com bom êxito em ser reverentemente atento à vontade divina. Ah, que aqueles que são diligentes com as almas de outros olhassem bem as suas próprias famílias. Mas ai do pobre Eli, como muitos em nossos dias, fez-te guarda dos vinhedos, mas tua própria vinha tu não guardaste. Sempre que olhava a criança graciosa, Samuel, deve ter sentido a dor de coração. Quando se lembrava de seus próprios filhos negligenciados e não punidos, e como se tornaram vis aos olhos de toda Israel, Samuel era o testemunho vivo do que a graça pode operar quando as crianças são educadas no temor do Senhor; e Hofni e Finéias eram tristes exemplos do que a tolerância demasiada dos pais pode causar nos filhos dos melhores dos homens. Oh, meu Deus! Eli, se você tivesse sido tão cuidadoso com seus próprios filhos como com o filho de Ana, não teriam sido homens de Belial comoforam, nem Israel teria detestado as ofertas do Senhor por causa da fornicação que aqueles réprobos sacerdotes cometiam bem na porta do tabernáculo.
I. O Livro de Samuel
O livro de Samuel, dividido pelos gregos e pelos latinos – não pelos hebreus – em dois, recebe o nome do santo profeta, cujas gestas constituem os seus primeiros capítulos, e cuja ação o dominam inteiramente. A matéria tratada divide-se marcadamente em três partes, segundo as três personagens que governam sucessivamente o povo de Israel: Samuel, Saul e Davi.
1a parte. Samuel, o último Juiz:
1) Nascimento de Samuel (1:1-2,10); sua juventude a serviço do templo; reprovação do sacerdote Heli e de seus filhos (2:11-3,21).
2) Primeira guerra filistéia; derrota, captura da arca, morte de Heli e de seus filhos (4). Retorno da arca santa (5-7).
3) Judicatura de Samuel: reforma religiosa, segunda guerra filistéia, vitória; governo de Samuel (7:3-17).
4) Mau governo dos filhos de Samuel. O povo pede um rei (8) Saul é ungido e proclamado rei (9-10). Vitória sobre os amonitas (11). Samuel abdica e despede-se do povo (12).
2a parte. Saul, primeiro rei:
1) Terceira guerra filistéia; desobediência de Saul; audácias de seu filho Jônatas; vitórias. Sumário do reinado de Saul (13-14).
2) Vitória sobre os amalecitas; e outra desobediência de Saul, que é por isso reprovado (15).
3) Samuel unge secretamente rei a Davi, que é chamado à corte de Saul, assaltado por mania furiosa (16).
4) Quarta guerra filistéia. Davi vai ao acampamento e mata o gigante Golias (17:1-54). Amizade de Jônatas com Davi e inveja de Saul para com o mesmo (17:55-18:9).
5) Saul procura matar Davi, o qual foge da corte (18,10-19,17); vai ter com Samuel, renova com Jônatas o pacto de amizade (19:18-21:1).
6) Davi anda errante por vários lugares (21:2-22:5) Saul mata os sacerdotes fautores de Davi (22:6-23). Davi em Ceila (23:1-13); em Zif salva-se de grave perigo (23:14-28) em Engadi poupa a vida a Saul (24) ofendido por Nabal, é aplacado por Abigail, que de pois desposa (25) novamente, poupa a vida a Saul (26) vive entre os filisteus (27).
7) Quinta guerra filistéia. Saul consulta a nigromante de Endor (28). Davi, afastado pelos filisteus (29), vence os amalecitas (30). Saul morre no campo de batalha (31) e Davi pranteia a sua perda (2Sam 1).
3a parte. Davi, fundador da dinastia (2Sam 2-24):
1) Rei de Judá em Hebron (2:1-7); guerra civil entre os dois partidos, progressos de Davi (2:8-3:5) assassínio de Abner (3:6-39) e de Isboset (4).
2) Rei de todos os Israelitas em Jerusalém (5:1-16) vitória sobre os filisteus (5:17-25) transladação da arca para Sião (6) promessa messiânica (7) conquistas no exterior (8) favores ao filho de Jônatas (9).
3) Desordens domésticas. Guerra amonita (10); duplo pecado de Davi (11); arrependimento de Davi (12); incesto de Amnon (13:1-22); vingança de Absalão (13:23-36); seu exílio e repatriação (13:37-14:33).
4) Revolta de Absalão (15:1-12) fuga de Davi (15:13-16:14) e entrada de Absalão em Jerusalém (16:15-17:23); guerra civil (17:24-18:8); morte de Absalão e luto de Davi (18:9-19:8). Davi retorna à capital (19:9-43) a rebelião de Seba é dominado (20:1-22) governo (20:23-26).
5) Diversos episódios. Cessa a fome, dando satisfação aos gabaonitas (21:1-14). Heroísmo de alguns homens contra os filisteus (21:15-22). Cântico triunfal de Davi (22). – Últimas palavras de Davi (23:1-7). Os heróis campeões (23, 8-39). Recenseamento do reino; a peste; ereção de um altar sobre o Sião (24).
Todos esses acontecimentos encheram o período de cerca de um século e meio, aproximadamente os anos 1120-970 a.C., um lapso de história israelita isento de toda interferência quer do Egito, quer da Assíria e da Babilônia.
Ao escrever o livro, o autor sagrado tem por finalidade mostrar-nos as vias providenciais pelas quais foi estabelecida no povo de Deus a monarquia e a dinastia davídica, de cuja cepa devia nascer o Messias, cujas glórias ter-lhe-ia perpetuado. Em Samuel apresenta-nos o modelo do ministro fiel de Deus, em Davi o tipo de magnanimidade aliada a uma sincera piedade.
II. Canonicidade:
Os nomes desses dois livros poderiam estar ligados à tradição judaica segundo a qual foram redigidos por Samuel, Natã e Gad, como já 1 Cr 29.29 manifestamente o supõe. No Cânon, os dois livros constituíam, originalmente, uma unidade que só se desfez nos manuscritos e nas impressões hebraicas executadas a partir de 1448. A versão da LXX (Septuaginta) reuniu os livros de Samuel e Reis num só livro chamado Reinos e o subdividiu em quatro livros numerados seguidamente, dos quais os dois primeiros correspondem a 1 e 2 Sm e os últimos, a 1 e 2 Reis. 1 e 2 Sm são fruto da unificação de várias tradições.
Os livros, como os temos, já são um processo elaborado, ou seja, alguém juntou as tradições e deu forma redacional para que, lido, pudesse apresentar uma certa coerência de conteúdo. Seu conteúdo engloba as tradições de Samuel, Saul e Davi. Todo o contexto dos livros está voltado para as batalhas, primeiro de Samuel, depois de Saul e Davi, contra os filisteus e as dificuldades inerentes a isso. Nesses livros vamos encontrar a gênese da função do profeta em Israel, exemplificada nas figuras de Samuel, Natã, Gad e outros não identificados, mas que exerceram seu ministério.
III. A MONARQUIA EM ISRAEL
A Monarquia israelita abrangeu quatro séculos. Os três primeiros reis exerceram seu governo sob uma nação unida. Essa monarquia unida durou pouca coisa mais do que um século, iniciando-se por volta de 1020 a.C. Sua origem está centrada no fato de que os filisteus estavam se tornando uma ameaça militar muito forte, fazendo com que os israelitas desejassem ter as mesmas condições para enfrentá-los. Para atingir esse fim, Israel precisa deixar de ser tribal. Antes da Monarquia, não havia Estado. As decisões eram isoladas, ocorrendo nas tribos, clãs, cidades-estado e outras subdivisões que mostram bem a diversidade de relações do Israel pré-monárquico. As tribos se uniam, na eventualidade de acordos ou ataques inimigos. Os estudiosos falam de uma Confederação de Tribos (Anfictionia), que se reunia para deliberar atividades conjuntas, possuindo uma liderança flutuante. Outros trabalham a hipótese de não haver tal confederação, mas uma união de duas ou mais tribos ou cidades-estado, para fazer frente a algum perigo comum. O certo é que não havia estado constituído. As funções de natureza religiosa e ritual eram executadas, via regra, pelos pais de família ou chefes de clãs, em santuários locais.
1. O Período de Saul 1 Sm 10-31
É provável que Saul tenha governado por volta de doze ou vinte dois anos. Sua escolha se reveste de controvérsia, pois existem textos que dizem ter sido ele ungido por Samuel e, de outro lado, que foi resultado do desejo de Israel de ter um rei, insurgindo-se contra a realeza de Javé. Também sua rejeição é narrada duas vezes. Acredita-se que Saul não tenha sido um rei, na verdadeira acepção do termo, por, entre outras coisas, não possuir uma sede para seu governo; não conseguir montar um exército regular; não ter exercido funções administrativas nem construído nada. Sua passagem por Israel é puramente militar e seu reinado é marcado por um estado constante de guerra! Podemos dizer que seu “reinado” não passaria de uma “pré-monarquia”. Nos textos mais antigos, Saul não é chamado de rei, malkah, mas de noged príncipe ou comandante. Exerceu sua liderança por todo o tempo da beligerância com os filisteus, o que equivale a toda a sua vida. Morreu guerreando, sem condições para outorgar sua liderança ao descendente. Existem algumas particularidades quanto ao reinado de Saul. Não se pode deixar de mencionar sua capacidade militar, bem como sua dificuldade de manter-se fiel aos princípios estabelecidos por Samuel. Percebe-se uma constante tensão entre as instituições da monarquia, do sacerdócio e do profetismo. O capítulo 28 nos testemunha a sua incapacidade de aceitar que seu tempo havia terminado. Seu relacionamento com Davi também é tumultuado, havendo momentos de grande tensão entre eles. Os relatos nos falam de situações difíceis, de origem espiritual e da presença de Davi, como que para aliviá-lo de seu sofrimento. Um final melancólico para um herói de guerra! Seu mérito? Preparar as tribos para a liderança de Davi e a instalação do Estado de Israel.
2. Davi: A Instituição do Estado. (2 Sm).
A Monarquia começa, efetivamente, com Davi. O estabelecimento do Estado, com todas as suas características terão seu auge no período de Salomão, mas Davi é o rei por excelência. Ele é chamado de “malkah”! Sua subida ao trono não se deu pacificamente. Os textos nos informam que houve luta entre os adeptos de Saul e de Davi, para se saber quem seria o seu sucessor. Davi, depois de ter sido aclamado rei sobre todo o Israel, assume para si a guerra com os filisteus e os derrota. A partir daí, começa uma nova fase para Israel. O reinado de Davi institui, de uma vez por todas, o Estado. Conquistando Jerusalém, uma cidade que não pertencia a nenhuma tribo, inaugura um governo independente e de estrutura. A capital necessita de funcionários que desempenhem os papéis vários de um Estado. Há um esforço que se coroa de êxito na centralização da fé em Javé, na cidade de Jerusalém, quando do transporte da Arca da Aliança. As guerras não se resumem aos filisteus somente. Também os amonitas, moabitas e edomitas são alvo da espada de Davi, estabelecendo a hegemonia de Israel até o rio Eufrates. É importante ressaltar que tais êxitos políticos militares se dão, por falta da presença das grandes potências, que neste período estão enfraquecidas e, portanto, possibilitam o surgimento e fortalecimento de reinos menores. Como as necessidades do Estado davídico eram relativamente baixas, os tributos também o foram, pois suas construções se afiguram modestas. No entanto, a provisão de fundos e material para as edificações posteriores, foram abundantes. O narrador (Obra Historiográfica do Deuteronomista), no entanto, não deixa de mencionar as desventuras de Davi, tais como o adultério com Bete-Seba e o conseqüente assassínio de Urias, seu marido; as dificuldades com Absalão e a guerra sucessória; e as insubordinações de Joabe, seu general e cúmplice. Por fim, legaram ao seu filho Salomão um Estado com francas possibilidades de expansão, o que será plenamente realizado.
Conclusão:
1. Primeiro Livro de Samuel: A função da autoridade: O primeiro livro de Samuel narra acontecimentos que se situam entre 1040 e 1010 a.C. Temos aí uma análise crítica do aparecimento da realeza em Israel, análise que pode nos ajudar a avaliar nossos sistemas e homens políticos, bem como qualquer outra autoridade.Há duas versões do surgimento da autoridade política central em Israel: a primeira é contrária e hostil à monarquia (1Sm 8;10, 17-27), representando a visão mais democrática das tribos do Norte, que viviam em terras produtivas. A Segunda versão é favorável à monarquia (1Sm 9, 1-10, 16; 11) e representa a visão da tribo de Judá, que vivia em terras menos produtivas. Unindo as duas versões, vemos que a autoridade é, ao mesmo tempo, um mal necessário (ela pode se absolutizar, explorar e oprimir o povo) e um Dom de Deus (uma instituição mediadora, que deve representar, isto é, tornar presente o próprio Deus, único rei que salva e governa o seu povo).
1 Sm oferece, portanto, uma teologia crítica da autoridade política. Mostra que Deus é o único rei sobre o seu povo. Para ser legítimo, o rei humano (e seus esquivalentes) devem ser representantes de Deus, isto é, servir a Deus através do serviço ao povo. E isso compreende duas coisas: primeiro, reunir e liderar o povo, ajudando-o a proteger-se e a libertar-se dos seus inimigos (1Sm 9,16); segundo, organizar o povo e promover a vida social conforme a justiça e o direito (Sl 72; Dt 17, 14-20; Pr 16,12). Conforme 1Sm, portanto, qualquer autoridade que não obedece a Deus e não serve ao povo é ilegítima e má, pois ocupa o lugar de Deus para explorar e oprimir o povo.
2. Segundo livro de Samuel: A autoridade ideal: O segundo livro de Samuel continua a narração de 1Sm, abarcando o período que vai de 1010 a 971 a.C. O livro está centrado na figura de Davi, cuja história começa já em 1Sm 16, e nas lutas dos pretendentes para suceder-lhe no trono de Jerusalém. Podemos dizer que 2Sm continua a avaliação do sentido e da função da autoridade política. Davi é apresentado como rei ideal, que obedece a Deus e serve o povo. Graças à sua habilidade política, ele consegue aos poucos captar a simpatia das tribos, sendo primeiro aclamado rei de Judá, sua tribo, e depois rei também das tribos do Norte. Após ter conseguido reunir todo o povo, Davi conquista Jerusalém e a torna ao mesmo tempo o centro do poder político e da religião de Israel. O ponto mais alto da sua história é a profecia de Natã (2Sm 7), onde o profeta anuncia que o trono de Jerusalém sempre será ocupado por um Messias (= rei ungido) da família de Davi. É a criação da ideologia messiânica: o povo será sempre governado por um Messias, descendente de Davi. Logo depois começa a competição pelo poder e pela sucessão e, finalmente, o trono é ocupado por Salomão, filho mais novo de Davi (2Sm 9 – 1Rs 2).
Davi passou para a história como o modelo de autoridade política justa. Por isso, mesmo com o fim da realeza, os judeus permaneceram confiantes no ideal messiânico e ficaram à espera do Messias que iria reunir o povo, defendê-lo dos inimigos e organizá-lo numa sociedade justa e fraterna. Dizendo que Jesus é o Messias esperado (daí o nome grego Cristo = Messias). Ele veio para reunir todos os homens e levá-los à vida plena, na justiça e fraternidade do reino de Deus.
Síntese: 1 e 2 Samuel: O conteúdo dos dois livros pode ser dividido em três partes, tendo como base as pessoas que sucessivamente governaram Israel: o profeta Samuel, e os reis Saul e Davi. Falam dos últimos anos da época dos juízes (1Sm 1–7), das origens da monarquia com Saul e sua rejeição (1Sm 8-15), a escolha de Davi para o trono (1Sm 16- 2Sm 7) e da história da sucessão de Davi (2Sm 9-20). Podemos notar a influência deuteronomista em 1Sm 12,6-16, onde a garantia do êxito estará na obediência a Deus e na observância de seus mandamentos.
O livro de Deuteronômio desempenha um papel especifico no Livro de Samuel: Israel um dia terá Rei (Dt 17:14-20); Um dia a nação de Israel teria descanso dos inimigos (12:12); Um dia Israel teria de colher as benções ou maldições do Pacto de Deus (Dt 28); Deus exige obediência de todos e adoração exclusiva a Ele (1 Sm 7:3-4).
O doutor Owen D. Olbricht, comentando sobre a Aliança de Deus com Davi, diz:Deus fez uma aliança com Davi que continhauma promessa a ser cumprida por Jesus. Pertodo final de sua vida, Davi afirmou que Deus fezessa aliança com ele (2 Samuel 23:5). Isso tambémé mencionado em 2 Crônicas 21:7, num relato doperíodo de declínio da história da nação de Judá.Davi registrou as declarações de Deus concernentesà aliança em Salmo 89:Fiz aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo.Para sempre estabelecerei a tua posteridadee firmarei o teu trono de geração em geração (vv. 3, 4).Conservar-lhe-ei para sempre a minha graçae, firme com ele, a minha aliança.Farei durar para sempre a sua descendência;e, o seu trono, como os dias do céu (vv. 28, 29).Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios proferiram.Uma vez jurei por minha santidade(e serei eu falso a Davi?):A sua posteridade durará para sempre,e o seu trono, como o sol perante mim (vv. 34.36).Natã declarou a Davi a natureza duradourado seu reino (2 Samuel 17:13, 16). Miquéiasprofetizou que o que haveria de reinar viria deBelém (Miquéias 5:2). Daniel teve uma visão doFilho do Homem subindo até o Ancião de Dias erecebendo DELE um domínio eterno (Daniel 7:13,14). Isaías, também, falou daquele que se sentariano trono de Davi (Isaías 9:6, 7).Essas profecias foram cumpridas em Jesus,um descendente de Davi que era da tribo deJudá. Ao abençoar seus filhos, Jacó profetizouque o cetro não se arredaria de Judá (Gênesis49:10). Outras profecias relativas a Davi indicavamque da sua descendência viria um rei quereinaria sobre o povo de Deus , assim como Davireinara sobre eles.O anjo Gabriel associou essas profecias aJesus na anunciação a Maria: Este será grande eserá chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor,lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará parasempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado nãoterá fim. (Lucas 1:32, 33).Tudo isso se cumpriu quando Jesus ascendeuà destra do Pai e todas as coisas foram colocadasdebaixo dos Seus pés. A partir de então, Jesuspassou a ter toda autoridade nos céus e na terra(Mateus 28:18). Aqueles cujos pecados foramesquecidos foram libertos do domínio das trevase de Satanás para entrar no reino de Jesus (Atos2:38; 26:18; Colossenses 1:13).Jesus é o Messias, o Cristo (João 1:41; Ato 2:36). Porque Ele reina agora, temos de obedecera Ele, ou seremos exterminados do meio do Seupovo (Atos 3:23).As alianças que Deus fez com Davi cumpriram-se em Jesus. Em conformidade com essa aliança,Deus trouxe O que haveria de reinar, Jesus, parasentar-Se no trono de Davi e governar sobre opovo de Deus. Ao enviar Jesus, Deus cumpriu Sua aliança com Davi.
Nota Homilética Shedd:
Nasceu em 1103 a. C, quando Eli tinha em torno de 58 anos. Entre 4 a 6 anos de idade foi levado ao templo por seus pais para ser consagrado ao serviço sacerdotal. Em 2.8 tem em torno de 7 a 9 anos; em 3.1 , segundo Flavio Josefo, tem 12 anos. Aos 21 anos já é reconhecido em todo Israel com profeta de Deus (3.20). Exerce o co-juizado com Eli por 10 anos, até a morte do sacerdote em 1063 a.C. por 20 anos é a única autoridade em Israel, sendo, sacerdote, juiz e profeta. Em 1046 com 57 anos de idade, tentou constituir seus filhos como juizes, mas foi frustrado devido ao mau testemunho dos mesmos (8.1). Ungiu Saul com 30 anos de idade (1044 a. C): Endossou o mesmo para ser rei sobre todo Israel em 1043 a.C, quando Saul estava com 31 anos. Samuel exerce o poder ao lado de Saul por 18 anos. Em 1025 a.C, Saul é rejeitado e em 1023 a.C, Davi com aproximadamente 16 a 18 anos é ungido rei de Israel. Samuel morreu aos 89 anos de idade (1014+). Samuel criou duas instituições a Monarquia e a Escola de Profetas.
Bibliografia:
Apostila: Profetas Anteriores “Nevi’im Rishonim”: pastor George Emanuel.
Os Livros Históricos: Ivo Storniolo – Euclides Martins Balancin
Samuel e o Deuteronomista: Um estudo literário da história do Deuteronomista: I Samuel
Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
O Profeta Samuel: Vida e Obra publicado 1/08/2009 por george ferreira em http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Lição 7: Como aumentar rapidamente o seu ministério
Crescimento é um princípio bíblico. Jesus usou parábolas do trigo e outras plantas para falar sobre a importância de expandir a nossa influência como cristãos. Seu envolvimento na Iniciação ao Evangelismo e o fato de ter chegado até esta lição é um testemunho de sua disciplina pessoal e desejo de compartilhar a sua fé. Agora, é hora de multiplicar o seu impacto levando outros cristão a estarem envolvidos.
Escrituras de Abertura
“‘Vou pescar’ disse-lhes Simão Pedro. E eles disseram: ‘Nós vamos com você’ Eles foram e entraram no barco, mas naquela noite não pegaram nada.Ao amanhecer, Jesus estava na praia, mas os discípulos não o reconheceram. Ele lhes perguntou: ‘Filhos, vocês têm algo para comer?’ ‘Não,’responderam eles. Ele disse: ‘Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão’ Eles a lançaram, e não conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes.”
João 21:3-6
Lição 7: Multiplicando os seus esforços
Jesus começou com um grupo pequeno de discípulos e os treinou para o ministério. Depois, os enviou em grupos de dois para que pudessem aplicar o que eles tinham aprendido. Mais tarde, os apóstolos combinaram os seus esforços, ao levarem a mensagem do Salvador ressuscitado a todas regiões da redondeza. A Bíblia nos diz que Paulo e seus companheiros viajaram em pares e ensinaram outros cristãos não somente a viverem da maneira que agrada à Deus, mas para compartilharem a sua fé com entusiasmo em todas as áreas da vida.
Se você fielmente colocar um evangelho em seu bolso e dá-lo diariamente, você será capaz de compartilhar a Palavra com 365 pessoas por ano. Isso é impressionante. Mas, considere que tipo de impacto poderá obter se registrar cinco amigos para compartilhar como você. O seu impacto seria expandido para mais de 2000 evangelhos compartilhado ao mesmo tempo! E se seus amigos também registrarem outros amigos, o impacto total que você iniciou seria explosivo.
Além de alcançar mais pessoas com o evangelho, há outros benefícios ao recrutar seus amigos como membros.
Para começar, vocês poderão encorajar uns aos outros. Como você já descobriu se publicou ou leu as histórias nesse curso de Iniciação ao Evangelismo, existe um grande poder em descrever os casos de compartilhamento.
Quando você compartilha com alguém e eles expressam interesse ou fazem uma decisão para Cristo, seus amigos poderão unir-se a você em oração por essa pessoa (sugerimos que publique eses pedidos de oração no website para que outros membros possam orar também).
Os amigos envolvidos como membros podem prover um evangelho quando os seus terminam. Temos visto várias histórias que quando um membro já tinha dados os seus evangelhos, e teve uma nova oportunidade de compartilhar, um amigo supriu com o evangelho que precisava.
E-mais, envolver os seus amigos criará um sentimento de responsabilidade que é sempre útil. Rik M. da California perguntou a seus amigos: “vocês estão munidos?” para verificar se eles estão fielmente colocando evangelhos em seus bolsos ou bolsas todos dias.
Como recrutar os seus amigos
Existem muitas maneiras de envolver os seus amigos, mas lembre-se que isso requererá vários estímulos antes que eles se inscrevam. Como tudo que é novo, as pessoas têm que se acostumarem com a idéia e a “comprarem” em suas mentes antes que dêem esse passo. Portanto, não lhes diga tudo de uma só vez; diga-lhes em cada chance que tiver!
Temos um convite on-line que poderá usar para apresentar um amigo ou estimulá-los depois que conversar sobre a Liga. Simplesmente preencha o formulário em nosso website e eles receberão um e-mail convidando-os para inscreverem-se na Liga com o seu comentário incluído. Isso é exclusivamente para membros, portanto, deverá estar logged in para fazer o convite. Se eles clicarem no link do e-mail para juntar-se a Liga, sua identificação de membro será automaticamente adicionada ao campo “referência” para que estejam conectados a sua conta.
Também enviamos adesivos de identificação com cada encomenda do evangelho. Antes de dar os seus evangelhos, coloque os adesivos na última página no retângulo marcado “Coloque o Adesivo de Membro Aqui.” Quando cristãos juntam-se a Liga, eles podem digitar este número como “referência” na página de cadastramento. Quando o fizerem, estarão conectados a sua conta.
Quando novos membros juntam-se a Liga usando o sua identificação como código de referência, você receberá uma mensagem de e-mail para que saiba do envolvimento deles imediatamente. Isso permitirá que os encoraje e ajude-os no processo de crescimento deles.
Usando nosso Relatório de Atividade de Membro
Nossa website oferece uma ferramenta incrível que facilita a visualização do impacto de seu ministério. Chamamos de Relatório de Atividade de Membro. O relatório lista as pessoas que inscreveram-se por sua causa e também aqueles que inscreveram-se através de seus próprios esforços de recrutamento. Você também verá quantos evangelhos foram encomendados, assim como as histórias e pedidos de oração que eles colocaram. Por razões de privacidade, somente o primeiro nome, a última inicial e cidade são mostrados mas se eles são seus amigos você os reconhecerá facilmente com essa informação.
Visualize o seu relatório de impacto a qualquer momento. Somente os membros têm acesso a essa página, portanto, você precisará log in na website para vê-lo. Por favor, note que uma dificuldade técnica está fazendo com que alguns relatórios apareçam incorretamente sem nenhuma atividade. Os técnicos estão trabalhando para resolver este problema.
A sua tarefa da lição
Sua tarefa é conseguir um amigo cristão juntar-se a Liga do Testamento de Bolso.
Tenha certeza de colocar a sua identificação de membro como código de “referência” na página de cadastramento para que as contas sejam conectadas. Isso significa você verá o seu amigo listado no seu relatório de Atividade de Membro, assim como quaisquer outros amigos que inscrevam-se futuramente.
História de Membro
“Wendy era como muitas pessoas de hoje em dia, não queria muita informação mas queria ouvir um convite. (Por isso que é importante que sempre use a Apresentação do Evangelho da página da frente, assim terá certeza que não esquecerá do convite). Portanto, Wendy estava esperando para ouvir. Ela me permitiu compartilhar um resumo das Boas Novas (como a encontrada nas primeiras páginas do evangelho) e depois perguntei se ela queria dizer Sim ao convite. Ela aceitou. Ela aceitou Cristo em sua vida e eu pude encorajá-la a continuar a ler o evangelho. Obrigado, LTB por ter esses evangelhos disponíveis.” –Brian F., Edmonton AB Canadá
Oração Final
“Prezado Senhor, louvo o Teu santo nome e oro para que o Teu Reino venha à terra como é no céu. Dá-me uma visão de quão rápido o Teu Reino pode crescer ao multiplicarmos o compartilhamento da Tua verdade e amor. Por favor, mostre-me quem Tu gostarias que eu convidasse para servi-Lo Ler, Levar e Compartilhar a Tua Palavra através da Liga do Testamento de Bolso. Por favor, também prepare os seus ouvidos para ouvir a Tua voz e seja obediente a Tua Palavra.”
Escrito por: Escritores não cadastrados
Maria, mãe de Jesus
INTRODUÇÃO
Quero falar de uma mulher que merece estar no pedestal. É claro que se ela estivesse viva ela diria: “longe de mim tal merecimento”. Mas para falar de Maria, mãe de Jesus, eu digo como Paulo: “Dai a cada um o que lhe é devido:…. a quem honra, honra”(Rm 13:7).
Maria é uma mulher digna de ser imitada não só pelas mulheres, mas por todos os cristãos de todos os tempos: por sua humildade, coragem, abnegação, fervor e fidelidade a Deus. Ela foi uma mulher que esteve pronta a correr todos os riscos para realizar a vontade de Deus. Vejamos a seguir algumas características importantes dessa mulher maravilhosa.
1. Maria uma mulher escolhida por Deus para ser a mãe do Senhor Jesus. Ser a mãe do Messias era o desejo de qualquer mulher israelita. O povo esperava um Messias da linhagem de Davi, porém um Messias ditatorial, guerreiro, libertador, déspota, invencível, mas nunca jamais imaginaram vir o Messias de alguma cidade da Galiléia, a Galiléia dos Gentios (Mt 4:15), principalmente de uma família pobre de Nazaré. O povo de Jerusalém desdenhava os judeus da Galiléia e dizia que eles não eram puros em virtude do seu contato com os gentios. Eles especialmente desprezavam os habitantes de Nazaré (João 1:45,46), mas Deus, em sua graça, escolheu uma jovem pobre, da pequena cidade de Nazaré, na pobre região da Galiléia, para ser a mãe do Messias prometido. Essa escolha teve sua origem na graça de Deus e não em qualquer mérito dela. Deus não chama as pessoas porque são especiais, mas elas se tornam especiais porque Deus as chama.
Quando o anjo aparece a Maria, pela primeira vez, quando da escolha para ser a mãe do Salvador ele diz; “…Salve, agraciada; o Senhor é contigo”(Lc 1:28). Agraciada significa favorecida, não merecedora, pois graça significa favor não merecido. Observe, também, que a mensagem do anjo estava na criança, e não em Maria. O Filho seria grande, não ela(Lc 1:31-33). O nome da criança resumia o propósito do seu nascimento. Ele seria o Salvador do mundo(Lc 1:31; Mt 1:21). O anjo revela a Maria que a concepção seria um milagre. Disse-lhe o anjo: “Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”(Lc 1:35).
O Deus Filho tornou-se humano por meio de uma concepção milagrosa, operada pelo Espírito Santo no ventre de Maria. O Deus infinito, o Criador do universo, tornou-se um pequeno embrião humano no ventre de Maria. Dentre muitas jovens ricas daquela época e de famílias que moravam em Jerusalém, escolheu uma humilde e simples jovem da mais humilde e desprezível cidade dos termos de Israel. Considero isso um privilégio! “…porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração”(1 Sm 16:7).
2. Maria, uma mulher disponível para Deus – “Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1:38). O anjo chamou Maria de “favorecida”, porém, ela preferiu um termo bem mais humilde: serva. Não serva de Gabriel, de José ou de homem algum, mas do próprio Senhor. Essa atitude de Maria resume toda a sua filosofia de vida. Maria se coloca nas mãos de Deus para a realização dos propósitos de Deus. Ela é serva. Ela está pronta. Ela se entrega por completo, sem reservas ao Senhor. Ela está pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma, seus sonhos ao Senhor. Ela está disponível para Deus. Ela está pronta a sofrer riscos, a desistir dos seus anseios em favor dos propósitos de Deus. Ela está pronta a ser uma sócia de Deus, não uma igual com Deus, mas uma serva. Ela diz: “cumpra-se em mim conforme a tua palavra”. Estes termos mostram que ela estava disponível para Deus. De todos os úteros da terra, o seu útero foi escolhido para ser o ninho que ternamente acalentaria o Filho de Deus feito homem. A serva de Deus, Maria, se apresenta, bate continência ao Senhor dos Exércitos e se coloca às suas ordens.
3. Maria, uma mulher disposta a correr riscos para fazer a vontade de Deus – “… cumpra-se em mim segundo a tua palavra”(Lc 1:38). Para fazer a vontade de Deus há um preço a cumprir. Sempre foi assim ao longo da história da igreja àqueles que ergueram a bandeira de obediência ao Senhor Deus. Maria arriscou tremendo reveses em sua vida quando se propôs em fazer a vontade do Senhor: ser a Mãe do Salvador do mundo, o Messias.
a) Risco de censuras do povo. Ao aparecer grávida na cidade de Nazaré Maria estava exposta às mais aviltantes censuras, haja vista que o anjo apareceu somente a ela, e não ao povo de um modo geral. Imagine explicar uma gravidez, não explicável, para sua família!. Maria passou um tempo da sua vida sob uma nuvem de suspeita por parte da família e dos vizinhos.
b) Risco de ser abandonada pelo seu noivo, José, por não acreditar em sua gravidez milagrosa. Já que assumiu o compromisso de obedecer a Deus, como enfrentar o homem que amava e lhe dizer que estava grávida e que ele não seria o pai? Certamente, não foi fácil! Mas ela estava disposta a sofrer o desprezo e a solidão. Na verdade, José não acreditou em Maria, pois resolveu abandoná-la(Mt 1:19). Mas o anjo apareceu para ele e lhe contou a verdade e ele creu na mensagem do anjo e nas palavras de Maria(Mt 1:20). A Bíblia não registra nenhuma palavra direta de José. Ele simplesmente obedeceu.
c) Risco de ser apedrejada em público. O risco de Maria ser apedrejada era enorme, pois esse era o castigo para uma mulher adúltera. Como ela já estava comprometida com José(Mt 1:19), ele poderia, com base nos ditames da Lei Mosaica, mandar apedrejá-la. A Lei era enfática: “Se houver moça virgem desposada e um homem a achar na cidade, e se deitar com ela, trareis ambos à porta daquela cidade, e os apedrejareis até que morram: a moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do seu próximo. Assim exterminarás o mal do meio de ti”( Dt 22:23,24).
Percebe-se que Maria dispôs-se a pagar um alto preço por sua obediência ao projeto de Deus. Maria era uma jovem pobre, agora grávida, com o risco de ser abandonada pelo noivo e apedrejada pelo povo. Mas ela não abre mão de ir até o fim, de lutar até a morte, de sofrer todas as estigmatizações possíveis para cumprir o projeto de Deus.
4. Maria, uma mulher feliz porque creu em Deus – “Bem-aventurada aquela que creu que se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas”(Lc. 1:45). Bem-aventurada quer dizer muito feliz. Maria não foi considerada feliz porque foi pedida em casamento por um milionário da região, nem por ser considerada a moça mais bonita de Nazaré, nem por ser a mais simpática da região, não. Isabel chama-a de muito feliz porque ela creu em Deus. Maria mesmo reconheceu que por ser a mãe do Salvador, ela seria considerada uma mulher muito feliz por todas as gerações(Lc 1:48).
5. Maria, uma mulher disposta a andar com Deus, mesmo diante das crises que a rodeavam. Maria, uma serva de Deus que merece ser imitada e respeitada. Nada poderia abalar sua fé, nem mesmo as piores crises. Tudo suportou por amor a Deus.
a) A crise do desabrigo. Após andar 130 quilômetros a pé ou de jumento, de Nazaré até Belém, ela dar à luz uma linda criança, o seu primogênito, o Filho do Altíssimo, o Verbo que se fez carne. Bem, o Filho do Altíssimo deve ter nascido em berço de ouro, por ser também da linhagem do rei Davi! Não, todos sabemos que ele nasceu numa humilde manjedoura, rodeados de animais, e num local não muito cheiroso. Se ela duvidou de Deus? Não, claro que não! Maria, além de uma mulher exemplar, ela era uma serva do Senhor, plenamente submissa a Ele. Ela não duvidou de Deus, não lamentou, não murmurou, nem se exaltou. Não reivindicou seus direitos, nem exigiu tratamento especial. Ela dá à luz ao seu filho sem um lugar propício, sem um médico ou parteira. Ela está sozinha com o seu marido, sem luzes, sem holofotes, sem cuidados, sem proteção humana.
b) A crise do desterro. Por força de um intento maligno do rei Herodes em matar o seu filho, Maria foge para o Egito. A crise agora foi ainda mais cruenta: era a crise de se sentir sem lugar certo para morar. Maria está enfrentando a crise de sentir-se desterrada, perseguida, ameaçada. Vão para um lugar onde serão ninguém, onde todos os vínculos importantes estarão ausentes. Ela é humilde o bastante para fugir. Corajosa o suficiente para enfrentar os perigos do deserto. Ela caminha sintonizada pelas mãos da Providencia Divina. Ser mãe do Messias em vez de trazer-lhe status, glória e honra traz-lhe solidão, perseguição, desterro. Ela obedece à voz do anjo que imperativamente disse: “…permanece lá até que eu te avise…”(Mt 2:13).
c) A crise da discriminação social. Após o retorno do Egito, Maria foi morar em Nazaré da Galiléia, juntamente com José e Jesus. Nazaré era considerada como subúrbio do fim do mundo. Era um dos maiores covis de ladrões e prostitutas da época. O comentário geral era que de Nazaré não saía nada de bom (João 1:46). Era uma região sem vez, sem voz, sem representatividade. Era um lugar de péssima reputação. Mas é lá nesse caldeirão de terríveis iniquidades, nessa região da sombra da morte, que o Filho de Deus vai crescer para ser o Salvador do Mundo. É como se Deus estivesse armando a sua barraca nas malocas mais perigosas da vida. O Filho de Deus, o Rei dos reis, deveria ser chamado não de cidadão da gloriosa Jerusalém, mas de Nazareno, termo pejorativo, sem prestigio.
6. Maria, a mãe privilegiada – recebeu nos braços o Filho de Deus – o seu próprio Salvador e Senhor. Imagine ser mãe de um ser que foi preexistente a tudo e a todos. A Bíblia notifica e reivindica esse fato. Jesus é preexistente a todas as coisas – “Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas”(Cl 1:17). Maria se torna mãe do seu Salvador e Senhor, isto é um fato, que pode ser visto com clareza, à luz das Escrituras:
a) O anjo disse a Maria que o seu filho seria o Filho do Altíssimo (Lc 1:32). Jesus, como Filho de Deus foi preexistente à sua mãe. Ele é o Pai da eternidade (Is 9:6). Ele é o Criador do Universo(Gn 1:1; João 1:3). Maria é mãe da natureza humana do Verbo eterno e divino(João 1:1). Quando o catolicismo romano proclama Maria “mãe de Deus”, deixa de perceber a incongruência lógica e teológica dessa afirmação, haja vista que Jesus é preexistente à Maria. A simples afirmação de que Maria é mãe de Deus despoja-O de seus atributos exclusivos de eternidade e divindade, pois se Deus teve mãe, Ele teve inicio, e se teve inicio, não é eterno, e se não é eterno, não pode ser Deus.
b) Os anjos proclamaram em Belém que o filho de Maria era o Salvador, o Messias e o Senhor – “É que vos nasceu hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”(LC 2:11). Os anjos não fizeram nenhuma menção a Maria, mais disseram que tinha nascido o Salvador e Senhor, o Cristo esperado, o Senhor e Salvador de Maria e de todo o ser humano. Essa noticia dos anjos não foi dada no Templo, mas nas Campinas. Não foi dada aos sacerdotes, mas aos humildes pastores de ovelhas. Os anjos disseram que tinha nascido o Cristo, o Senhor. Seu trono está firmado para sempre, não terá fim(Lc 1:33). Todos os reinos dos povos cairão, mas seu reinado será estabelecido para sempre.
7. Maria, e o dia de seu maior sofrimento. Quando da apresentação de Jesus no Templo, em cumprimento aos ditames da Lei( Lc 2:27), Simeão, um ancião de Jerusalém, disse à Maria que “uma espada transpassará a tua alma”(Lc 2:35). É claro que Maria não entendeu nada do que se dizia de Jesus naquele momento, apenas se admirava do que se dizia de Jesus(Lc 2:33). Mas, trinta e três anos após cumpriu-se esta profecia, lá na cruz do calvário. Foi um dia negro da história da humanidade e, principalmente, na vida de Maria, contudo, um dia mais glorioso da história da humanidade. Era um dia de contrastes: Jesus morria, Jesus vencia; Jesus era humilhado, Jesus era glorificado; Ele era cercado de ódio por todos os lados, mas transbordando de amor por todos os poros.
Ao pé da cruz, está Maria sofrendo indescritivelmente ao ver seu filho primogênito morrendo sem sangue, exausto, sem forças. Ali, uma espada traspassou a sua alma. A espada era invisível, mas não o seu efeito. Na cruz, Jesus confia sua mãe a João, seu discípulo amado. Diz o trecho bíblico em João 19:26, 27: “ Vendo Jesus sua mãe e junto a ela o discípulo amado, disse: Mulher, eis ai teu filho. Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para casa”. Ali na cruz, Jesus revelou seu amor cheio de cuidado por sua mãe. Ali, Jesus ensina que os filhos precisam cuidar dos pais. Jesus, o fez porque José já havia morrido e seus irmãos não acreditavam nEle(João 7:5), e além do mais, João era sobrinho de Maria.
8. Maria, a discípula de Jesus. Maria só despertou-se para seguir realmente a Jesus, após a sua morte e ressurreição, mais precisamente após a sua ressurreição. Por seus irmãos não crerem em Jesus(João 7:5), apesar dos milagres que Ele operava na Galiléia(João 7:3), Maria, certamente, duvidava que Jesus fosse o Messias, é tanto que ela e seus outros filhos foram prender a Jesus, achando que Ele estava “fora de si”(Mc 3:20), por estar há muito tempo sem comer. Com as multidões sempre o pressionando, Jesus não tinha sequer tempo para alimentar-se. Maria e seus filhos estavam preocupados com Jesus, mas não entendiam o seu ministério. Mas, após a sua ressurreição toda a sua família, inclusive Maria, tornou-se discípulos de Jesus. Com certeza, eles estavam dentre os quinhentos que Jesus aparecera (1Co 15:6). É tanto que Maria e os irmãos de Jesus estavam entre aqueles que aguardavam, em oração, a promessa do derramamento do Espírito Santo, no cenáculo (cf At 1:14). É a última vez que Maria aparece na Bíblia. Fechou sua passagem pela Bíblia com chave de ouro: recebeu o Batismo com o Espírito Santo e tornou-se uma discípula de Jesus revestida de poder. Observe bem que no cenáculo, Maria tomou o seu lugar com os outros cristãos que aguardavam a promessa do Batismo com o Espírito Santo. Ela não estava separada dos demais e nem acima deles. Ela estava na companhia daqueles que eram seguidores do Senhor Jesus. A Bíblia não diz que Maria recebeu uma porção especial do Espírito. Ela não foi mais cheia que os demais, não. Na verdade, seu lugar doravante foi discreto. Seus filhos, Tiago e Judas, são mencionados e escreveram livros da Bíblia, mas Maria não é citada mais, nem pelos apóstolos, nem pelos seus próprios filhos. O propósito dela não era estar no centro do palco, mas trazer ao mundo Aquele que é a Luz do mundo, o único digno de ser adorado e obedecido.
CONCLUSÃOAo longo da sua vida, por sua limitada humanidade, Maria não entendeu todos os aspectos do ministério do seu Filho, mas, sempre soube o seu papel e o desempenhou com discrição, jamais buscando ocupar um lugar central na vida e ministério de Jesus. Os evangelhos não denunciam nenhuma posição de destaque que coloque Maria acima de qualquer pessoa. Ela não foi, em momento algum, o centro das atenções. O realce maior que se dá a essa mulher extraordinária é a posição de serva do Senhor, tomando como destaque o único mandamento que ela deixou: “Fazei tudo o que ele vos disser”(João 2:5).
Que Deus nos ajude a imitar a essa bem-aventurada mulher, e jamais colocá-la num pedestal que nunca Deus a colocou, nem ela jamais aceitaria, mas imitando seu exemplo como humilde serva de Deus. Amém!
Fonte: www.escoladeprofetasmic.wordpress.com/estudo/maria/
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Isaque, um filho obediente
O nascimento de Isaque ocorreu em circunstâncias bastante incomuns. Deus havia prometido a Abraão que seria o pai de muitas nações, mas que da sua esposa Sara nasceria um filho que seria o pai do povo de Deus.
Mas, Abraão já tinha 99 anos e Sara tinha 89 anos.
Além disso, Sara já não tinha menstruação há muito tempo.
Deus informou então Abraão que no próximo ano lhe nasceria um filho, Isaque. Sara não acreditou no que ouviu mas, aos 90 anos, Sara foi mãe de Isaque.
Pertencendo à casa de Abraão e assim como tinha sido ordenado por Deus, Isaque e todos os seus descendentes teriam que ser circuncidados ao oitavo dia de vida, e assim aconteceu.
Quando Isaque tinha 5 anos, o seu irmão mais velho, Ismael, começou a zombar dele, provavelmente dizendo que era o primogénito de Abraão e que por direito teria de ser ele o pai do povo de Deus. Por isso, e sabendo das intenções de Deus, Sara convenceu Abraão a mandar Ismael embora junto com Agar. Deus continuou a cuidar de Ismael.
A Bíblia apenas fala novamente de Isaque numa altura em que, segundo a tradição judaica, Isaque já teria 25 anos. Nesta altura, Deus disse a Abraão: “Vai junto com o teu filho a quem tanto amas, Isaque, até ao monte Moriá e oferece-o aí como oferta queimada.”
Quando Abraão disse a Isaque para ir com ele ao monte Moriá para oferecer um sacrifício a Deus, Isaque perguntou ao seu pai pelo animal que teria de ser oferecido. Mas, Abraão respondeu-lhe: “Deus providenciará para si o ovídeo.”
Assim, fizerem uma caminhada de três dias até ao monte Moriá. Chegando ao cume do monte, fizeram um altar e depois, Abraão amarrou as mãos e os pés de Isaque. Nesta altura, Isaque tinha 25 anos e estava no auge da sua força. Abraão teria assim 125 anos e portanto, não teria força suficiente para amarrar o seu filho, contra a sua vontade. Assim, podemos notar que depois de Abraão informar Isaque que a oferta a Deus seria ele próprio, Isaque obedeceu e deixou-se amarrar para ser oferecido.
Quando Abraão ergueu a sua mão para matar Isaque, Deus não permitiu que ele o fizesse e ordenou que oferecesse antes um carneiro que tinha ficado preso nos arbustos.
Devido a esta grande prova de fé de Abraão e de Isaque, Deus voltou a prometer que Isaque seria o pai do Seu povo.
Algum tempo depois de Sara morrer, Abraão achou que já estava na altura de Isaque casar. Abraão queria uma boa esposa para o seu filho. Não queria que Isaque casasse com uma das mulheres de Canaã porque as cananeias adoravam deuses falsos. Por isso, Abraão chamou o seu servo e ordenou que voltasse a terra dos seus parentes e que trouxesse de lá uma boa esposa para Isaque.
O servo de Abraão apressou-se em ir, levando consigo doze camelos para esta longa viagem. Chegando perto de Harã, o servo de Abraão parou junto a um poço para descansar. Ali, orou a Deus e pediu: “Por favor, faça com que a mulher que tirar água do poço para mim e para os camelos, seja a mulher que escolheu para Isaque.”
Pouco tempo depois apareceu uma mulher cujo nome era Rebeca. Quando o servo de Abraão lhe pediu que lhe desse de beber, ela tirou água e deu-lhe. Depois, deu também de beber aos camelos. Isso deve ter dado muito trabalho pois a viagem tinha sido longa e o camelo é um animal que bebe muita água. Mas, Rebeca era uma mulher bondosa e não se importou.
Quando Rebeca terminou, o servo de Abraão perguntou-lhe como se chamava o seu pai e se poderia passar a noite na sua casa. Rebeca respondeu: “ O nome do meu pai é Betuel e ele concerteza não se vai importar se você pernoitar lá em casa.” O servo de Abraão sabia que Betuel era o filho do irmão de Abraão, Naor. Por isso, depois de ouvir essas palavras, ele ajoelhou-se e agradeceu a Deus por tê-lo guiado até à família de Abraão.
Naquela noite, o servo de Abraão contou a Betuel e ao seu filho, Labão, porque motivo tinha ido ali. Eles concordaram que Rebeca fosse com ele para casar com Isaque, e Rebeca também concordou. No dia seguinte, eles montaram os camelos e iniciaram a longa viagem até Canaã.
Chegando a Canaã, Rebeca viu um homem a passear pelos campos. Era Isaque que estava ansioso por conhecer a sua futura esposa. Quando viu Rebeca, Isaque apaixonou-se logo por ela e então, casaram-se.
É interessante que Isaque poderia ter dito ao seu pai que ele é que tinha que procurar uma esposa para casar. Mas, ele era obediente e sabia que o mais indicado era que se casasse com alguém que também amasse a Deus.
Mas, Isaque e Rebeca continuaram sem filhos durante 20 anos. Apenas quando Isaque já tinha 60 anos é que ele se tornou pai de dois filhos gémeos, Esaú e Jacó.
Isaque amava muito Esaú pois ele tornou-se caçador de animais e trazia-lhe bom alimento. Quando Isaque envelheceu ele começou a perder a visão. Estando prestes a morrer, ele chamou Esaú para receber a bênção de primogénito. Mas, Esaú tinha vendido o direito de primogénito ao seu irmão Jacó. Por isso, visto que Isaque não podia ver, Jacó enganou-o e recebeu a bênção de primogénito. Quando se apercebeu do que tinha feito, Isaque abençoou também a Esaú e mais tarde acabou por morrer.
Assim, Isaque tornou-se pai de duas nações. Esaú deu origem a Edom e aos edomitas. Jacó deu origem a Israel e aos israelitas, o povo escolhido por Deus.
Fonte: www.opusculo.com/pt
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Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Zinri, o 5º rei de Israel
Referência Bíblica
“No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo estava acampado contra Gibetom, que era dos filisteus. E o povo que estava acampado ouviu dizer: Zinri tem conspirado, e até matou o rei. Todo o Israel pois, no mesmo dia, no arraial, constituiu rei sobre Israel a Onri, capitão do exército. E subiu Onri, e todo o Israel com ele, de Gibetom, e cercaram a Tirza. E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, foi ao paço da casa do rei e queimou-a sobre si; e morreu.“ (1 Rs 16:15-18).
Conforme 1 Rs 16:15, Zinri começou a reinar no ano 27 de Asa, rei de Judá, e reinou apenas uma semana.
Pouco tempo de fato, mas o suficiente para eliminar todos os descendentes de sexo masculino de Baasa, começando por Elá, seu filho, e não só os descendentes, como também amigos e parentes, vindo assim a cumprir a profecia de Jeú contra Baasa. (1 Rs 16:3-4)
O povo, ouvindo que Zinri matara o rei e seus descendentes, constituiu Onri, comandante do exército de Israel, seu rei. Onri subiu então contra Tizra para buscar a vida do assassino do rei. Vendo-se cercado pelo exército de Onri, Zinri suicidou-se, colocando fogo na casa em que estava, vindo desta forma a morrer sete dias depois de assumir o trono de Israel.
Nos dias de Zinri, Asa reinava sobre Judá.
Fonte: www.cronologiadabiblia.wordpress.com
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Paulo, um missionário zeloso e autêntico
Paulo (pequeno) é o nome romano de Saulo de Tarso, que pela primeira vez se lê em At (13.9), quando ele resistiu a Elimas, o feiticeiro, principiando nessa ocasião o seu trabalho gentílico na corte de Sérgio Paulo. Pode presumir-se que ele já era assim chamado nas suas relações com os gentios; mas depois deste incidente é sempre esse nome que o Apóstolo tem nos Atos e nas suas epístolas. Várias inscrições mostram que Paulo era, nesse tempo, um nome comum na Síria, e ao oriente da Ásia Menor.
O nascimento e família do futuro apóstolo habilitaram-no a chamar-se a si próprio “hebreu de hebreus”. Era de puro sangue judaico, da tribo de Benjamim (Rm 11.1; Fp 3.5); e nasceu em Tarso, na Cilícia (At 9.11; 21.39; 22.3), pelo ano 2 antes de Cristo, quando estava no seu auge o poder do imperador romano César Augusto. A sua educação foi caracteristicamente judaica. Quando rapaz, foi mandado para Jerusalém a fim de ser instruído por Gamaliel “segundo a exatidão da lei de nossos antepassados”, dizia ele (At 22.3). Tanto Gamaliel, como a própria família de Paulo, pertenciam à seita dos fariseus. Do seu mestre, pois, era natural que Paulo obtivesse um firme conhecimento da doutrina da ressurreição (At 23.6; 26.5; Fp 3.5). Com Gamaliel aprendeu ele, também, aquelas estreitas doutrinas do farisaísmo, “sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais” (Gl 1.14). Além disto, sabia Paulo a arte de fazer tendas (At 20.34; 1 Ts 2.9). Como Tarso era, naquele tempo, notável centro de instrução, quase tão célebre como Atenas ou Alexandria, foi ali, sem dúvida, que Paulo estudou os antigos poemas e a filosofia do tempo; e isso se deduz de algumas citações que ele faz (At 17.28; 1 Co 15.35; Tt 1.12).
A erudição de Paulo era, desta forma, notável. Pela sua cultura estava ele em contato com o mundo grego; pelos seus privilégios de cidadão estava ele em contato político com o mundo romano; e pelo fato de que essa prerrogativa de cidadão romano era hereditária, tinha por conseqüência a sua família vantagens sociais. Os seus parentes estavam muito espalhados, porque alguns deles viviam em Jerusalém (At 23.16), e outros, segundo uma certa interpretação, em Roma (Rm 16.11), os quais tinham aceitado o Cristianismo antes dele (Rm 16.7). Paulo é mencionado pela primeira vez nos Atos dos Apóstolos, na descrição que ali se faz do apedrejamento de Estêvão. Embora ele não apedrejasse, é certo que esteve guardando as vestes dos que estavam praticando o ato (At 7. 58 a 60; 8.1 ). Foi um incidente que manifestamente deixou profunda impressão no seu espírito (At 22.20).
Paulo entrou abertamente na obra da perseguição. E neste seu procedimento julgava ele que estava trabalhando para Deus, segundo as tradições de seus pais (At 22.3; 26.9; Gl 1.14). Pouco tempo depois Jerusalém já não era campo suficiente para o seu zelo, pois que os cristãos que ali viviam estavam, ou na prisão, ou escondidos, ou em fuga (At 9.1,2). Com probabilidade se pode dizer que Paulo foi eleito membro do Sinédrio, depois da morte de Estêvão, se ele já não o era. Como ele mesmo disse, não só exercia o poder de lançar na prisão, por missão daquele tribunal, mas também dava o seu voto quando matavam os cristãos (At 26.10).
A morte de Estêvão trouxe em conseqüência a conversão de Paulo. Naquela sua missão de servir a Deus, como ele supunha, tomou o caminho de Damasco. Foi então, quando se dirigia para aquela cidade, que o perseguidor se transformou em discípulo de Jesus Cristo. O zelo que tinha mostrado contra o Cristianismo se mudou em apoio e auxílio aos perseguidos. 0 miraculoso acontecimento acha-se narrado por Lucas (At 9.1 a 19), e por Paulo nos seus discursos feitos ao povo de Jerusalém, depois da sua prisão (At 22.4 a 16); e mais tarde na presença de Agripa e de Festo em Cesaréia (At 26.10 a 18).
O primeiro efeito do milagre foi o alívio que tiveram os cristãos de Damasco. Era bem conhecido o fim da sua ida àquela cidade; e o terror, que inspirava aquele fariseu, pode deduzir-se da relutância de Ananias em aproximar-se dele (At 9.13,14), e da incredulidade dos discípulos, quando Saulo lhes apareceu como correligionário nas sinagogas (At 9.21 ).
A cegueira de Paulo e a sua inquietação, que Lucas nota nos Atos (9.18,19), foram uma preparação para a visita de Ananias e para nova revelação da vontade de Deus. Dignas de nota, também, são as palavras dirigidas a Ananias “pois ele está orando” (At 9.11). Elas nos mostram o homem que tinha por hábito levantar o pensamento a Deus, nos atos da sua vida (At 16.25; 20.36; 21.5). As próprias palavras de Paulo nos fazem ver isso mesmo (Gl 1.16,17). A natureza da revelação do Senhor a Pa2cLo é por ele explicada. É evidente que não se trata duma mera impressão na sua alma durante qualquer arrebatamento. Ele sentiu a visível presença de Jesus Cristo. Isto é sustentado em várias passagens, quer duma forma positiva, quer incidentalmente.
Na sua primeira epístola aos Coríntios, quando ele sustenta a validade do seu próprio apostolado, ele argumenta assim: “Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, nosso Senhor?” (1 Co 9.1). E quando ele aduz, para prova, a verdade da ressurreição, o seu argumento é: “E apareceu a Cefas… depois foi visto por Tiago … e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo” (1 Co 15.5 a 8). Significativas são também, as palavras de Ananias: “Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas” (At 9.17; cp. com At 22.14). 0 direto e imediato caráter da sua chamada, sem a intervenção de qualquer agência humana, é outro ponto sobre o qual o próprio Paulo insistia muito, no decurso da sua vida apostólica. “Chamado para ser apóstolo”, “apostolo pela vontade de Deus” (Rm 1.1; 1Co 1.1; 2Co 1.1; Ef l.l; Cl 1.1), são expressões que não usam os outros apóstolos, e com as quais Paulo se descreve a si próprio, quando a sua autoridade estava em perigo de ser contestada. Paulo foi aliviado da cegueira, de que tinha sido ferido por motivo da visão, pela oração de Ananias (At 9.18); e, com a abertura dos seus olhos, nasceu na sua alma uma completa submissão à vontade de Deus, e o desejo de ser “Sua testemunha diante de todos os homens” (At 22.14, 15). Foi batizado, e iniciou o seu ministério entre os filhos de Israel que estavam em Damasco (At 9.18 a 22,27; 26.20).
Parece certo que Paulo partiu de Damasco, porque disso temos a dupla prova de S. Lucas, nos Atos, e do Apóstolo na 2a epístola aos Coríntios. Segundo o primeiro testemunho, os judeus estavam de emboscada para matar Paulo. Como eles vigiassem as portas da cidade, os seus irmãos desceram-no pelo muro num cesto, o que não foi difícil, pois que as casas estavam sobranceiras ao muro. Segundo o que S. Paulo expõe (2 Co 11.32) foi o preposto do rei Aretas que procurava prendê-lo. Não há dificuldade em harmonizar as duas narrações. Podemos do mesmo modo dizer que Jesus foi condenado à morte pelos judeus ou pelo governador romano. Tendo escapado de Damasco, Paulo foi para Jerusalém, e ali envidou todos os esforços para juntar-se à corporação dos discípulos (At 9.26), que ainda duvidavam dele; mas a amizade de Barnabé assegurou a dos outros cristãos, e Paulo “Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo”. A sua educação helenística tornou-o argumentador de grande força, entre “gregos”.
A nova atitude do antigo fariseu e o seu zelo levantaram contra ele, da parte dos judeus, uma forte oposição; e, estando a sua vida em perigo, foi obrigado a ir para Tarso, sua terra natal (At 9.30). Num arrebatamento de alma que um dia teve, em Jerusalém, quando orava, conheceu ele que Deus o chamava para a obra de evangelização entre os gentios (At 22.17 a 21). Dirigiu-se novamente a Tarso pela Cesareia (Cesarea Stratonis) na costa, e depois por Antioquia. As atividades de Paulo eram agora exercidas no estudo e ensino em Tarso, ou na fundação daquelas igrejas (At 15.23,41), que foram mais tarde saudadas na carta apostólica, dirigida de Jerusalém “aos irmãos de entre os gentios, em Antioquia, Síria e Cilícia”. Depois desta permanência na cidade da sua infância, não é certo se ele voltou mais alguma vez. Enquanto Paulo se achava em Tarso, certos homens de Chipre foram instrumentos dum despertamento entre os gentios. Um deles teria sido “Mnasom, natural de Chipre” que mais tarde foi seu hospedeiro (At 21.16); outro era José o levita de Chipre, a quem os apóstolos havia muito tempo chamavam Barnabé, o “filho de exortação” (At 4.36). Este foi o primeiro doutrinador que a Igreja-mãe mandou aos novos discípulos de Antioquia. Ele ali trabalhou com energia (At 11.23); mas, sentindo a grandeza da obra, “partiu Barnabé para Tarso à procura de Saulo”, cujo caráter vigoroso seria de grande valor naquela cidade de filosofias pagãs. Pela sua parte, Paulo reconheceu que devia ir, e lá partiram os dois, sem demora, para Antioquia. Durante um ano trabalhou ali Paulo com Barnabé; e foi aos convertidos por virtude da sua missão que foi dado pela primeira vez o nome de “cristãos” (At 11.26). Por este tempo Jerusalém e o resto da Judéia estavam sofrendo o tormento da fome, seguindo-se um período de tremores de terra. Auxílios foram mandados de todas as partes, sentindo-se obrigados a socorrer também os seus irmãos de Jerusalém os gentios converti- dos de Antioquia, como igualmente aconteceu uns treze anos mais tarde (Rm 15.25 a 27). Sem perda de tempo ajuntaram o que puderam, enviando o dinheiro por intermédio de Paulo e Barnabé (At 11.29,30). Na sua volta para Antioquia, Paulo e o seu companheiro levaram com eles a “João, apelidado Marcos” primo de Barnabé (At 12.25; Cl 4.10). A primeira viagem missionária (At 13.1 a 15.30). Quando Paulo e Barnabé regressaram a Antioquia, viram que era chegado o tempo de pregar o Evangelho noutros países. Um novo movimento se operava, em obediência ao Espírito Santo (At 13.2), e para isso se prepararam aqueles apostólicos obreiros com jejum e oração. Indo com eles João Marcos, dirigiram-se em primeiro lugar a Chipre, de onde Barnabé era natural (At 4.36). Desembarcando em Salamina, pregaram nas sinagogas, e atravessando a ilha do oriente, chegaram a Pafos, que era uma cidade dedicada à deusa Vênus, e centro duma impudente idolatria. Pafos era a terra natal do procônsul Sérgio Paulo, um homem instruído, que, por falta de melhor conhecimento, estava procurando a luz por meio de Barjesus, um judeu mágico. Paulo falou a Sérgio Paulo, sendo as suas palavras evangélicas ouvidas com alegria. Opôs-se Barjesus contestando a doutrina do Apóstolo, mas foi ferido de cegueira temporária, como castigo da cegueira do seu coração (At 13.11 ). Partindo de Chipre, Paulo e seus companheiros navegaram para a Ásia Menor, e chegaram a Perge, na Panfília, onde Marcos os deixou. Este acontecimento devia ter produzido em Paulo profunda tristeza, e provavelmente foi causa de algum afastamento entre ele e Barnabé, havendo mais tarde questão entre eles, e sendo isso motivo duma separação (15.37 a 39). Marcos tinha viajado com eles desde a costa até esta cidade grega, e agora, desanimando, certamente na consideração da grande obra planejada por Paulo, voltou para Jerusalém (At 13.13). Fosse qual fosse a causa da dissidência, não foi ela duradoura, porque mais tarde achamos Paulo recomendando Marcos aos colossenses como seu “cooperador”, “lenitivo” (C14.10,11) para si mesmo, e proveitoso para o ministério (2 Tm 4.11 ). Quando os apóstolos alcançaram Antioquia da Pisídia, foram recebidos com grande alegria pelos gentios, depois de terem estes ouvido a mensagem do Evangelho, mas os judeus fizeram tal oposição que Paulo e Barnabé sacudiram “contra aqueles o pó de seus pés”.
Listra, para onde os viajantes se dirigiram, depois de terem sofrido uma certa oposição em Icônio (At 14.1 a 6), possuía uma imagem de Júpiter, num templo dedicado a esse deus em frente da porta da cidade. Acreditavam os pagãos que Júpiter era “o pai dos deuses e dos homens”, e julgava-se que algumas vezes ele visitava a terra acompanhado de Mercúrio, o deus da eloqüência. Por conseqüência não era para admirar que os adoradores daqueles deuses, que tinham visto Paulo curar o coxo, pensassem que haviam sido honrados com a visita daquelas divindades.
A Barnabé chamavam Júpiter por causa da dignidade do seu rosto e figura. A Paulo, que parece ter sido de pequena estatura (2 Co 10.1,10), chamavam-lhe Mercúrio, porque “era este o principal portador da palavra”. Queriam oferecer sacrificios aos apóstolos, mas eles impediram que tal coisa se realizasse (At 14.8 a 18). Mas deu-se o caso que desde Icônio, e mesmo desde Antioquia, tinham sido hostilmente seguidos os apóstolos por certos judeus (At 14.19). E estes adversários excitavam a população contra eles, resultando desse movimento ser Paulo apedrejado e arrastado para fora da cidade (At 14.19). No dia seguinte partiu Paulo com Barnabé, para descansar por algum tempo em Derbe (At 14.20).
Derbe (Gudelissin), para onde se retiraram os apóstolos depois da perseguição em Listra, ficava uns 48 km distante, na Licaônia (At 14.6,20). Aqui não foram perseguidos, nem obstáculo algum se levantou à obra da evangelização da cidade. E o resultado disso foi que ali tiveram muitos discípulos (At 14.21). Retrocedendo, Paulo tornou a visitar os lugares onde tinha sido tão indignamente tratado, Listra, Icônio, e finalmente Antioquia (At 14.21 ), concluindo assim a sua primeira viagem missionária.
Entre esta viagem e a segunda foi resolvido um assunto de grande importância. Grande número de judeus tinham, havia muito tempo, sido dispersos para além dos limites da sua própria terra. E nas cidades mais importantes, para o oriente e para o ocidente, haviam os judeus estabelecido as suas sinagogas, onde Moisés era pregado todos os sábados (At 15.21). E então de um lado estavam cercados por uma idolatria que feria os seus mais profundos sentimentos religiosos, e por uma desenfreada libertinagem, em ligação com o politeísmo; e por outro lado patenteava-se uma orgulhosa e desdenhosa filosofia, que extraordinariamente rebaixava tanto as classes mais educadas como 0 povo mais ignorante e irrefletido. E desta forma se mantinha e fortalecia a “parede da separação”, que existia entre judeus e gentios (Ef 2.14), estando uns distantes dos outros, como os dois polos, na maior parte das coisas da vida, à exceção do comércio. Havia, então, por estas razões, uma grande dificuldade: e era, como disse Pedro a Cornélio, não ser lícito a um judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros (At 10.28). 0 próprio Pedro ofendeu mais tarde os seus irmãos de Jerusalém, porque ele tinha entrado “em casa de homens incircuncisos” e comido com eles (At 11.3). Pedro tinha explicado o caso de haver comido com os incircuncisos, dizendo que o Espírito Santo também tinha sido derramado sobre eles, e “ouvindo eles estas cousas, apaziguaram-se e glorificaram a Deus” pela Sua compaixão para com os gentios (At 11.1 a 18). Mas os descontentes levaram a questão mais longe. Foi, então, resolvido que Paulo e Barnabé, com alguns outros, fossem a Jerusalém, para conferenciarem com os apóstolos e anciãos que ali viviam, pois a Igreja da cidade santa, dirigida ainda por l5ago, era considerada a Igreja-mãe da Cristandade (At 15.1 a 6,12; Gl 2.4,5). A questão achava-se limitada ao único ponto da circuncisão. Paulo manteve os seus princípios, e foi bem sucedido, pois, recebendo a destra de fraternidade, voltou para Antioquia como reconhecido Apóstolo do “evangelho da incircuncisão” (At 15.22 a 26; Gl 2.7). E deu-se este fato, quatorze anos, ou mais provavelmente dezessete anos depois da sua conversão.
A segunda viagem missionária (At 15.36 a 18.28) foi mais extensa do que a primeira. Partindo de Antioquia da Síria, fez S. Paulo a sua viagem, passando pela Síria e Cilícia, indo por Derbe, Listra, Icônio, Galácia (segundo parece), Troade, Filipos, Anfípolis, Tessalônica, Beréia, Atenas, Corinto, e Éfeso, donde navegou para Cesaréia. A partida foì perturbada por uma diferença de opinião entre aquele apóstolo e Barnabé. Desejava este que também os acompanhasse João Marcos, seu parente, que tinha sido censurado por Paulo em certa ocasião (At 15.38).
Como Paulo não quisesse anuir, separaram-se; e esta desinteligência entre aqueles apóstolos trouxe resultados da mais alta importância, porquanto receberam os gentios a Água da Vida por meio de duas distintas correntes, em lugar de uma. Paulo conservou-se no continente da Ásia e da Europa, ao passo que Barnabé navegou para Chipre (At 15.39). A contenda, embora violenta, não durou por muito tempo, pois Paulo mais tarde fala bem daquele seu cooperador (1 Co 9.6). (V. Barnabé, Marcos. ) Partiram primeiramente Barnabé e o seu jovem primo; e Paulo, escolhendo para seu companheiro a Silas, e recebendo a bênção da Igreja (At 15.40), dirigiu-se para a Cilicia, a província da sua terra natal. E deste modo foi ele pela “Síria e Cilícia, confirmando as igrejas” (At 15.41).
Em Derbe teve ele uma importante entrevista com Timóteo. A Galácia setentrional havia de ser outro centro das suas atividades. Os seus habitantes receberam a mensagem de Paulo com entusiasmo e alegria (Gl 3.1; 4.14,15), não fazendo reparo na sua franca aparência pessoal ou em qualquer penosa doença corporal. Isto parece ter comovido o apóstolo, porque ele continua (Gl 4.15): “se possível fora, teríeis arrancado os vossos próprios olhos para mos dar.” Se isto tinha ou não tinha qualquer relação com “o espinho na carne” (2 Co 12.7) é apenas assunto de suposição. Seria isso oftalmia, ou malária, ou epilepsia? Não se sabe. Deixando a Galácia, atravessaram os viajantes uma parte da Mísia (proibindo-lhes o Espírito de Jesus que entrassem em Bitínia), e chegaram a Trôade. Neste ponto estava Paulo separado da Europa apenas por uma pequena extensão de mar. Todavia, não era ainda intenção sua sair da Ásia Menor, onde muitos lugares havia para serem visitados. Durante a sua breve estada em Trôade, atraiu Paulo a si um novo companheiro, que havia de ser o futuro historiador dos seus trabalhos. Era Lucas, “o médico”, como o denomina Paulo, e não um pintor, como o qualifica a tradição (veja-se Lucas). E o próprio Lucas é quem nos diz que foi neste lugar que ele encontrou Paulo. Procuramos partir para a Macedônia (At 16.10), diz ele; e é o emprego da primeira pessoa do plural que de repente nos revela a presença de Lucas, entre os companheiros de Paulo, em Trôade. Foi numa visão, de noite, que o Senhor mandou que Paulo passasse à Macedônia (At 16.9). Essa missão foi prontamente aceita (At 16.10), determinando o Apóstolo e os seus três companheiros, Silas, Timóteo e Lucas, fazer uma viagem à Europa. Em dois dias chegaram a Neápolis, o porto de Filipos. Esta cidade era um grande posto militar e centro comercial. Não havia muitos judeus em Filipos, e não havia sinagoga; possuíam apenas um lugar transitório de oração, isto é, um sítio cercado por um muro, mas sem telhado. A congregação constava principalmente de mulheres (At 16.13), sendo umas judias e outras prosélitas. Dentre estas foi convertida e batizada Lídia, de Tiatira. E foi este o primeiro batismo na Europa, embora Lídia fosse uma mulher da Ásia. A cura duma moça trouxe em resultado a prisão de Paulo e Silas (At 16.19), sofrendo eles depois o castigo da flagelação. Quando eles, na prisão, estavam orando, as cadeias se partiram, e as portas foram abertas pela violência dum tremor de terra. 0 carcereiro, convertendo-se, levou-os para a sua própria residência, e deu-lhes de comer (At 16.30 a 34). De manhã veio ordem para que fossem soltos aqueles homens, pois, segundo pensavam os magistrados, eram eles homens simples, que já tinham sido suficientemente castigados. E ficaram essas autoridades admiradas, quando lhes foi revelado pelos que tinham ido ao cárcere com o mandado de soltura, que os tais homens eram cidadãos romanos, e que tinham recusado a liberdade concedida daquela maneira. A pedido dos pretores saíram de Filipos; e Paulo, deixando Timóteo e Lucas para cuidarem da nascente igreja, dirigiu-se a Tessalônica, distante 160 km de Filipos. A estrada, que agora Paulo atravessava, era o caminho pelo qual Xerxes tinha trazido da Ásia o seu exército. O Apóstolo apareceu primeiramente diante de judeus, muito zelosos do seu culto religioso. E por três sábados discutiu Paulo com eles (At 17.2), obtendo grande resultado entre prosélitos e gentios, mas despertando a hostilidade dos judeus. Fizeram estes grande tumulto, e não achando em casa de Jasom a Paulo e Silas, que ali se achavam hospedados, levaram o hospedeiro à presença das autoridades, por lhes ter dado alojamento. Entretanto deixavam aqueles apóstolos a Tessalônica, e, percorrendo a distância de 96 km, chegaram a Beréia, que fica na rampa oriental da cordilheira do Olimpo. Ali foram alegremente recebidos, sendo os seus ensinamentos cuidadosa e atenciosamente examinados. 0 resultado foi a formação duma igreja forte, em número e influência (At 17.10 a 12). Mas a hostilidade dos judeus de Tessalônica continuou a manifestar-se contra o Apóstolo ainda em Beréia; e por esta razão perdeu a igreja de Beréia o seu fundador e mestre, embora Silas e Timóteo ainda ali ficassem. Paulo, tomando a direção do mar com alguns novos companheiros, partiu depois num navio para Atenas (At 17.14,15). Nos seus passeios pela cidade pôde ver uma inscrição, em que se recomendava a adoração a alguma divindade fora do conhecimento gentílico (At 17.23), e procurou tirar vantagem do fato. “Pois esse que adorais sem conhecer, é precisamente aquele que vos anuncio” (At 17.23). O seu discurso no monte de Marte foi apenas a continuação das discussões diárias que tinha havido no mercado e na sinagoga. Em virtude deste trabalho de Paulo creram alguns homens e mulheres (V . Dâmaris ); mas não sabemos se o número de cristãos foi grande ou pequeno, e por quanto tempo ficou Paulo ali com os novos convertidos. Algum tempo teve de demorar-se com eles, mas não possuímos nenhuma carta aos cristãos de Atenas, e não sabemos se ele ali voltou outra vez.
O Apóstolo tinha mandado chamar os seus companheiros Timóteo e Silas. Quanto a Timóteo, deliberou enviá-lo outra vez a Tessalônica para animar os cristãos desta cidade, pois incomodava-o que eles estivessem sem um guia nas suas tribulações (1 Ts 3.1,2). Silas não aparece em Atenas, mas achamo-lo com o Apóstolo em Corinto, e associa-se com Paulo nas saudações da 18 e 2a epístolas aos Tessalonicenses. (V. mais adiante. ) Paulo tinha ido a Corinto, com tristeza, aterrado com a dificuldade da obra evangelizadora (1 Co 2.3). Mas aquele “grande tremor” com que tinha entrado na cidade, bem depressa se transformou em alegria. Ele não somente observou quão alegremente o povo recebia a sua palavra, mas Deus miraculosamente lhe revelou os Seus desígnios, com respeito à evangelização naquele lugar (At 18.9,10). Corinto era uma povoação muito corrompida: tinha-se tornado em provérbio 0 “viver como um coríntio”, o que significava não respeitar de forma alguma as leis da moralidade. No meio de todas aquelas questões e tumultos, ia vivendo Paulo nos primeiros tempos em sossego com um judeu (At 18.2), que tinha sido expulso de Roma por Cláudio, talvez já sendo cristão. Pode ser que Paulo se relacionasse com Áqüila por ser este, como ele, fabricante de tendas. (V. Áqüila. ) Paulo já tinha determinado não receber algum estipêndio por pregar o Evangelho, e portanto foi trabalhar na sua arte. Não tardou que aquelas relações trouxessem em resultado assistirem Áqüila e Priscila às pregações do Evangelho, referindo-se a eles o N.T. algumas vezes (At 18.18,26; 1 Co 16.19; 2 Tm 4.19). Enquanto Paulo estava assim vivendo sossegadamente, voltavam Timóteo e Silas da Macedônia (At 18.5). 0 relatório de Timóteo com respeito às condições da igreja de Tessalônica, e aos erros em que ela havia caído, levou Paulo a escrever àqueles amados crentes a sua primeira epístola aos Tessalonicenses. Por essa ocasião os judeus de Corinto estavam inquietando muito a Paulo, querendo afastá-lo de falar aos gentios (1 Ts 2.15,16). Ele foi grandemente perturbado, e “sacudiu as vestes” (At 18.6); e, proclamada a sua inocência relativamente ao sangue daqueles que recusavam a salvação (Ez 33.8,9; Mt 27.24; At 5.28; 20.26), declarou que daí para o futuro havia de pregar aos gentios. Um prosélito, chamado Tito ou Tício Justo, de quem nada mais se sabe, ofereceu a sua própria casa que ficava perto da sinagoga. E nesse lugar continuou o Apóstolo a apascentar com o alimento da palavra cristã o seu rebanho. Foi seguido de Crispo, o principal da sinagoga, a quem ele próprio batizou. Batizou também com as suas próprias mãos a Gálio e à casa de Estéfanas, abandonando, assim, o seu costume, de não batizar os que se convertiam com a sua pregação.
Tinha Paulo permanecido em Corinto pelo espaço de dezoito meses mais ou menos, visitando, segundo parece, também outros lugares da Acaia, e estabelecendo igrejas, quando pensou que já era chegado o tempo de voltar à Judéia. Como Priscila e Áqüila estavam em viagem para Éfeso, resolveu o Apóstolo acompanhá-los. Despediu-se solenemente dos irmãos daquela igreja (At 18.18), e partiu dali. A sua segunda viagem tinha durado perto de três anos.
Paulo fez uma rápida visita a Jerusalém. Não sabemos com certeza se ele pôde assistir à festa, mas é provável que pudesse. Simplesmente se diz que ele saudou a igreja, partindo logo para Antioquia (At 18.22). Ainda que Antioquia se tinha tornado o centro do Cristianismo, estando este a afastar-se cada vez mais da terra que lhe deu origem, contudo, pelo que sabemos, Paulo visitava agora esta cidade pela última vez. Partindo de Antioquia, Paulo, acompanhado de Timóteo, na sua terceira viagem missionária (At 19.1 a 21.14), passou pela Ásia Menor, visitando e animando as muitas igrejas que ele tinha estabelecido naquela região. Havia muitos lugares ricos, onde a ociosidade e o luxo minavam o caráter dos cristãos, a ponto de alguns chegarem a declarar que os pecados do corpo não podiam ter efeito algum na alma. Em Corinto também se tinham levantado questões com respeito à eficácia superior do batismo, segundo era ministrado por Paulo ou por Apolo, ou por outros (veja-se Apolo), confessando cada um ser partidário do apóstolo preferido. Paulo então mandou ali Tito, e também Timóteo (embora pareça não ter este último ido tão longe, veja-se 1 Co 4.17; 16.10; e também At 19.22); e escreveu a primeira epístola aos Coríntios, depois de ter estado em Éfeso cerca de três anos (At 20.31). Na primavera do ano 57 (d.C.), quando ele chegou primeiramente a Éfeso nesta viagem, teve um memorável encontro com os doze homens, que ainda seguiam a João Batista (At 19.1). 0 caso é contado resumidamente, havendo a notar esta pergunta: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” (At 19.1 a 7), e a conseqüente imposição das mãos. A pregação de Paulo produziu maravilhosos resultados em Éfeso, tanto entre os judeus, como entre os gentios. As práticas idólatras da cidade tinham diminuído bastante de valor queimando muitos os seus livros mágicos; e acontecia que o prestígio de Paulo tinha subido tanto, que era notável a sua influência sobre alguns dos mais ricos e dos mais poderosos personagens da província. 0 que agora punha em perigo a vida de Paulo era que a sua crescente influência podia abalar seriamente o culto de Diana. Demétrio, um fabricante de ïdolos e de relicários, contendo estes uma imagem da deusa, fez um apaixonado discurso aos seus operários e a outros contra os ensinamentos de Paulo, que estavam reduzindo os seus lucros (At 19.25 e seg. ) e ameaçavam desfazer o culto de Diana no seu grande templo. As palavras do ourives produziram grande excitação; mas o povo, depois de algumas horas de alvoroço, foi apaziguado pelo escrivão da cidade (19.35). Do que se sabe, pelas inscrições, era o escrivão uma autoridade muito importante de Éfeso. Pouco tempo depois, Paulo, numa reunião muito fraternal e afetuosa de cristãos, recomendou-os à graça de Deus e despediu-se deles (At 20.1). Deixando Éfeso, visitou a povoação de Trôade pela segunda vez, com o pensamento de ali fundar uma igreja (2 Co 2.12). Mas o não ter encontrado 25to, que tinha sido mandado de Éfeso a Corinto, afligiu bastante a sua alma. Todavia, ele continuou pregando, e lançou ali os fundamentos para uma igreja cristã, antes de continuar a sua jornada para Neápolis na Macedõnia. Desembarcando em Neápolis, dirigiu-se imediatamente para Filipos, onde foi animado por uma calorosa recepção. Aqui se encontrou novamente com Timóteo; mas só depois de ter estado algum tempo na Macedônia é que ele pôde alegrar-se com a presença de Tito. Nesta ocasião não era boa a sua saúde (2Co 4.7;5.10; etc ). Logo que Tito explicou a situação de Corinto, foi mandado outra vez ali com dois companheiros, devendo eles receber as quantias, dadas pelos fiéis, para o socorro da Palestina. A Tito confiou Paulo outra carta, que desta vez foi dirigida não só à igreja de Corinto, mas também a todos os cristãos de Acaia, e que é a nossa segunda epístola aos Coríntios. A grande coleta que o Apóstolo tinha estabelecido, e que já estava sendo levada para a Macedônia e Acaia, foi mandada com um duplo fim. Havia, indubitavelmente, grande pobreza entre os cristãos hebreus, que, segundo o pensamento do Apóstolo, deviam ser socorridos pelas comunidades ricas, que estavam sendo acrescentadas à Igreja. Ao mesmo tempo ele via bem, como estadista, que a brecha entre os judaizantes e gentios, que se estava alargando com ameaças de grande mal, podia ser fechada por uma cordial e amável liberalidade dos gentios. A cura desta separação era neste tempo a idéia predominante de Paulo. Ele cristãmente pensava que se os gentios tinham participado das bênçãos espirituais dos judeus, o dever deles era retribuir o benefício com bênçãos temporais (Rm 15.27; 2 Co 9.12 a 15). De todas as igrejas da Macedônia, nenhuma tomou parte mais ativa nesta coleta do que a de Filipos. Três pessoas foram principalmente empregadas nesta obra, mas somente Tito é conhecido de nome, embora todos eles sejam calorosamente recomendados pelo seu zelo e lealdade (2 Co 8.18,19,22). Depois da partida de Tito, continuou Paulo a visitar as igrejas ao norte da Macedônia, e estendeu mesmo as suas operações ao longo da parte oriental do mar Adriático, naquela região que então se chamava Ilírico, sendo hoje conhecida pelos nomes de Dalmácia, Croácia e Herzegovina. Mas o seu coração estava em Corinto, e, como o inverno estava próximo, tomou depressa a direção do sul. Ele declarou que tinha determinado disciplinar a minoria desobediente (2 Co 10.6), que ainda contestava a sua autoridade e continuava nos seus hábitos de impureza. Mas quando o Apóstolo chegou a Corinto (seria provavelmente pela data da epístola aos Gálatas), recebeu notícias de se ter dado uma séria defecção nas igrejas da Galácia, talvez nas pertencentes ao norte, que estavam 5acudindo a autoridade de Paulo, para se submeterem à pregação dos missionários judaizantes, que tinham ido de Jerusalém. Diziam estes que Paulo não era verdadeiro apóstolo, pois nunca tinha estado com Cristo nem havia recebido dele qualquer missão e que a sua doutrina estava em oposição com a de Pedro e Tiago. Foi por tudo isso que Paulo escreveu a sua epístola aos Gálatas. Durante três meses estabeleceu Paulo em Corinto o seu quartel general, completando a grande contribuição para a Palestina. A quantia agora coletada provinha dos contribuintes individuais, e foi confiada a tesoureiros, escolhidos por toda a igreja, os quais deviam levá-la a Jerusalém na companhia de Paulo. Enquanto se esperava que tudo estivesse preparado para a partida, Paulo escreveu uma carta para a igreja de Roma, entregando-a confiadamente a uma notável mulher, chamada Febe, que muito o tinha protegido e a outros cristãos. Era ela uma cristã de Cencréia, que ia a Roma tratar dos seus negócios particulares. O que o levou a escrever essa epístola, foi o querer informar os crentes de Roma da sua intenção de visitá-los, quando realizasse a sua já planejada viagem, de Jerusalém para a Espanha. Que ele tinha consideráveis relações na metrópole do mundo civilizado é evidente pelo que se lê na epístola; e também se sabe que os cristãos de Roma eram principalmente convertidos do paganismo pelo fato de Paulo acentuar a sua posição de apóstolo dos gentios, que Cristo lhe havia determinado (Rm 1.13). Paulo voltou a Jerusalém por mar. Na véspera da sua partida para a Síria, soube duma conspiração contra a sua vida, como outras que houve em certas ocasiões (At 9.23,29; 23.12; 2 Co 11.32). Para escapar aos seus inimigos, foi Paulo obrigado a tomar outro caminho, indo com rapidez através da Macedônia pela Tessalônica até Filipos, onde mais uma vez esteve em companhia de Lucas, que parece ter ali ficado por ocasião da segunda viagem missionária seis anos antes. Parece que ele celebrou ali a Páscoa, porque “depois dos dias dos pães asnos” embarcou para Trôade, demorando 0 navio cinco dias na sua viagem ou por causa da calmaria, ou pela ação de ventos contrários. (V. Troade.). Foi em Trôade que Paulo conseguiu fazer reviver o jovem Éutico (At 20.9). Embora o navio partisse de Trôade, Paulo foi por terra em torno do promontório até Assôs, certamente para gozar duma certa tranqüilidade, que um navio daqueles tempos não podia proporcionar. O seguinte porto onde haviam de encontrar-se era Mileto, de onde Paulo mandou chamar os presbíteros da igreja de Éfeso. E houve ali grande contentamento entre os cristãos, quando ouviram dizer que Paulo estava tão perto; e muitos deles percorreiram a distância de 32 Km para mais uma vez verem e ouvirem aquele Apóstolo. Falou aos anciãos, recordando-lhes solenemente os seus deveres, e avisando-os das tentações, que não tardariam a aparecer (At 20.18 a 35). Chegou depressa a hora da partida e o navio, navegando com bom vento (At 21.1 ), passou por Cós e Rodes, e chegou a Pátara, e enseada de Xanto, que é agora um “deserto de areia movediça”. Neste ponto Paulo e os seus companheiros mudaram de navio (21.2); e, partindo nesse mesmo dia com vento ainda favorável, navegaram em direção a Tiro, sendo de 545 km a distância entre Pátara e este porto da Fenícia. Havia discípulos em Tiro, que avisaram Paulo do perigo que corria, indo a Jerusalém. Mas ele resolveu afrontar esse perigo, e, passados seis dias, estando o navio pronto, mais uma vez embarcou, depois duma despedida afetuosa da parte dos fiéis. A mesma cena se repetiu em Ptolemaida, onde Paulo desembarcou, embora não se demorasse. Partindo dali, dirigiu-se a Cesaréia (veja-se Tiro), onde foi visitar Filipe, o evangelista. Pôde demorar-se nesta cidade alguns dias, visto como havia chegado em boa ocasião para tomar parte na festa. Ágabo, que tinha o dom da profecia, mostrou a Paulo, de uma maneira dramática, que era perigosa a sua ida a Jerusalém. Lucas e os outros companheiros de Paulo choraram, e pediram-lhe que não fosse, mas a sua resolução era inabalável, e então os seus amigos reconheceram que era a vontade de Deus (At 21.10 a 14). E até o acompanharam à cidade santa, onde lhe fizeram os irmãos uma boa recepção, 58 (d.C.). Paulo foi recebido por Tiago e pelos presbíteros da igreja com o ósculo da fraternidade (21.18,19). Juntamente com os deputados que o tinham acompanhado ele entregou a grande coleta das igrejas gentílicas, falando então à assembléia sobre o “que Deus fizera entre os gentios por seu ministério” (21.19). Em virtude destas boas notícias, deram todos glória a Deus, e fervorosas orações foram feitas em ação de graças. Mas havia na Igreja cristã, de entre os fariseus, um certo número que procurava transformar o Cristianismo numa seita judaica. Durante todo o tempo eles tinham sido inimigos de Paulo. As suas almas estavam num estado de transição entre a Lei e o Evangelho.
Para acalmar a agitação deste partido turbulento, a assembléia induziu Paulo a que fosse ao templo com quatro cristãos judeus, que tinham feito voto de nazireado (veja-se Voto), e realizasse com eles as necessárias cerimônias. Como medida de conciliação o ato de Paulo foi improfícuo. Quando Paulo estava no templo, lançaram mão dele, e falsamente o acusaram de introduzir os gregos no lugar Santo (21.28). E teria sido, sem dúvida, feito em pedaços pelo povo enfurecido, se o comandante romano não tivesse aparecido, mantendo a ordem. Por algum tempo sossegaram, vendo Paulo preso; mas outra vez se exaltaram, quando o Apóstolo, tendo permissão de falar das escadas que conduziam do templo ao castelo de Antônia, declarou que de Deus tinha recebido a missão de pregar o Evangelho aos gentios. 0 comandante ficou perplexo, e quando estava para mandar açoitá-lo a fim de saber do que se tratava, Paulo lhe declarou que era cidadão romano, não sendo licito castigá-lo sem ser condenado. Lísias ficou receoso por ter ligado o Apóstolo.
A cena agora muda, passando da fortaleza romana para uma reunião do Sinédrio, especialmente convocada pelo comandante para considerar o caso de Paulo. Reconhecendo Paulo que não obteria a devida justiça, defende-se com a declaração de que era fariseu e de que estava sendo julgado pela sua crença na ressurreição dos mortos, pois sabia que os da seita farisaica se levantariam contra os saduceus, que não tinham tal crença. A sua astúcia deu bom resultado, sendo mais uma vez guardado pelos soldados romanos, para que não lhe fizessem mal (At 23.10). Estando o seu espírito deprimido pelos acontecimentos, foi na fortaleza confortado por outra visão. Como os judeus quisessem assassiná-lo, Paulo 0 soube por meio dum seu sobrinho; e pôde livrar-se de qualquer atentado, sendo a conspiração revelada às autoridades por aquele filho da sua irmã. 0 comandante pôs logo Paulo fora de perigo, mandando-o em segredo a Cesaréia, ao governador Félix (23.24 e seg.), que determinou fosse ele conservado preso até que chegassem os seus acusadores.
Por quase dois anos esteve Paulo na prisão, esperando Félix receber alguma boa quantia para o livrar. Talvez ele tivesse ouvido falar da coleta, trazida à Palestina. Mas a má administração de Félix fez que ele fosse chamado a Roma, tomando Festo o seu lugar como governador. Apenas tinha este chegado, recebeu do Sinédrio o pedido de que fosse permitido o julgamento de Paulo em Jerusalém. Festo indeferiu a petição dos judeus, mas de moto próprio sugeriu a Paulo a ida àquela cidade.
Sabendo, porém, o Apóstolo que o principal objeto da mudança de cena era o seu assassínio, apelou do tribunal provincial, presidido por Festo, para o de César em Roma. Festo teve de aceitar a y resolução de Paulo, pois que o direito de apelação era um dos mais importantes privilégios do cidadão romano. (V. Festo. ) Festo, contudo, estava embaraçado com o caráter da acusação, feito ao seu prisioneiro, e teve o prazer de ser auxiliado pelos seus amigos, o rei Herodes Agripa II e a sua mulher Berenice, que tinham vindo visitá-lo. Paulo teve ocasião de falar em sua defesa, afamando-lhe Agripa que ele podia ter sido posto em liberdade, se não tivesse apelado para Roma.
E para Roma embarcou Paulo em um “navio adramitino” (At 27.2), que depois de ter tocado em Sidom levou os viajantes até Mirra, navegando ao norte de Chipre, em vez de seguir o caminho comum do sul, porque os ventos eram contrários. Estava ali um navio alexandrino, com carga de trigo para Roma. Era uma grande ‘ embarcação, pois levava, além do seu carregamento, perto de trezentas pessoas (At 27.37). Arrastado por uma rajada de vento para o sul, navegou o navio abrigado pela ilha de Creta, o que foi uma imprudência, porque a costa meridional da ilha é deficiente em portos. Todavia, puderam ancorar em Bons Portos, um ancoradouro que ainda conserva o mesmo nome. Aqui se detiveram, porque os ventos do noroeste continuavam soprando fortemente.
Paulo aconselhou que ficassem em Bons Portos, mas, como aquele porto não era bom para invernarem ali, o seu conselho não foi aceito (At 27.12). Além disso o centurião acreditava mais no piloto e no mestre do navio. Ocorrendo então uma favorável mudança de tempo, os marinheiros desfraldaram as velas com satisfação e costearam o Cabo Matala, tomando o rumo de Fenice (Loutro). Mas não tardou muito que um forte pé-de-vento, chamado Euro-aquilão, arrebatasse o navio, pondo-se a barlavento na pequena ilha de Clauda, cerca de 37 km ao sul de Fenìce.
Aqui trataram de guindar o batel, cingiram o navio com cordas para evitar que as suas tábuas se desligassem com o vento. Além disso amainaram as velas, pondo tudo em boa ordem na medida do possível. Mas, continuando a ventania, trataram de aliviar a embarcação, lançando ao mar o que podiam dispensar. Seguiram-se, então, muitos dias de continuada fadiga e ansiedade, fazendo-se desesperados esforços para conservar o navio flutuando. Paulo animava os marinheiros, descrevendo-lhes uma visão que tinha tido durante a noite. E na décima-quarta noite, depois que tinham saído de Bons Portos, pensaram os marinheiros que estavam próximos da terra.
A tripulação quis deixar os passageiros entregues ao seu destino, procurando salvar-se no bote. Mas Paulo, compreendendo bem as coisas, falou ao centurião, que resolveu o assunto, mandando cortar o cabo que prendia o batel; e desta forma foram os marinheiros obrigados a ficar a bordo do navio, para auxiliarem o salvamento de todos. Paulo vai ainda mais longe: anima os exaustos soldados e marinheiros, e diz-lhes que se alimentassem, dando ele logo 0 exemplo, depois de dar graças a Deus.
E, já com melhor disposição, trataram de lançar a carga ao mar com o fim de aliviar mais o navio, fazendo ainda os preparativos para encalharem o barco. Quando rompeu o dia puderam ver um lugar favorável, e tomadas as necessárias precauções deixaram correr o navio. Como os soldados eram responsáveis com a sua vida pela boa guarda dos seus prisioneiros, entendiam que os deviam matar a todos, para que não fugisse algum; mas o centurião “impediu-os de o fazer”, tal era a impressão que tinha feito na sua alma a conduta de Paulo. Encalhado o navio, e abrindo-se com a força das ondas, todos trataram de salvar as suas vidas, o que conseguiram chegando todos de diversos modos a terra, que era a ilha de Melita (Malta).
Pelo espaço de três meses se conservaram na ilha os passageiros e a tripulação do navio naufragado, sendo ali tratados com hospitalidade pelos amáveis habitantes, especialmente pelo principal da ilha, que se chamava Públio. A este bom acolhimento correspondeu Paulo, curando o pai dele duma doença, pela oração e imposição das mãos. Partiram, passado aquele tempo, num navio, que tinha por emblema Dióscuros, e chegaram a Siracusa, na Sicília. Nada sabemos do que se passou em Siracusa, ignorando-se se foi permitido a Paulo desembarcar.
Navegando para além de Ortígia com um vento contrário, chegaram a Régio, uma cidade cujos deuses padroeiros, Castor e Polux, eram os próprios protetores daqueles navegantes. E um dia depois, encontrando vento favorável, continuaram na sua navegação, até que alcançaram Potéoli no dia seguinte.
Paulo encontrou aqui alguns cristãos (At 28.14), que logo deram notícia do fato aos irmãos de Roma. Está agora Paulo numa das mais freqüentadas passagens do império Romano. Viajando ao longo da Via Ápia depois de ter passado sete dias com os cristãos de Potéoli, achou-se Paulo “entre pretores, procônsules embaixadas, legiões e tropas de cavalaria”. Quando chegou o destacamento à Praça de Ápio, saíram ao seu encontro uns certos cristãos que tinham saído de Roma. Andaram mais 16 km; e num lugar chamado Três Vendas, onde uma estrada que vinha da costa se ligava à grande estrada, onde eles estavam, encontraram outro grupo de cristãos, para receberem com honra “o embaixador em cadeias”.
Por dois anos viveu Paulo em casa sua, mas sempre guardado por um soldado (At 28.16 a 30); e foi isto assim durante a sua. primeira prisão em Roma. Estava sempre ligado por uma cadeia a um soldado da guarda pretoriana. E este mesmo fato o habilitou a fazer prosélitos na casa imperial, aos quais ele se refere na epístola aos Filipenses (1.12 e seg.; 4.22).
0 julgamento de Paulo não pôde efetuar-se sem que chegassem os seus acusadores, o que aconteceu provavelmente no verão ou no outono de61 (d. C. ); e certamente devia ter havido outras delongas, visto como cada uma das acusações tinha de ser considerada separadamente. Durante este tempo trabalhou o Apóstolo dum modo altamente proveitoso para a Igreja, auxiliado por fiéis assistentes e mensageiros, que escreviam, ditando ele, e levavam as suas cartas. Do número dos seus auxiliadores eram Lucas, Timóteo, Tíquico, Marcos, Onésimo, e os seus companheiros da prisão Aristarco e Epafras, mencionados nas epístolas deste período, que provavelmente foram escritas nesta ordem: Filipenses, e mais tarde a de Filemom, Colossenses, Efésios (Ef 6.21; Fp 1.1; Cl 1.1,7; 4.7,10,14; Rm 10,23,24).
Quase no princípio deste período (Fp 1.25; 2.24), e ainda mais claramente perto do seu fim (Fm 1,22), manifesta o Apóstolo uma grande esperança de sair da prisão em toda a liberdade. E, na verdade, como as provas contra ele não fossem fortes, foi absolvido, retomando mais uma vez os seus trabalhos apostólicos. As epístolas a Timóteo e a Tito foram escritas num tempo posterior ao da narrativa de S. Lucas no último capítulo de Atos, pois contêm alusões a fatos e incidentes de viagem, que não se podem harmonizar com as jornadas ali descritas. Combinando os fatos, deduzimos que o Apóstolo, depois de sair da prisão na primavera do ano 61 ou 63, dirigiu-se primeiramente acompanhado de Lucas e Timóteo, à Macedônia e Ásia Menor. Logo depois visitou, talvez, a Espanha, realizando assim os seus desejos (Rm 15.24 a 28). Em seguida foi a Éfeso, e visitou novamente a Macedônia, de onde mandou a sua primeira epístola a Timóteo, que tinha sido encarregado por ele de dirigir a igreja de Éfeso. Passado tempo, dirigiu-se a Creta, e ali deixou Tito, a quem depois escreveu a respectiva epístola. (V. Tito.) Outros lugares ele ainda visitou, fortalecendo as igrejas fracas, fundando outras, e infundindo coragem às fortes.
Foi, talvez, em Nicópolis (Tt 3.12) que Paulo foi preso como sendo o principal da seita cristã. Porquanto as autoridades romanas tinham começado a perseguir cruelmente os cristãos, desde que tinha havido o grande incêndio de Roma (que se supõe ter sido obra do imperador Nero); e pela segunda vez foi mandado a Roma para ali ser julgado. Mas o seu segundo cativeiro é muito diferente do primeiro. Agora é ele tratado como malfeitor (2 Tm 2.9), e lançado na prisão, onde somente o visitam os que têm mais coragem, arrostando qualquer perigo (2 Tm 1.16). Parece que primeiramente ele tinha conseguido defender-se com bom resultado (2 Tm 4.16,17); mas havia, talvez, nele o pressentimento do próximo martírio (2 Tm 4.7). A segunda epístola a Timóteo é a sua última carta de despedida. Encontra-se agora só, estando apenas com ele o “médico amado” Lucas, e tendo mandado chamar a Timóteo e a Marcos. A tradição da Igreja cristã é que Paulo sofreu o martírio pela decapitação, no fim do reinado de Nero (c. 67 d. C ).
A aparência pessoal do Apóstolo foi-nos conservada pela tradição, e concorda com a sugerida na referência feita aos seus antagonistas em Corinto (2 Co 10.10). Ele é descrito como “homem de pequena estatura, calvo, tendo as pernas tortas, forte, de sobrancelhas cerradas, com o nariz ligeiramente pronunciado e cheio de encanto”. Um satírico pagão também fala dele como sendo de “larga fronte e nariz levemente pronunciado”.
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O Rei Davi
Muitos personagens bíblicos são referenciais para nossas vidas, por nos deixarem exemplos de fé, coragem, obediência, paciência, etc. Mas, só um foi considerado pelo próprio Deus “O homem segundo o meu coração” (I Sm 13.14): Davi, o maior rei de Israel.
Quem foi Davi? Um homem perfeito, sobrenatural, isento de pecados? Não! Davi era semelhante a qualquer um de nós, porém, aprendeu que a melhor maneira de alcançar o coração de Deus é o caminho da adoração, da humildade, da sinceridade e do arrependimento.
I – QUEM ERA DAVI?
Davi era um jovem comum à sua época:
Descrição física: Não possuía uma aparência exuberante (I Sm 16.12).
Sua Ocupação: Pastorear as ovelhas de seu pai. (I Sm 16.11).
Sua Origem: Vivia num povoado pequeno, em Belém (I Sm 16.1).
Suas Habilidades: Davi foi um excelente músico (I Sm 16.18).
II – QUAIS OS ASPECTOS DO CARÁTER DE DAVI?
Davi é um dos principais personagens da Bíblia. Sua história é registrada em mais de sessenta capítulos da Bíblia; cerca de 60 referências são feitas a ele no Novo Testamento, além de figurar na genealogia do Senhor Jesus; até hoje é lembrado como o maior rei de Israel e, por duas vezes na Bíblia é chamado de “homem segundo o coração de Deus” (I Sm 13.14; At 13.22). Por que tanta honra a um homem que, apesar de notável, teve sua vida pontuada por graves pecados?
1. Davi era um homem cujo coração era inclinado ao Senhor: Davi era um homem espiritual, cuja vida estava em harmonia com os anseios de Deus (I Sm 17.36).
2. Davi era um homem humilde: Além de conhecer suas limitações (Sl 131; 40.12,17), Davi aprendeu a atribuir as suas vitórias a Deus (I Sm 17.37; Sl 34.4-7; 40.5-10; 124).
3. Davi era um homem sincero: Apesar de ser chamado pelo próprio Deus “O homem segundo o meu coração” (I Sm 13.14), Davi não era um homem infalível. Cometeu dois graves pecados: adultério e cumplicidade na morte de Urias (II Sm 11.1-22). Mas, quando repreendido pelo Senhor, através do profeta Natã, Davi confessa e arrepende-se de seus pecados (II Sm 12.13; Sl 51).
Os aspectos do caráter de Davi podem ser visto em sua vida, mesmo depois que foi ungido rei de Israel:
1. Não deixou de lado sua vida de adoração, manteve sua devoção diária ao Senhor, seu “culto doméstico” nos campos de Belém, sendo assim citado por um servo de Saul como o músico que poderia acalmar o espírito perturbado do rei (I Sm 16.14-18).
2. Continuou com suas tarefas de pastor, mesmo sendo o ungido do Senhor (I Sm 16.19). Que belo exemplo a ser seguido por nós, o exemplo de um pastor que se portava como um rei, porque um dia seria rei com virtudes de um pastor.
3. Mesmo sendo promovido a músico do rei, continuava submisso ao seu pai, e de seu rebanho cuidava com fidelidade (I Sm 17.15).
4. Ele respeitava Saul, a quem substituiría, porque tinha consciência da vontade soberana de Deus em sua vida, e do controle que Ele exerce sobre todas as coisas (I Sm 17.58; 18.5; 19.1-7).
III – DAVI, EXEMPLO DE UM ADORADOR
Ao estudarmos a biografia deste servo de Deus, observamos que Davi não foi apenas um pastor que se tornou em um guerreiro, e, posteriormente, no rei de Israel. Ele foi também um grande músico: compôs mais de 70 salmos, tocava muito bem a sua harpa e demonstrou habilidade na organização do cântico ao assumir o reino de Israel. Vejamos porque ele é um exemplo de adorador:
1. Davi foi conhecido como músico: Quando Saul estava sendo atormentado por um espírito mau, ele disse: “Buscai-me, pois, um homem que toque bem, e trazei-mo”. Um dos seus servos lhe respondeu: “… tenho visto um filho de Jessé, que sabe tocar …” (I Sm 16.17,18). Esta expressão revela que o servo do rei conhecia a Davi, não apenas como um pastor de ovelhas, mas também como músico.
2. Davi foi obediente quando convidado para tocar a sua harpa diante do rei: Como ele já havia sido ungido rei de Israel, poderia negar-se a ser músico do rei. No entanto, ele não era apenas um músico, ele era um músico obediente: veio, trouxe presentes a Saul (I Sm 16.20) e tocou a sua harpa diante dele (I Sm 16.23).
3. Quando Davi dedilhava a sua harpa, o espírito mau se retirava de Saul: Qual será a razão pela qual aquele espírito mau se retirava? Com certeza, as músicas que Davi tocava, e com certeza, cantava, não eram músicas mundanas e superficiais, atendendo aos caprichos e gostos humanos. Eram músicas sacras e inspiradas por Deus. Muitas estão a nosso dispor, no livro dos Salmos.
IV- DAVI, UM HOMEM QUE APRENDEU A LIDAR COM OS SENTIMENTOS HUMANOS
Como qualquer homem, Davi enfrentou momentos de crises, tais como: ódio, desejo de vingança etc. Os capítulos 24, 25 e 26 de I Samuel nos revelam fatos dignos de serem mencionados, quando estudamos sobre a vida de Davi. Eles nos oferecem lições importantes para aqueles que desejam melhorar em seu relacionamento com Deus e, conseqüentemente, com seu próximo.
1. Lidando com a vingança (I Sm 24.1-22): Davi teve a chance de matar Saul. Ele estava com seus homens nas cavernas de En-Gedi (fonte dos cabritos), quando Saul, vindo cansado de uma batalha, entrou na caverna onde Davi estava escondido com seus homens. Seria a oportunidade de por fim àquela perseguição? Foi o que seus guerreiros lhe disseram (v.4), mas não foi o que fez Davi. Ele deu a Saul provas de sua fidelidade, cortando apenas a orla de seu manto, mas preservando sua vida (vv.4-11). Davi tinha confiança em Deus, e não se deixou vencer pela tentação da vingança (Rm 12.18-21), além de ensinar essa lição para seus liderados (v.7).
2. Lidando com a ira (I Sm 25.2-13): A indiferença e a grosseria de Nabal fez com que Davi perdesse, por um período de tempo, a paciência que tanto lhe era peculiar. Isto nos ensina a termos cuidado com os sentimentos negativos que surgem em nossos corações, para não os alimentarmos. O mesmo Davi que se porta pacientemente com Saul, que sabe esperar no Senhor, que se recusa a ferir o ungido do Senhor, agora explode em raiva, perde o controle. Devemos ter cuidado (Pv 29.11).
3. Lidando com a misericórdia (I Sm 25.18-35): Davi foi abordado por Abigail, que com sabedoria o convenceu a não levar adiante seu plano de vingança. Davi por sua vez, foi humilde ao aceitar conselhos de uma mulher que jamais havia visto, uma desconhecida até então. Mas, o coração de um homem segundo o coração de Deus é inclinado ao perdão, à tolerância, e não sente dificuldade em voltar atrás em decisões que não agradam a Deus.
4. Lidando com a longanimidade (I Sm 26.1-25): Era a segunda vez que Davi tinha a oportunidade de matar Saul, mas, outra vez, poupou a sua vida. Davi nos ensina que não é difícil ser vingativo, maldoso e carnal. O grande desafio é ser longânimo, é perdoar, é produzir o Fruto do Espírito, pois as obras da carne surgem sem que precisemos plantá-las (Mc 7.21).
CONCLUSÃO
Sem dúvidas, Davi foi um dos maiores homens da Bíblia. São muitas as virtudes e qualidades que a Bíblia descreve acerca deste homem: humildade, sinceridade, e, acima de tudo, um coração voltado para Deus. Até mesmo quando este homem fracassou, ensinou-nos lições importantes: arrependimento sincero, confissão, e uma fé inabalável no perdão de Deus.
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Revestindo-nos com o novo segundo o propósito de Deus
Colossenses 03:10-14
10 – E vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;
11 – Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo, e em todos.
12 – Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade;
13 – Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.
14 – E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
No inverno a moda é não passar frio. Vestimos camadas sobrepostas de roupas, agasalhos, meias e acessórios.
Bem, para enfrentar o rigoroso inverno espiritual da atualidade e não esfriar, precisamos também nos revestir com as coisas de Deus, camadas de amor, bondade, misericórdia, humildade, sabedoria, justiça, piedade e tudo o mais que ajudar a nos manter crentes quentes e aquecidos na vida cristã. Agasalhemo-nos à moda de Deus.
O texto bíblico nos orienta a revestirmos nossos corpos com:
o O que se renova
o Com conhecimento
o Como eleitos de Deus, ou seja, sou escolhido por Ele e devo agir como Ele espera
o Santos
o Amados de Deus
o Entranhas de misericórdia, ou seja, a misericórdia deve ser algo que está dentro de você. O que você faz se um carro passa por você com tudop? O que você faz se alguém fura a fila na sua frente? O que você faz quando vê uma pessoa pedindo algo na rua? O Que será que JESUS FARIA SE ESTIVESSE no meu ou no seu lugar?
o Benignidade
o Bondade
o Mansidão
o Longanimidade. Gálatas 05:22
o Suportando-vos uns aos outros. Não gostou, calma, ore, deixe Deus ministrar o motivo em seu coração. Não haja por impulso. Saiba esperar, sua hora, sua vez, sua chance vai chegar.
o Perdoando uns aos outros. O perdão é algo sublime. Como é bom não guardar mágoas. A mágoa traz males físicos, emocionais e espirituais para sua vida. Portanto libere perdão, peça perdão, receba perdão. Isso agrada à Deus, isso alivia o corpo e a alma. Assim como recebemos o perdão pleno de Cristo de maneira que a Bíblia diz que não há nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus Nosso Senhor (Romanos 08:01). Perdoe e peça perdão ao seu irmão.
o E principalmente ame, ame a Deus que é o maior mandamento (Mateus 22:36-37), ame ao seu próximo como a si mesmo (Mateus 22:38), ou seja não faça com os outros o que você não gostaria que fizessem com você.
o Se você o amar, todas as coisas que o texto que lemos nos orienta a fazer, você será capaz de fazer.
Mantenha seu coração aquecido, não apenas fisicamente, mas também espiritualmente. O viver segundo a vontade de Deus certamente enriquecerá sua vida espiritual e evitará brechas nas mãos do inimigo, ele não encontrará espaço em sua vida e tentará outras pessoas.
Em nome de Jesus!
Na Graça e no Amor de Cristo
Pr. Robson Luiz de Oliveira
Acesse: http://prrobsonoliveira.blogspot.com.br/
Escrito por: Pr. Robson Luiz de Oliveira
Caim e Abel
Caim e Abel protagonizam a história mais enigmática da bíblia. Caim e Abel nasceram após a queda e expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden.
Estavam portanto bem no início da história da humanidade. Eles possuíam cerda de 100 a 130 anos de idade, quando Caim matou abel.
No livro do Gênesis cap. 4.1-18, não é explicado por que inicia a prática do sacrifício com o objetivo de Adoração.
Muitos estudiosos afirmam que a oferta de Caim não foi aceita porque não envolvia derramamento de sangue; mas o capítulo 4 de Gênesis não dá nenhuma indicação de que Caim e abel achegaram-se a Deus naquele momento para pedir perdão por seus pecados.
A Oferta de Caim e Abel
As ofertas de Caim e Abel eram atos voluntários de adoração. Pelo sistema antigo de sacrifícios de Israel, Deus abençoava tanto as ofertas de cereais como o sacrifício de animais (Lv 6.14-23).
“E aconteceu ao cabo de dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.” Gênesis 4:3
Entretanto, a oferta de Caim foi inferior a de Abel porque a motivação de Caim não era boa.
Caim e Abel, Duas Dispensações
Caim trouxe da terra, do seu trabalho, do seu suor, do seu esforço, da sua cultura, do seu arado, da sua produção, da sua tecnologia, da sua capacidade de intervir nos processos da natureza, produzindo uma cultura própria, fruto de um trabalho pessoal, produto de uma concepção mental.
Ele trouxe uma oferta do melhor que possuía. O melhor que seu esforço produziu. O melhor que a sua inteligência pôde arquitetar, aquilo que sua arte pôde alcançar, o resultado do seu esforço.
Abel porém trouxe das primícias do seu rebanho. Agradou-se o Senhor da oferta de Abel, mas da oferta de Caim não se agradou o Senhor. Não há uma explicação clara para tal fato.
“E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta.” Gênesis 4:4
“Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. Gênesis 4:5
A atividade de cuidar de rebanhos é um tanto trabalhosa, porém levando essa atividade para o tempo em que se encontravam Caim e Abel, percebemos que a função de pastor de ovelhas, da época, era uma atividade de vigiar e observar as ovelhas.
Voltava-se para guiá-las aos locais onde havia água e pastos verdes. Oferecia proteção dos animais ferozes e não deixava que os instintos dos rebanhos, se voltassem contra eles próprios.
A atividade de pastor, no tempo de Caim e Abel (nos primórdios do mundo), não exigia muita qualificação para ser feita.
Ser pastor era antes de mais nada, oferecer, para as ovelhas, daquilo que a própria natureza já dispunha, sem a necessidade de uma árdua intervenção humana, que demandava muito esforço.
A Oferta de Caim – Sacrifício Humano
A oferta de Caim se constitui então do resultado de muito esforço humano. Era um trabalho muito dispendioso a agricultura primitiva. Muito arado, muito suor, muita ralação, bolhas e calos nas mãos.
E Caim ainda tinha que aprender, imaginar, desenvolver e aplicar o seu conhecimento no plantio e cultivo da sua produção agrícola. Exigia muita intervenção de Caim nos processos do seu trabalho.
Caim colhe, com confiança, da sua produção, fruto do seu muito esforço, e traz uma oferta para Deus. Uma oferta que mostrava a sua capacidade de intervir na natureza e nos processos de causa e efeito.
A oferta de Caim trazia em si o valor da estética, a beleza de um arranjo vegetal lindo! Um altar vegetal, com muitas frutas e legumes multicoloridos.
O encantamento visual deste tipo de altar é algo espetacular! Sem falar no cheiro suave destes produtos frescos. Os melhores da sua cultura.
A oferta de de Caim é a oferta do esforço, da confiança no seu trabalho, em uma tentativa de seduzir a atenção divina, pelo uso da estética visual.
A Oferta de Abel Aponta para a Graça
Abel, entretanto traz para Deus uma oferta das primícias do seu rebanho. Uma oferta de sangue, oferecendo algo que a própria natureza já quase que por si só havia criado. Uma oferta que mostrava a sua incapacidade.
A Oferta de Abel traz o contraste sanguinolento e feio de um animal degolado e o sangue escorrendo e lavando todo o altar.
A oferta de Abel faz uma afirmação implícita de que havia a necessidade de um substituto, que fosse vicarizado e pagasse pelo pecado do ser humano. Pois sem isso, não se podia agradar a Deus e nem haver uma autojustificação.
A oferta de Abel aponta para a fé, o descanso e a confiança em Deus.
Caim e as religiões
A oferta de Caim representa as religiões da terra, que buscam a justificação por meio de um esforço meritório. Essas religiões buscam uma obra, um sacrifício, um sofrimento auto-imposto para a sua própria justificação.
Já Abel ofereceu um sacrifício que carregava a semente do cordeiro que foi imolado antes da fundação do mundo. Este cordeiro foi materializado na crucificação de Jesus.
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.” Hebreus 11:4
Aquele sacrifício que não exigiu tanto esforço humano, já mostrava que a justificação só se alcança pela fé. Somente pela fé se pode agradar a Deus. Isso não vem de nós, como Caim pensou, mas é dom de Deus.
Para o Deus de Abel não há estética, não há obras de justificação, há somente sangue. Pois o sangue de um inocente foi necessário para tomar o nosso lugar, afim de trazer a pacificação de Deus com a humanidade.
Assim, Deus está pacificado com o Mundo. Hoje é possível agradá-lo, porém ao trazer sua oferta de louvor, lembre-se que não é por seu merecimento, mas é pelo sangue e somente pelo sangue de Jesus que podemos à ele se chegar.
Fonte: www.rudecruz.com
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Nicodemos, um discípulo secreto
Algumas pessoas são diretas, claras, sinceras, outras são retraídas, tímidas e dissimuladas, do tipo que atira a pedra e esconde a mão. Dependendo do ambiente, de quem está presente, os dissimulados vestem a máscara mais oportuna. O status social das pessoas costumam nortear seus comportamentos. Tem muita gente boa que na igreja é bem humilde, mas da porta para fora a coisa muda completamente e se a pessoa tiver um tiquinho de autoridade humana, aí é que a coisa se transforma inteiramente. É triste.
Havia entre os fariseus um homem rico, príncipe dos judeus, cujo nome era Nicodemos. O homem era importante, gozava de uma posição social relevante na nação judaica, era rico, instruído e honrado, um verdadeiro príncipe de seu povo.
Nicodemos ouviu as lições de Jesus e ficou fascinado por aquele Homem Galileu e ele desejava saber mais, entender melhor quem era aquele homem humilde, mas que falava com sabedoria incomum para alguém do povo e Nicodemos queria conhecer melhor Sua doutrina maravilhosa.
O problema é que Nicodemos fazia parte do Sinédrio, o conselho dos judeus e se ele fosse falar com Jesus à luz do dia, certamente seria duramente criticado pelos outros fariseus e Nicodemos tinha uma posição social a honrar, não era qualquer um. Então, Nicodemos resolveu procurar Jesus de noite, ele sabia onde o Mestre costumava passar a noite e foi lá.
Ele chegou elogiando Jesus, dizendo: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.” (João 3:2). Jesus nem considerou o elogio e disse: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (João 3:3). Aquilo foi uma ducha de água fria no fariseu arraigado às suas tradições religiosas.
Pense bem, o homem era reconhecidamente religioso e Jesus disse que estava tudo errado, que ele teria de nascer de novo se quisesse entrar no Reino de Deus. Nicodemos era inteligente e sabia do que Jesus falava, mas foi dissimulado, se fez de burrinho e disse: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” (João 3:4). Nicodemos preferiu se fazer de desentendido e considerar a afirmação de Jesus ao pé da letra.
Jesus é Deus e sabia com quem estava falando, que Nicodemos era um homem instruído, profundo conhecedor das profecias e desconsiderou a pergunta infantil dele. Jesus manteve a conversa em nível mais alto e respondeu: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (João 3:5).
Água e Espírito. O que é isso? Simples. Nascer da água é a profissão de fé, é o batismo. Quando alguém se batiza está afirmando sua fé, está confessando Jesus como seu Senhor e Salvador. O Espírito Santo é o Deus que está conosco todos os dias, suportando nossas fraquezas, moldando nosso caráter, transformando nossas orações e quem não nascer do Espírito Santo não é servo de Deus.
O batismo com água pode ser só água mesmo, vai depender de quem é batizado, se é sincero ou não, mas o zelo do Espírito Santo, este ninguém finge receber, é espiritual e faz a nossa vida mudar de verdade. É o Espírito Santo que nos faz frutificar em toda boa obra, é Ele que distribui os dons e ministérios na Igreja de Jesus, Ele é o responsável por todas as mudanças exteriores e interiores em nossas vidas depois de reconhecermos Jesus.
A conversa ficou animada e Jesus continuou ensinando aquele doutor da lei e disse: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (João 3:6-8).
O que nasce da carne é complicado, porque a carne, gente, tende a tudo o que não presta. Veja o que são as obras da carne: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5:19-21). A carne luta incessantemente contra o espírito. Não é fácil vencer as obras da carne e nossa tendência natural ao que não presta, só mesmo o Espírito Santo pode nos fortalecer o espírito para vencermos nosso inimigo íntimo: a carne, a tendência humana.
Tem muita gente boa que vive caindo em tentação e sabe por quê? Porque a carne é fraca e o espírito não ajuda. Quem não alimenta o espírito acaba fortalecendo a carne e aí é uma tristeza, só faz o que não deve.
Pois bem, voltando a Nicodemos. O homem queria de fato entender o que Jesus estava ensinando, ele sabia que aquele nazareno podia ser o Messias esperado pela nação judaica e queria saber mais de Jesus e perguntou: “Como pode ser isso?”(João 3:9).
Era tudo novo para Nicodemos e ele continuava tentando defender seus princípios religiosos, não era fácil mudar de uma hora para a outra e até hoje é assim, muitas pessoas ficam presas a dogmas, princípios religiosos ou apenas a uma religião que “herdou” de seus pais.
Jesus provocou Nicodemos, porque queria que ele visse Sua doutrina de outro ângulo e não apenas as palavras soltas ao vento de um certo Galileu e disse: “Tu és mestre de Israel, e não sabes isto? Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” (João 3:10-12) Jesus estava falando Dele próprio, estava se queixando da incredulidade dos judeus. Jesus veio para os Seus e os Seus não o receberam. Jesus foi rejeitado pelo povo judeu.
Nicodemos escutava atentamente o que Jesus dizia, ele bebia direto da fonte, pois antes de conversar com Jesus ele não entendia nada, então Jesus começou a estabelecer a verdade de Sua pregação, que são hoje a base da mensagem de salvação e disse: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:14-18)
Nicodemos ouvia tudo calado. Argumentos, dogmas, princípios religiosos não poderiam rebater a plena verdade. Jesus falava com a autoridade de Deus, mas com o amor do Pastor que cuida de Suas ovelhas. Nicodemos se calou diante da Voz que prega uma verdade límpida, inconteste.
Por fim, Jesus completou: “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” (João 3:20-21). Estas foram as últimas palavras de Jesus para o rico fariseu. Não houve qualquer contestação da parte de Nicodemos, ele não falou nada e foi embora, em silêncio, guardando aquelas palavras cheias de autoridade que Jesus havia dito a ele.
Depois disso Jesus foi com Seus discípulos para a Judéia. Provavelmente nunca mais conversou com Nicodemos, mas certamente o encontrou outra vez no dia em que Ele foi entregue ao Sinédrio para ser julgado.
Não sabemos o que o encontro com Jesus gerou em Nicodemos. A Bíblia nada diz a respeito disso. A vida continuou para aquele fariseu interessado em entender a nova doutrina pregada por Jesus de Nazaré. A vida sempre continua. Os encontros e desencontros escrevem a nossa história pessoal. Não desperdice a oportunidade de reconhecer Jesus como seu Senhor e Salvador, não faça como Nicodemos que se calou diante do encontro com o Rabi (Mestre). Faça de seu encontro com o Mestre o grande acontecimento de sua vida, aquele encontro que muda o futuro e apaga o passado, esta é uma das especialidades de Jesus.
Fonte: www.sombradoonipotente.blogspot.com.br
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Acaz, o rei que agiu mau
Texto – 2Reis 16:1-20
INTRODUÇÃO
Acaz foi o décimo segundo rei de Judá, que reinou 4 anos junto com Jotão, seu pai e depois, sozinho, reinou mais 16 anos (736-716 a.C.). Teve uma oportunidade excelente para fazer o melhor para essa nação e para Deus, todavia, foi um dos piores reis de toda a história de Judá (2Cr 28).
1. O perigo de mudarmos os moldes de Deus para o Culto Divino, Acaz teve o privilégio de chegar a rei de Judá. Tribo da qual descenderia Jesus. V. 1-2.
2. Acaz, forma abreviada de Jeoacaz, significando “Que Jeová se Apodere; Jeová se Apoderou”. Segundo consta, seu nome era Jeoacaz que tem a ver com Jeová; a omissão do início que denota Jeová, foi devido a tanta abominação por ele praticada…
3. Ao invés de preservar os marcos, andou segundo aos reis corruptos de outras nações: Jeorão ( 8:18 ) Acazias ( 8:27 ) Joás (2Cr 24:18).
4. Chegou ao absurdo de queimar seu filho vivo em holocausto, ato abominável aos olhos do Senhor. Lv 18:21 – 2Cr 28:3 – Jr 19:5.
5. Entrou em aperto com as nações vizinhas V 5-6. Sentiu-se impotente…
6. Foi pedir socorro exatamente onde não devia, a Tiglate-Pileser, rei da Assíria, ao invés de restaurar o culto a Deus. V. 7.
7. Tiglate-Pileser o ajudaria, desde que todos os símbolos políticos e religiosos fosse mudados. V. 18.
8. Mesmo assim Deus fala com ele através de Is. 7:3-4 – Amós 9:7.
9. O pior, presenteou ao rei da Assíria com a prata e o ouro do Templo do Senhor e do palácio. V. 8-9. Agora Acaz vai a Damasco, encontrar-se com Tiglate-Pileser. Viu um altar… V. 10. Viu e agradou…
10. Arquitetou o altar pagão, passou a semelhança, o desenhou para o sacerdote.
11. Desprezou o Altar do Senhor. Formou altos por todo estado…
12. Cortou as cintas da base…
13. Pagou tributo a reis ímpios…
CONCLUSÃO
Todos os que receberam, em uma cidade, estado, em um país, ou no Templo, qualquer obra para fazer e as fizeram relaxadamente, seus nomes ficaram na história.
Davi, teve seu reinado marcado de sangue:
perdeu a visão das coisas;
permitiu que Jonadabe aninhasse com seus filhos;
Estupro e incesto entre Amom e sua irmã Tamar;
Com isto Absalão assassina seu irmão Amom;
Absalão entra em atrito com o pai ( Davi ) tenta tomar-lhe o lugar e morre na peleja.
Por Pr. Jorge Albertacci – [email protected]
Fonte: www.pastorjorgealbertacci.blogspot.com.br
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Lucas, o médico evangelista
Médico e companheiro fiel do apóstolo Paulo. Foi o escritor do Evangelho de Lucas e de Atos dos Apóstolos. Que Lucas era pessoa bem instruída é evidente dos seus escritos. Também, sua formação como médico é notada no seu uso de termos médicos. Lu 4:38; At 28:8.
Lucas não classifica a si mesmo de testemunha ocular dos eventos na vida de Cristo, registrados no seu Evangelho. (Lu 1:2) Portanto, parece que ele se tornou crente algum tempo depois de Pentecostes de 33 dC.
No livro de Atos, Lucas é mencionado de modo indireto pelo uso dos pronomes “nós” e “nos”, e por verbos na primeira pessoa do plural. (At 16:10-17; 20:521:18; 27:128:16) Ele estava com Paulo em Trôade, na segunda viagem missionária do apóstolo, e acompanhou-o dali a Filipos, onde talvez tenha permanecido até o retorno de Paulo na sua terceira viagem missionária.
Lucas acompanhou Paulo à Judéia, no fim desta viagem missionária (At 21:7, 8, 15), e, enquanto o apóstolo estava por uns dois anos encarcerado em Cesaréia, Lucas provavelmente escreveu seu Evangelho ali (c. 56-58 dC). Acompanhou Paulo na sua viagem a Roma, para este ser julgado ali. (At 27:1; 28:16) Visto que o livro de Atos abrange eventos a partir de 33 dC até o fim dos dois anos de encarceramento de Paulo em Roma, mas não registra o resultado do apelo de Paulo a César, é provável que Lucas tenha completado ali o livro de Atos por volta de 61 dC.
Lucas juntou-se a Paulo em enviar cumprimentos aos cristãos em Colossos, quando Paulo lhes escreveu de Roma (c. 60-61 dC), e o apóstolo o identificou como “o médico amado”. (Col 4:14) Escrevendo de Roma a Filêmon (c. 60-61 dC), Paulo incluiu cumprimentos de Lucas, chamando-o de um dos seus “colaboradores”. (Flm 24) Que Lucas continuou com Paulo e estava com ele pouco antes do martírio do apóstolo é evidente da observação de Paulo: “Apenas Lucas está comigo.” 2Ti 4:11.
Alguns sustentam que Lucas era gentio, baseando-se principalmente em Colossenses 4:11, 14. Visto que Paulo mencionou primeiro os “circuncisos” (Col 4:11) e depois mencionou Lucas (Col 4:14), inferem que Lucas não era da circuncisão e assim não era judeu. Mas, isto de modo algum é conclusivo. Romanos 3:1, 2, declara que Deus incumbiu os judeus das suas proclamações sagradas. Lucas é um dos incumbidos dessas proclamações inspiradas.
As Escrituras tampouco fornecem base para se identificar Lucas com o Lúcio mencionado em Atos 13:1, nem com o ‘parente’ de Paulo, do mesmo nome, mencionado em Romanos 16:21.
Fonte: www.fortalezaredes.com.br/documents/biblia/Mensagem
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Tiago, irmão de Jesus
O Senhor Jesus teve vários irmãos biológicos, isto é, filhos do casal Maria e José. O que diz a Bíblia:
“Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas as suas irmãs? De onde lhe veio, pois, tudo isto? (Mt 13.55-56; Mc 6.3). Quatro homens e pelo menos duas mulheres foram os irmãos de Jesus.
O texto, por sua clareza, dispensaria maiores comentários. Maria conservou-se virgem até o nascimento de Jesus; [José] “não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus” (Mt 1.25). “Conhecer” traduz-se como ter relações íntimas. A Bíblia [católica] de Jerusalém, contendo a chancela do então arcebispo de S.Paulo, Paulo E. Arns, datada de 1980, reconhece tal fato ao comentar que “o texto não considera o período ulterior e por si não afirma a virgindade perpétua de Maria, mas o resto do Evangelho, bem como a tradição da Igreja, a supõem”. Isto é, a tradição supõe uma coisa, a Bíblia diz outra. Não é correta a afirmação de que “o resto do Evangelho supõe” o contrário. Não há contradição na Bíblia. Fiquemos com a Palavra.
Outra Bíblia aprovada pelo Vaticano apresenta comentário semelhante: “Enquanto (ou até que): esta palavra portuguesa traduz o latim donec e o grego heos ou, que por sua vez estão calcados sobre a expressão hebraica ad ki que se refere ao tempo anterior a esse limite, sem nada dizer do tempo posterior, cf. Gn 8.7; Sl 109.1; Mt 12.20; 1 Tm 4.13. A tradução exata seria: “Sem que ele a tivesse conhecido, deu à luz…”, pois a nossa expressão “sem que” tem o mesmo valor” (Bíblia Sagrada, Edição Ecumênica, tradução do padre Antonio Pereira de Figueiredo; notas e dicionário prático pelo Monsenhor José Alberto L. De Castro Pinto, Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro; edição aprovada pelo cardeal D. Jaime de Barros Câmara, Arcebispo do Rio de Janeiro; BARSA, 1964).
Referida Bíblia confirma o que foi dito na Bíblia de Jerusalém, isto é, que a Palavra nada diz sobre a virgindade APÓS o nascimento de Jesus. Enquanto não nasceu Jesus, José não a conheceu. O texto não considera o período posterior ao nascimento. Em outras palavras, a Bíblia não confirma a doutrina da virgindade perpétua de Maria. Outro texto:
“Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias. E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor (Gl 1.18-19). Aqui vemos a distinção entre ser apóstolo do Senhor e ser irmão. Encontramos também essa distinção em 1 Co 9.5: “Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?”.
Vejamos mais esse relato de um historiador que viveu entre 263 e 340 d.C.:
“Ainda viviam da família de nosso Senhor os netos de Judas, chamado irmão de nosso Senhor de acordo com a carne. Esses foram delatados como pertencentes à família de Davi…”; “Durante esse tempo, a maior parte dos apóstolos e discípulos, o próprio Tiago, o primeiro bispo da cidade, em geral chamado irmão de nosso Senhor, ainda vivo em Jerusalém…”; “Após o martírio de Tiago e a captura de Jerusalém, que se seguiu de imediato, registra-se que os apóstolos e discípulos de nosso Senhor que ainda viviam juntaram-se de todas as partes com os que eram parentes de nosso Senhor de acordo com a carne. Eles se consultaram para determinar a quem deviam julgar digno de suceder Tiago” (História Eclesiástica, Eusébio de Cesaréia, pp. 89, 93 e 97). Ou seja, filhos e netos de Maria, e demais parentes distantes, entraram em acordo para escolher um substituto para Tiago no episcopado. Entenda-se “irmãos ou parentes na carne” como gerados de uma mesma raiz: Maria e José.
O historiador Flávio Josefo, em História dos Hebreus, à página 465, CPAD, 2001, também faz referência a Tiago: “Ele aproveitou o tempo da morte de Festo, e Albino ainda não tinha chegado, para reunir um conselho, diante do qual fez comparecer Tiago, irmão de Jesus, chamado Cristo”.
Autor: Pr. Airton Evangelista da Costa
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Deus de Relacionamentos
Gênesis 03:08-10
Gênesis 03:08-10
E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?
Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.
Antes de pecado, Deus vinha diariamente para falar com o Homem.
O propósito de Deus é diariamente falar contigo.
Tem uma historinha que diz que Deus estava olhando para o homem dormindo e falou, daqui a pouco ele vai acordar e poderemos conversar. Então o homem acorda e não hora agradecendo o dia que Deus lhe deu. Deus fala, tudo bem, ele vai tomar café e agradecerá pelos alimentos. Então o homem-de-palha senta na mesa e come pão e toma o seu café sem agradecer a Deus. Então o homem sai para trabalhar e Deus acha que quando o homem chegar no trabalho vai agradecer por estar empregado então o homem começa a trabalhar e não se lembra de Deus. O homem volta para casa e Deus imagina agora que ele chegou em casa ele terá tempo para falar comigo e o homem senta no sofá, liga a televisão e não gasta nenhum minuto com oração. Vai jantar e Deus pensa, agora vai e o homem come sem orar. Chega hora de dormir e Deus fala, certamente agora ele falará comigo e agradecerá por tudo de bom que aconteceu durante o dia, pelos livramentos do dia, pelos alimentos, por não faltar nada. Então o homem entra no seu quarto, deita em sua cama e dorme. Então Deus pensa. Ele esteve muito ocupado e cansado hoje, amanhã acho que ele falará comigo quando acordar. E começa tudo de novo.
Algumas pessoas vão nos cultos depois de terem um relacionamento assim com Deus e acham que o culto não foi bom.
O culto na sua igreja é apenas um dos momentos que você deve ter com Deus. Fale com Ele, ouça Sua voz diariamente, louve, adore, busque e sinta a presença de Deus em outros lugares também.
O pecado fez o homem querer se esconder de Deus.
Você conhece alguém que saiu da igreja? Já percebeu que quem sai da igreja é sempre por causa de pecado? As vezes põe a culpa em pecado dos outros, mas é sempre por causa de pecado.
O pecado afasta o homem de Deus.
Jesus morreu em nosso lugar e aquele que aceita a Jesus, entrega sua vida para Ele e não olha para trás, se afasta do pecado.
Jó 01:06-08
Ora, chegado o dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o Senhor, veio também Satanás entre eles.
O Senhor perguntou a Satanás: Donde vens? E Satanás respondeu ao Senhor, dizendo: De rodear a terra, e de passear por ela.
Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal.
Nesse texto vejo 2 relacionamentos de Deus.
Primeiro com Satanás.
Satanás é o adversário de Deus mas entra em sua presença por um motivo bem simples, ele não faz o que ele quer, ele precisa obedecer a Deus. Tudo o que ocorre no mundo tem a permissão de Deus. Por isso precisamos entender a vontade soberana e a vontade permissiva de Deus.
Vontade soberana. Deus tem planejado o curso do mundo e não vai mudar independente da oração e da ação do homem. Jesus morreu, ressuscitou e voltará. Muitos acreditam que Ele não voltará ou que já voltou e ninguém ficou sabendo. Mas Deus cumprirá a sua vontade.
Vontade permissiva. O caso de Jó é um exemplo da vontade permissiva de Deus, outro exemplo bíblico é o de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha, Deus poderia tê-los livrado antes mas Ele quis mostrar o milagre.
Muitas vezes Deus permite a luta para que possamos alcançar a vitória. Sempre digo que não há vitórias sem lutas. As vezes a luta virá por meio de uma doença, outras por meio de morte, perdas, traição e tantas outras formas. Mas precisamos crer que a luta nos fortalecerá e nos fará sair dela mais forte e diferentes. Podemos não entender o porquê daquilo, mas no final veremos a recompensa do Senhor em nós.
Outro relacionamento de Deus era com Jó. Vemos aqui que Deus deu um bom testemunho à respeito de Jó a ponto de Satanás atribuir isso aos benefícios que Deus fazia a Jó e Deus permite que Satanás o tente.
Se você tiver um bom relacionamento com Deus, sua vida dará bons testemunhos aos homens e a Deus.
Como está seu testemunho?
· O que estão falando de você?
· Como está seu relacionamento com Deus?
Apelo
Deus quer te ajudar a mudar hoje, mas a primeira atitude deve ser sua. O Senhor já está aqui para te ouvir e falar contigo.
Tome uma decisão hoje, decida melhorar o seu relacionamento com o Deus que ama relacionamentos, Deus criou o homem para relacionar-se o plano da salvação é para colocar o homem de volta em um relacionamento com Deus. Melhore o seu relacionamento com Deus.
Na Graça e no Amor de Cristo!
Pr. Robson Luiz de Oliveira
Acesse: http://prrobsonoliveira.blogspot.com.br/
Escrito por: Pr. Robson Luiz de Oliveira
João Batista, o maior dos profetas
Vivemos numa época de grande crise para o cristianismo duma maneira geral. Época em que muitos se interrogam se fará sentido continuar a falar no amor de Jesus depois dos crimes cometidos por países que se apresentam como evangélicos e que teimam em querer dirigir o trabalho missionário a nível internacional.
Outros procuram uma orientação, um exemplo a seguir no trabalho missionário em geral e na implantação de novas igrejas, já que os velhos métodos de evangelismo parece que só funcionam com os mais ingénuos e se mostram incapazes de atingir a classe pensante do mundo dos nossos dias, cada vez mais esclarecida nesta “aldeia global” em que a informação aparece instantaneamente nos órgãos de informação, inclusive as imagens na TV.
Parece que alguma coisa está mal, mesmo muito mal, nas nossas igrejas.
Tudo isso levou-me a pensar na seguinte questão: Qual o método mais bíblico e mais indicado para os nossos dias, para a divulgação do Evangelho inclusive para a abertura dum novo ponto de pregação, futura missão e futura igreja?
Esta simples pergunta, quase que nos obriga a mencionar o apóstolo Paulo e talvez com certa razão, pois ele foi um dos maiores exemplos dum verdadeiro missionário e possivelmente é o que melhor se adapta ao nosso contexto cultural.
Mas há um outro, grande pregador, que tem ficado um tanto esquecido nos nossos dias. Refiro-me a João Batista.
Procurando nas páginas da internet, verifico que há mais páginas católicas sobre o “Santo João Batista”, páginas ligadas às tradições populares, assim como páginas espíritas, do que páginas evangélicas sobre este personagem, que pelo facto de ser o elo de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento, não sendo bem do Antigo nem bem do Novo Testamento, tem ficado um pouco esquecido.
Mas porque optei por João Batista e não por Paulo?
É que no caso de Paulo, havia já uma igreja pequena em número, mas forte e motivada, cheia do poder do Espírito Santo que apresentou a sua mensagem ao mundo pagão, enquanto que no caso de João Batista, o mal não estava no paganismo nem no ateísmo, o mal estava no próprio mundo religioso e nos seus dirigentes.
Todos sabemos que na época de João Batista, Israel estava dominada por Roma.
Isso levava-me a imaginar uma religião perseguida, as humilhações e sofrimentos dos sacerdotes, símbolo da resistência do povo, e o esforço para conservar viva a sua fé no meio de tanta perseguição, mas afinal… depois de aprofundar o assunto baseado em dados históricos dessa época, não posso deixar de ficar admirado, por ter encontrado uma realidade bem diferente da que esperava. Pois fiquei admirado e abalado por ter chegado à conclusão de que nesses dias, em que estava iminente a chegada do Messias……. havia uma grande semelhança com a realidade dos nossos dias.
É este o principal motivo que me leva a iniciar este artigo para tentar compartilhar com os leitores da minha página estes pensamentos sobre João Batista.
2) Quem foi João Batista?
João Batista nasceu cerca de cinco meses antes de Jesus o Cristo numa região montanhosa de Judá.
Tanto seu pai, o sacerdote Zacarias, como sua mãe Isabel, eram descendentes de Aarão. Sua mãe era prima de Maria, a mãe de Jesus.
O nascimento de João Batista foi um caso invulgar. Segundo nos conta Lucas 1:5/25, seus pais eram pessoas de vida irrepreensível mas ambos já eram pessoas idosas e Isabel era estéril.
Certo dia, quando Zacarias oferecia incenso no Templo, o anjo Gabriel apareceu para lhe dizer que sua mulher iria ter um filho que seria João, que este seria cheio do Espírito Santo desde o seu nascimento e teria a função de preparar o povo de Israel para a vinda do Messias.
3) Contexto histórico e cultural da época de João Batista
A época de João Batista, é praticamente a mesma em que viveu Jesus o Cristo.
Israel já não era nação independente. Neste caso particular, a Judeia tornara-se numa província do Império Romano no ano 6, e Roma impunha as suas leis, embora fosse tolerante a ponto de manter em vigor a legislação dos vários países conquistados enquanto essa não colidisse com a Lei Romana.
Assim, o Sinédrio de Jerusalém, embora continuasse a funcionar como a mais alta representação política, jurídica e religiosa, aspectos que nem sempre é fácil de se dissociar nessa cultura, já não tinha a última palavra no aspecto jurídico.
Este facto pode ser apresentado sob dois aspectos bem diferentes: Uns podem dizer que deixou de haver liberdade de religião, pois os sacerdotes deixaram de poder cumprir livremente todas as prescrições da Lei de Moisés. Mas, para o vulgar israelita, que era israelita por ter nascido em Israel, por ter sido circuncidado em tenra idade, que estava pressionado por centenas de leis e regulamentos, que inclusive não podia escolher outra religião nem dar mais de uns tantos passos em dia de sábado sem que fosse condenado à morte de acordo com a Velha Lei, talvez a Lei Romana, que tirou ao Sinédrio o direito de aplicar a pena de morte, lhe trouxesse nessa altura, alguma liberdade, inclusive para escolher qualquer outra das religiões que apareceram em Israel devido à liberdade de religião do Império Romano, religiões que, de acordo com a Velha Lei deveriam ser exterminadas de Israel assim como todos os seus praticantes.
Segundo Levítico 24:16 os casos de blasfémia eram punidos com a pena de morte, mas não se encontra uma definição de blasfémia, assunto que ficava um tanto ao critério dos membros do Sinédrio.
O Império Romano, sempre que possível, tentava pacificar os territórios conquistados, mantendo os privilégios da classe dominante. Esse foi também o caso de Israel na época em que João Batista inicia a sua pregação.
Segundo nos conta o historiador Joaquim Jeremias, nessa época de dominação romana, época de João Batista e do próprio Jesus Cristo, embora a Judeia, e todo o território de Israel, estivesse dominado por Roma, os soberanos da dinastia herodiana, judeus de influência romana, viviam com um luxo indescritível. Tinham grandes palácios com arquitectura romana, mas mantiveram a sua fidelidade a algumas antigas tradições do oriente, nomeadamente a poligamia, pois tinham haréns que aliás eram permitidos pela Velha Lei e pela tradição, pois a Mishna permitia o máximo de dezoito mulheres e o Talmude, vinte e quatro a quarenta e oito. Herodes o Grande (37 a 4 A.C.) só teve dez mulheres, mas os seus descendentes, nesse aspecto foram maiores do que ele.
Herodes Antipas, rei da Judeia, era filho de Herodes o Grande, portanto da aristocracia de Israel, mas o pormenor mais importante é que tinha sido educado em Roma que além da Judeia lhe concedeu as tetrarquias da Galileia e da Pereia onde fundou a sua capital em Tiberíades. Embora israelita, mas com mistura de sangue, era um rei fiel a Roma que tinha sido tão generosa para ele. Mas o mais estranho é que, segundo alguns historiadores, sendo Herodes Antipas um rei israelita, a sua guarda pessoal era constituída por tropas trácias e germânicas, a que vieram juntar-se cerca de quatrocentos guardas gauleses da guarda pessoal de Cleópatra, depois desta se suicidar, pois o Rei da Judeia temia mais os seus súbditos do que os estrangeiros.
Mas ao falar em vida faustosa, não nos podemos limitar à aristocracia herodiana.
Os altos sacerdotes viviam em palácios na zona alta de Jerusalém, como aliás se vê nas passagens dos evangelhos que falam no julgamento de Cristo.
Segundo Marcos 14:53/55 E levaram Jesus ao sumo-sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas. E Pedro o seguiu de longe, até dentro do pátio do sumo-sacerdote, e estava assentado com os servidores, aquecendo-se ao lume. E os principais dos sacerdotes, e todo o Concílio ……. Sabe-se que esse Concílio, ou Sinédrio, como era conhecido, era constituído por muitas dezenas de pessoas, e se juntarmos os seus funcionários (escribas) podemos imaginar certamente mais de cem pessoas que couberam perfeitamente numa das salas da residência do Caifás que tinha um pátio interior certamente bem espaçoso, pois deu para acenderem uma fogueira para se aquecerem.
Segundo podemos ver em João 18:17, até havia uma porteira em casa do sumo-sacerdote, o que nos dá uma ideia do grande número de pessoas a entrar e sair e das dimensões do edifício.
Mas não podemos ignorar que havia um grande desnível entre os principais sacerdotes e os vulgares sacerdotes. Flávio Josefo conta o escândalo ocorrido no ano 66 em que alguns chefes dos sacerdotes enviaram os seus escravos às eiras para roubar os dízimos reservados ao sustento dos sacerdotes comuns chegando alguns destes a morrer de fome.
O Templo de Jerusalém fora reconstruído com uma grandeza e dimensões superiores ao antigo Templo de Salomão e estava a funcionar em pleno, embora a sua actuação estivesse limitada pela Lei Romana, como já referimos. O Templo perdera o “monopólio da religião”, mas continuava a ser o mais importante centro religioso em Israel e toda a vida económica da cidade estava relacionada com o seu Templo, onde continuavam a oferecer os sacrifícios pelos pecados do povo, com todo o rigor da Velha Lei. Nenhuma outra religião atraía tantas multidões como o Templo de Jerusalém com a sua imponente liturgia, os mais famosos músicos e os melhores cantores que se tinham aperfeiçoado desde os tempos do Rei David. Também sob o aspecto político e teológico, o Templo era um elemento de união entre as várias seitas veterotestamentárias, em que os israelitas estavam divididos, devido às convicções religiosas, políticas ou profissionais, como os fariseus, saduceus, essénios, zelotes, galileus, herodiamos, publicanos, escribas etc. num contexto cultural em que não era fácil dissociar a religião da política ou dos interesses profissionais.
Além do Templo, havia as várias sinagogas em Jerusalém, assim como em todo o território do grande Império Romano, que competiam entre si pelo rigor dos seus cultos, pela sua música e pela santidade dos seus membros, embora com um conceito veterotestamentário de santidade, mais ligado à ideia de santidade litúrgica ou santidade higiénica e à santidade da sua genealogia.. (Ver nosso artigo “Santidade ao Senhor”) Algumas das principais famílias de sacerdotes de Jerusalém, tinham até uma passagem superior ligando suas habitações ao Templo a fim de não se contaminarem em contacto com o povo pecador e impuro e sabiam de cor os nomes dos seus antepassados até dezenas de gerações o que comprovava a sua santidade.
Roma decidira manter os privilégios dos levitas e sacerdotes, nomeadamente na cobrança do dízimo, desde que tal não interferisse nos impostos arrecadados pelos publicanos ao seu serviço. Claro que o povo, sujeito a essa dupla tributação não tinha possibilidades de reagir nem tinha o apoio do seu rei nem das suas autoridades religiosas.
Era esta a situação religiosa na época de João Batista. Aparentemente, tudo estava perfeito, os rituais cumpriam-se com todo o rigor, e os sacerdotes eram nomeados de acordo com a Velha Lei. Eles tinham toda a autoridade para falar ao povo… mas tinham perdido para sempre a sua credibilidade. Os dirigentes religiosos estavam completamente controlados e cegos pelos seus interesses económicos e não estavam nada interessados em mudanças, muito menos na vinda do Messias que poderia alterar a cómoda posição de que beneficiavam, com uma vida fácil e a paz com os romanos.
4) Métodos de pregação de João Batista
Metanoeite, êggiken gar ê basileia tôn uranôn ou seja “Mudem de mente (ou de ideias, ou de comportamento) porque chegou o Reino dos céus”, ou numa tradução mais livre, “Arrependam-se, porque já chegou o Reino de Deus”. Foi este o incómodo e inoportuno grito de João Batista. Uma das frases mais importantes de toda a Bíblia… talvez tão incómoda como seria a notícia nos nossos dias “Jesus já chegou para julgar o mundo… O tempo terminou… Já não há mais oportunidade para o arrependimento”.
Mas, num ambiente destes, que poderia fazer um homem sozinho, sem ter o apoio duma importante e prestigiada organização com um imponente edifício religioso bem colocado em Jerusalém, que desse certa credibilidade à sua mensagem e sem um bom grupo coral (grupo de louvor) que atraísse as atenções do povo?
Mas o Senhor, Deus supremo, escolheu precisamente João Batista, para que não houvesse dúvidas de que este actuava de acordo com o Seu poder, e não com as técnicas de comunicação. João faz precisamente o contrário do que faziam os religiosos do seu tempo. Era o poder do Senhor em oposição à tradição, e às técnicas de comunicação.
4.1 – Local de pregação.
Lucas 3:2/3 – Sendo Anás e Caifás sumo-sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados.
Embora não conste que houvesse alguma via romana nas proximidades do rio Jordão que era a fronteira natural entre a Judeia e a Pereia, era ao longo deste rio que se fazia grande parte do trânsito de viajantes entre Jerusalém e o norte do país. Nas línguas originais, quer o hebraico quer o grego, a palavra “deserto” significava uma região não edificada nem cultivada, mas que podia ter algumas zonas completamente estéreis e outras com alguma vegetação, útil como terreno de pastagem. Lucas refere-se ao “deserto da Judeia” e João 3:23 refere-se a um local chamado Enom, que significa muitas águas, passagens que não estão em contradição, pois a topografia do local, leva-nos a identificar uma região muito acidentada, com extensões de terrenos áridos e secos, e o tal local Enom num ponto baixo com grande quantidade de fontes, as muitas águas. Certamente águas de nascente, de melhor qualidade para beber do que as águas do Jordão para onde escorriam. Um local desses, numa zona desértica, era um importante ponto de passagem de peregrinos que certamente paravam por momentos para descansar, beber e dar de beber aos seus animais. Mas, pelo menos inicialmente, os ouvintes de João Batista não eram os entendidos em religião, mas os vulgares viajantes, numa época em que na sua maior parte seriam comerciantes ou peregrinos a caminho ou de regresso de Jerusalém.
4.2 – Edifício
Em Jerusalém o Templo ocupava o lugar central e as várias sinagogas rivalizavam entre si na busca dos melhores locais.
João Batista não se preocupou em competir com eles. Como vimos, foi para uma região “deserta” nas margens do Jordão. Não nos consta que tivesse construído algum edifício para o seu culto.
4.3 – Corais, Grupos de louvor.
Segundo testemunho de vários irmãos que nos têm escrito, um bom “grupo de louvor” é um dos melhores atractivos das igrejas dos nossos dias e o seu crescimento está quase sempre na base dos chamados “grupos de louvor”.
Isto não é novidade. Já tal acontecia na época de João Batista. Também na idade média, a música era muito utilizada nas igrejas e nos conventos. Mas parece que ter boa música nem sempre é sinal de espiritualidade, pois por vezes, quanto mais afastada está a igreja da mensagem de Jesus, melhor é a música e mais impecável a sua liturgia. Parece que se tenta colmatar por meios humanos o que nos falta do Poder do Senhor.
Não nos consta que houvesse música nas pregações de João Batista.
4.4 – Contribuições
Um dos aspectos mais polémicos dos nossos dias é o aspecto financeiro, as colectas levantadas para a manutenção dos cultos, pois é necessário pagar o edifício e o sustento dos pastores.
João Batista não tinha esses problemas pois ele não tinha nenhum edifício para o seu culto, nem pedia contribuições para o seu sustento. Segundo Mateus 3:4 E esse João tinha o seu vestido de pêlos de camelo e um cinto de couro em torno dos seus lombos; e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre.
Mas encontramos em Lucas 3:11 a resposta de João Batista à multidão que lhe perguntava: Que faremos? … Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira. João Batista não pedia ofertas para o culto, nem para o seu sustento, mas pedia solidariedade entre os que o seguiam. Essa ajuda ao próximo era perfeitamente espontânea. Não havia contabilidade nem tesoureiros, nem fiscalização dos donativos.
4.5 – Curas e milagres
As curas e milagres, são outro grande atractivo dos nossos dias. As maiores igrejas evangélicas são as que anunciam grandes milagres. Também no catolicismo noto esse fenómeno. Basta comparar as multidões que se juntam nos locais que prometem milagres, com a assistência aos grupos que se juntam para estudar a mensagem de Jesus, ambos da mesma Igreja Católica.
Não há registo de milagres ou curas efectuadas por João Batista. O milagre que ele fazia era a transformação da mentalidade dos seus ouvintes.
4.6 – Técnicas de comunicação
Penso que João Batista nada percebia de técnicas de comunicação, que aconselham a apresentar um ar simpático, agradável, a evitar atritos com os seus ouvintes, a nunca os criticar, mas elogiar as suas capacidades e comportamentos, a ter uma certa prudência para não os incomodar nem ofender ninguém.
João Batista falava sem rodeios e por vezes era rude e directo ao comunicar com os seus ouvintes. Sendo um homem isolado, sem nenhuma guarda pessoal nem guarda-costas, ousou dirigir-se aos …fariseus e saduceus, que vinham ao seu batismo, dizendo-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura? Mateus 3:7
Ele nunca se preocupou com o número dos seus discípulos, mas somente que fossem verdadeiros discípulos.
4.7 – Homilética
Também não me parece que João Batista se preocupasse com as regras da homilética nas suas pregações. É verdade que estamos noutra cultura bem diferente, mas segundo dizem os entendidos no grego, que não é o meu caso, ele não usa a linguagem elaborada dos intelectuais do seu tempo.
4.8 – Conceito de santidade
Segundo a mentalidade veterotestamentária, como já dissemos, o conceito de santidade era bem diferente do que temos desde que João Batista inicia a sua pregação, que foi homologada pela mensagem do Mestre.
No Velho Testamento temos uma santidade que significava pertencer ao povo santo ou separado, e ser perfeito sob o aspecto físico, quanto à saúde, à higiene e ao sexo. A discriminação sexual começava logo que um bebé nascia, pois segundo Levítico 12:2/5, ao nascer um menino, mãe ficava impura durante uma semana e proibida de entrar no Templo durante 33 dias, mas se nascesse uma menina, essa proibição passava para duas semanas e para 66 dias respectivamente. Em 1871 um arqueólogo descobriu a pedra com a inscrição que proibia a entrada de estrangeiros no Templo, que seriam condenados com a pena de morte em caso de desobediência. Também de acordo com Levítico 21:16/23, o Deus de Israel só aceitava uma oferta através dum sacerdote que fosse fisicamente perfeito, pois um sacerdote cego, ou coxo, ou de nariz chato ou com membros muito compridos (vr.18), ou com o pé ou a mão defeituosa (vr.19), ou corcunda ou anão ou com doenças de pele ou testículos defeituosos (vr.20), desde que tivesse algum defeito físico, não poderia oferecer uma oferta queimada ao seu Deus.
Na “Basileia” o novo Reino de Deus que João Batista anunciava, os critérios eram outros. Ele chamou de “raça de víboras” aos “santos” e “perfeitos” segundo o critério veterotestamentário, mas não discriminou nenhum dos que o procuravam com sinceridade, pois segundo Mateus 3:6 eram batizados no Jordão confessando os seus pecados. A ele se juntaram muitos dos que eram rejeitados pelo Templo de Jerusalém. Segundo Lucas 3:12/14 João Batista recebia publicanos, considerados como traidores a Israel e até soldados, não sendo possível dizer se seriam soldados romanos ou soldados judeus destacados para protecção dos publicanos que os acompanharam, mas em qualquer das hipóteses eram o oposto aos santos das sinagogas e do Templo de Jerusalém.
5) Conclusão
Jesus prometeu que voltaria, mas na sua segunda vinda já não será para salvar, mas sim para julgar o mundo e não podemos estar indiferentes aos últimos acontecimentos internacionais, a um mundo que cada vez se assemelha mais ao mundo que precedeu a vinda de Cristo, com a hipocrisia de certas igrejas, a deturpação da mensagem de paz e amor que Jesus nos deixou, o materialismo dos vários países em que mais importante que a justiça são os seus interesses económicos, pois qualquer dirigente político que fale em justiça internacional pouca aceitação terá, o que interessa aos governos são os seus interesses económicos.
Entretanto, a maior parte das igrejas ditas “evangélicas” continua com o seu habitual folclore religioso, tal como o Templo de Jerusalém nos dias de João Batista. Continuam indiferentes ao que se passa no nosso mundo, como se não tivessem uma função a cumprir. As igrejas tornaram-se mais um lugar de “santos” isolados do nosso mundo, do que lugar de pecadores arrependidos e transformados, com uma mensagem para os nossos dias.
Segundo Mateus 3:6, os discípulos de João Batista eram batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados, enquanto os sacerdotes e fariseus se apresentavam no Templo apregoando a sua santidade. Já tenho recebido mensagens de crentes que me dizem: “Sou um diácono ou um presbítero, e não me deixam sentar nas cadeiras na parte da frente, perto do púlpito…” Mas afinal, qual o ideal das nossas igrejas? É o Templo de Jerusalém onde exibiam a sua santidade, ou o grupo de pecadores de João Batista?
Lembro-me de que já há alguns anos, quando trabalhava no Município da Marinha Grande, um dos nossos carros que foi buscar material de construção a Lisboa, avariou-se na viagem de regresso, na vila de Alcoentre, mesmo em frente da grande prisão-escola, onde os presos são recuperados e aprendem uma profissão.
Como nessa pequena vila não havia oficina de reparação de automóveis, a não ser nas escolas profissionais dentro da prisão, foram pedir ajuda a essa instituição onde foram muito bem recebidos. Mas o que mais surpreendeu os nossos funcionários foi serem convidados para jantar, numa sala onde estavam os presos.
A comida, tanto os vegetais como a carne, eram produtos dos grandes terrenos da prisão onde os detidos se preparavam para a vida agrícola, e até o vinho era feito na adega da prisão. Alguns dos detidos, eram pessoas de idade, que já lá estavam há vários anos. Houve um que disse. “Eu já estou habituado a viver aqui. Lá fora, todos nos chateiam quando descobrem que estivemos presos.” Outro até acrescentou: “Se me mandarem embora, já sei o que vou fazer. Roubo alguma coisa e peço ao Juiz para voltar para a mesma prisão.”
Será possível transformar as nossas igrejas em alguma coisa parecida com isto? Em vez de serem lugares “chatos” no género de museus de santidade, com os seus santos embalsamados, como o velho Templo de Jerusalém? Será possível transformar as nossas igrejas em lugares onde os pecadores e os marginalizados possam sentir que são amados e bem recebidos?!!!
O Evangelho já não é tão pregado nos nossos dias como parece, pois pregar o Evangelho não é só por palavras. Isso seria muito fácil com os meios de que dispomos. Com a rádio, a TV e a internet seria possível divulgar as palavras, as principais afirmações teológicas, por todo o mundo ao mesmo tempo. Alguns famosos evangelistas americanos, já o têm feito, convencidos de que estão a pregar o verdadeiro Evangelho de Jesus, só por estarem teologicamente correctos. Talvez tão correctos como estavam os fariseus e saduceus que foram ao batismo de João.
Evangelismo bíblico, como João Batista ensinou, e Jesus confirmou, implica partilha de bens materiais. Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos faça da mesma maneira. Lucas 3:11 Os países ricos, geralmente estão dispostos a enviar os seus “missionários”, muitas vezes sem a necessária preparação secular nem teológica, mas não estão abertos à genuína evangelização que implica partilha de conhecimentos através de verdadeiros Missionários devidamente preparados, e muitas vezes partilha do que roubam aos países mais pobres.
Talvez tenhamos de voltar ao início e começar com a evangelização dos “evangélicos” do nosso mundo onde os ricos são cada vez mais ricos e se consideram como cristãos evangélicos. Mas será que ainda há tempo antes de Cristo voltar?!!
Penso que não está prevista a vinda de nenhum profeta antes da segunda vinda de Cristo. Até pelo contrário, essa vinda será repentina e quando menos esperarmos.
Mas pode ser que o Senhor tenha piedade de nós e nos levante algum pregador no género de João Batista, liberto do controle eclesiástico, pois afinal, isso não depende da vontade humana, nem do apoio das igrejas, nem das decisões das juntas missionárias, nem de grandes verbas para majestosos edifícios ou divulgação nas emissoras de rádio e TV. Tudo isso pode ajudar, mas não basta, pois tem fracassado assim como fracassou o Templo de Jerusalém.
Mas então, o que é necessário? Qual o segredo de João Batista?
Pensamos que em primeiro lugar, João Batista confiou no Senhor, não procurou apoio de nenhuma organização do seu tempo e disse o que afinal já todos sabiam, mas ninguém tivera a coragem de denunciar. Antes de falar aos gentios, ele começou por tentar “arrumar a sua casa” a Casa de Israel.
Talvez estejamos perto da segunda vinda de Jesus o Cristo, e o mais grave é que desta vez não haverá nenhum profeta para a anunciar, e ele virá para julgar o mundo em que vivemos. Mas quando será essa segunda vinda? Já me têm feito essa pergunta.
Tenho procurado ser realista e não vou mostrar a minha fraca “espiritualidade” dizendo que está para muito breve.
Penso que não será durante a minha vida, e talvez seja este o pensamento de muitos dos nossos irmãos.
Mas quero terminar com Mateus 24:44 …porque o Filho do homem há-de vir à hora em que não penseis.
Camilo – Marinha Grande – Portugal
Maio de 2003
Fonte: www.estudos-biblicos.net
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Tamar, uma princesa que foi violentada
E aconteceu depois disto que, tendo Absalão, filho de Davi, uma irmã formosa, cujo nome era Tamar, Amnom, filho de Davi, amou-a.(…) e disse-lhe: Vem, deita-te comigo, minha irmã. Porém ela lhe disse: Não, meu irmão, não me forces, porque não se faz assim em Israel; não faças tal loucura.(…) Porém ele não quis dar ouvidos à sua voz; antes, sendo mais forte do que ela, a forçou, e se deitou com ela.” 2 Samuel 13:1, 11, 12, 14.
A história é muito triste. Você pode ler no 2º Samuel 13. Tamar é filha de Davi, irmã de Absalão. Ela é estuprada, humilhada, e acaba seus dias vivendo como uma mulher desolada na casa do seu irmão. O que podemos aprender com esta triste situação?
A narrativa destes horríveis acontecimentos faz parte do progresso da revelação, e nos ensina muito sobre o plano de Deus na vida de Davi. Vemos como Deus castiga e disciplina o Rei Davi por causa dos seus pecados de assassinato e adultério. O estupro de Tamar faz parte do cumprimento das palavras de Deus a Davi, “Eis que da tua própria casa suscitarei o mal sobre ti” (2 Sam. 12:11) e contribui para a eventual rebelião de Absalão. Neste momento, porém, não vou tratar desta dramática história principal. Quero focar na pessoa de Tamar, e chamar atenção de vocês mulheres e meninas às atitudes e ações da sua irmã em Cristo, Tamar.
Podemos aprender muito com Tamar. Veja em primeiro lugar a pureza de Tamar. Ela é uma filha virgem do Rei. Ela não vive uma vida desregrada e devassa como muitas meninas dos nossos tempos. Ela se veste com modéstia (v. 18). Ela vive protegida, de tal forma que não tem como ela ficar sozinha com um homem (v. 2). Tamar viveu em outra época e outra cultura, mas você pode aprender com ela princípios bíblicos: é bom quando a filha de Deus se veste com modéstia, e vive de tal forma que seja impossível algum homem ficar a sós com ela, muito menos ter algum contato físico, antes do casamento. Você acha que isto é radicalismo? E é. A vida de um discípulo de Cristo é uma vida de transformação radical, nadando contra a correnteza da cultura deste mundo tenebroso.
Você é chamada à pureza, pois você é uma filha do Rei. Isto já basta para convencê-la a viver uma vida pura. Saiba, porém, que uma vida de pureza não somente glorifica a Deus, mas também serve para proteger você. Sendo moça, é impossível que você entenda completamente o que se passa na mente de um homem. Sendo assim, aprenda com Tamar como o desejo sexual masculino é uma força poderosa que pode tomar conta do homem levando-o a agir como um verdadeiro tolo. É isto que acontece com Amnon, meio-irmão de Tamar. Ele literalmente fica doente de amor (v. 2), chegando até mesmo a perder peso (v. 4). Mas não é um amor puro nem lícito. A lei proíbe relações entre irmãos, mesmo aqueles que têm apenas um dos pais em comum (Lev. 18:9). Não demora muito para este amor impuro se manifestar como algo que não passa de cobiça sexual imunda.
Aprenda com isto, moça. O poder do pecado para perverter tudo o que é bom e santo é muito forte. O pecado não precisa de muito encorajamento para tomar conta de um coração, de uma vida. Tamar agiu e viveu em pureza; mesmo assim, Amnon foi tomado por desejos impuros e ilícitos. Você deve entender que muitas coisas — um olhar, um “curti” no Facebook, um toque aparentemente inocente, uma roupa menos modesta — podem incitar o pecado que jaz na porta do coração dos homens em seu redor. Aprenda com Tamar a não contribuir ou estimular de forma alguma estes pecados.
Veja em segundo lugar a obediência de Tamar. Davi manda ela visitar a casa de Amnon, e preparar comida para ele. Vemos que Tamar não é apenas pura, mas também é uma filha obediente e trabalhadora. Ela segue sem demora às ordens do seu pai: vai à casa de Amnon. Ela prepara comida com suas próprias mãos. Se mostra uma filha obediente, e uma irmã atenciosa que cuida do irmão doente.
Aprenda com isto, moça. A cultura moderna lhe ensina: você deve ser autônoma, ninguém deve mandar em você. Trabalho de cozinhar e preparar comida é para a classe servil. Na cultura de hoje, você está cercada de moças que não prezam pela pureza, nem se aplicam à obediência aos pais, tampouco se dedicam aos deveres da casa. Seja diferente. Seja radicalmente diferente em Cristo. Você pode aprender muito com sua irmã Tamar.
Veja em terceiro lugar a sabedoria de Tamar. Amnon, de uma forma muito astuciosa, consegue criar a situação que antes lhe parecia impossível: estar a sós com sua irmã Tamar em seu quarto. Ele mandou embora os servos, mas Tamar não tinha como imaginar que o seu irmão doente e acamado representaria algum tipo de ameaça para ela. Quando Amnon segura sua irmã, veja como ela responde. Ela chama atenção à relação fraternal: “Não, meu irmão”. Ela chama atenção ao caráter violento daquilo que Amnon estava tentando fazer: “Não me forces”. Ela baseia seu repúdio não em primeiro lugar nas suas emoções ou desejos, mas antes apela ao código moral da nação: “não se faz assim em Israel.” Ela tenta convencer Amnon da tolice do pecado: “não faças tal loucura… Tu serias como um dos loucos de Israel”. Ela também tenta convencê-lo das consequências negativas para ela: “aonde iria eu com a minha vergonha?” Finalmente, Tamar encoraja Amnon a procurar os meios legais e lícitos para preencher os seus desejos: “Peço-te que fales ao rei, porque não me negará a ti”. Não sabemos se realmente Davi teria concordado com tal casamento, proibido pela Lei, mas vemos que a Lei não estava sendo aplicada integralmente nesta época, pois a censura prevista para o pecado de Amnon (Lev. 18:29) não foi aplicado por Davi. De qualquer forma, Tamar pediu que Amnon não se entregasse aos seus desejos em secreto e com o uso da violência, mas que ele colocasse o seu desejo diante das autoridades competentes para que fossem avaliados, e, se fossem concedidos, que o fossem aberta e voluntariamente.
A reação de Tamar é muito instrutiva. Ela não baseiou-se em seus desejos ou gostos. O importante não era se ela gostava, ou não; se ela queria, ou não. O importante era o que era certo e o que não era. Hoje em dia, a nossa cultura nos ensina que a base de toda decisão é: o que você quer? Os pais criam os seus filhos de tal forma que a primeira frase que fica ecoando em seus ouvidos é: “o que você quer?”. Assim somos ensinados que o critério mais importante para avaliar qualquer ação é o nosso desejo, o nosso estado emocional, os nossos gostos. Tamar nos lembra que devemos avaliar tudo pela Lei de Deus; quem age conforme esta Lei é sábia, e quem despreza esta Lei se entrega à tolice.
Quero aproveitar para advertir você, moça: não há necessidade alguma de você ficar sozinha em um quarto com um homem, a não ser que seja ser marido. É recomendável, pais, desde cedo instruir aos filhos que o quarto das meninas está fora dos limites para qualquer homem. Que as nossas filhas sejam honradas e protegidas, para que nem os piores e mais astuciosos possam fazer-lhes alguma coisa.
Parte II do Artigo
“Depois Amnom sentiu grande aversão por ela, pois maior era o ódio que sentiu por ela do que o amor com que a amara. E disse-lhe Amnom: Levanta-te, e vai-te. Então ela lhe disse: Não há razão de me despedires assim; maior seria este mal do que o outro que já me tens feito. Porém não lhe quis dar ouvidos. E chamou a seu moço que o servia, e disse: Ponha fora a esta, e fecha a porta após ela.” 2 Samuel 13:15-17
Veja em quarto lugar a retidão de Tamar. Depois de consumar o ato de violência contra a sua irmã, Amnon fica com uma aversão e ódio muito maior do que o desejo que antes ele sentia por ela. Assim é o pecado: se apresenta como algo desejável, mas deixa o sabor amargo de vergonha, ódio, e morte.
Amnon manda Tamar embora, mas ela recusa. Isso é impressionante! Ela se recusa a ir embora. Após ser violada e humilhada por seu irmão esperaríamos que ela ficasse muito ansiosa para sair logo da presença dele; que ela ficaria com grande aversão a ele! Não devemos negar o estado emocional de Tamar: com certeza, estava se sentindo humilhada e com certeza seria dificil para ela desejar a companhia do seu agressor. Porém, como já vimos, Tamar não toma as suas decisões baseada no seu estado emocional ou seus desejos. Ela procura viver conforme a vontade de Deus. “Não, meu irmão; porque maior é esta injúria, lançando-me fora, do que a outra que me fizeste.” (v.16). Parece que ela está apelando à Lei quando estipula que um homem que deita com uma virgem deve pagar seu dote e tomá-la por mulher (Exodo 22:16). Esta atitude, e as palavras de Tamar no verso 13, deixam a impressão de que a Lei sobre casamento entre meio-irmãos não estava sendo aplicada integralmente, pelo menos na classe social mais alta.
Tamar agora não é mais uma moça. Ela é uma mulher, e não pode mais viver como filha virgem do Rei. O certo era que ela passasse viver como mulher casada. Duvido que Tamar tivesse muito desejo de viver como esposa do homem que a humilhou, porém, ela não se baseiava nas suas emoções; ela baseiava-se naquilo que era certo. O certo era que o Amnon tinha o dever de assumi-la como esposa, mas, depois de ter roubado com violência a inocência dela, Amnon a repudiou com a mesma violência. Ele mandou o seu servo colocá-la para fora, fechando a porta após ela, como se ela fosse uma cachorra ou escrava.
Em quinto lugar, veja a reputação de Tamar. Ela saiu humilhada. Na sociedade, ela não se encaixava mais, vivia como uma mulher desolada na casa do seu irmão Absalão. Os homens na sua vida, que deveriam proteger e defendê-la, não fizeram nada. Absalão mandou que ela ficasse calada. Ninguém tratou a injustiça; ninguém puniu o agressor. Parece que a vítima sofreu todas as consequências, e o agressor saiu ileso. Como é possível? Tamar foi uma moça pura, obediente, sábia, e reta. Como é possível que a vida dela fosse destruída assim?
Aprenda com Tamar uma lição sobre a natureza da verdadeira religião: muitas vezes, servir fielmente a Deus não vai trazer benefícios neste mundo. Antes, traz sofrimento e humilhação. As vezes, os filhos de Deus podem questionar como o Salmista no Salmo 73: o que adianta viver conforme a Lei de Deus? Parece que os ímpios prosperam, e os fieis sofrem. Quando fazer o certo só traz sofrimento e humilhação, e ficamos nos questionando se realmente vale a pena, devemos lembrar dos dois caminhos. O caminho da cruz leva para a glória; o caminho da cobiça leva para a destruição. Veja o que aconteceu com aqueles que pecaram ou que falharam em seu dever de manter a justiça: Amnon morreu violentamente pelas mãos de Absalão; Davi foi publicamente humilhado por Absalão; Absalão morreu em desgraça.
E Tamar? Tamar é lembrada na Bíblia como uma moça pura, obediente, sábia, e reta. Ela até recebe uma menção de honra e destaque na genealogia de Davi em 1 Cron. 3:9. Sim, Tamar sofreu humilhação e desolação nesta vida. Mas, vivendo conforme a Lei que apontava o Cristo vindouro, ela foi recebida em glória e alegria indizíveis.
Talvez você tenha sofrido uma agressão física ou sexual. Talvez você tenha sofrido um abuso na infância. Talvez tenha esperado que as marcas difíceis se apagassem: marcas psicológicas, espirituais, emocionais e até físicas. Muitas vezes, com a ajuda de aconselhamento bíblico e acompanhamento médico, você pode superar uma grande parte destas marcas. Mas nem sempre. Às vezes, as consequências dos pecados cometidos contra nós não podem ser totalmente apagadas. Vivemos de certa forma desolados.
Olhe para Cristo. Você O conhece muito melhor do que Tamar, que só O via em tipos e sombras através da Lei. Você conhece o Cristo que é a purificação dos nossos pecados: nEle, você é mais do que pura. Nem pecados cometidos por você, nem os mais vergonhosos pecados cometidos contra você, podem mudar o fato que você é perfeitamente pura em Cristo. Você conhece a perfeita obediência de Cristo, que Deus imputou a você. Você é perfeitamente obediente, em Cristo. Você conhece a Cristo, nossa sabedoria. Você é perfeitamente sábia nEle. Você conhece a Cristo, nossa Justificação e nossa Retidão. Você é perfeitamente reta nEle.
Viva a sua vida, não desolada, mas consolada em Cristo. Não viva tendo pena de sí mesma; tenha antes pena daqueles que pecaram contra você. Seu Irmão mais velho, Jesus, não mandou você se calar; Ele não fez vista grossa ao pecado. Ele trata o pecado: ou Ele apaga o pecado com o Seu sangue, ou Ele castiga o pecado com a Sua ira eterna. Se seu agressor realmente se arrependeu, então este pecado vergonhoso dele foi lavado no sangue do Salvador— não manche a vida dele, nem a sua vida. Mas se seu agressor não se arrependeu, tenha pena dele. Tenha pena daqueles que vivem no pecado, e morrem no pecado. Jesus tratará este pecado nas chamas inapagáveis do inferno. Mas você: você viverá consolada na Casa do Senhor, confiante que o sangue dEle te purifica de toda injustiça.
Viva uma vida pura, obediente, sábia, e reta. Um dia você se encontrará com sua irmã Tamar. Você vai poder abraçá-la, e lhe dizer quanto o exemplo piedoso dela em meio da humilhação foi um grande encorajamento para você no seu caminho para a glória.
Sobre o autor
O Pr. Kenneth Wieske é Pastor da Igreja Reformada em Surrey, Colômbia Britânica. Desde 2000, serve as Igrejas Reformadas do Brasil como plantador de igrejas. É Bacharel pela McMaster University, Mestre em Divindade pelo Theological College of the Canadian Reformed Churches e possui estudos em línguas originais pelo Institut Farel de L´Église Réformée du Québec.
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Timóteo, um líder exemplar
Falar em Timóteo, é querer conhecer aquele que é considerado o destinatário de duas Cartas Paulinas: 1 e 2 Carta a Timóteo. No endereço da primeira carta encontramos:
“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, segundo o mandado de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus, esperança nossa.
2 a Timóteo, meu verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor”(1Tm 1,1-2)
Sua biografia pode ser conhecida a partir dos textos do Novo. Estas citações nos dão um bom conhecimento de Timóteo. Tentaremos montar uma biografia de Timóteo a partir de textos vindos dos livros do Novo Testamento, como resposta a pergunta que foi enviada:
1 – Atos 16,1: Timóteo filho de mãe Judia e pai grego.
“1 Chegou também a Derbe e Listra. E eis que estava ali certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego;”(Atos 16,1)
O conhecimento Biblico de Timóteo veio pelo ensino da sua mãe Eunice e sua avó, Loide, que são conhecidas pela piedade e fé o que é um indicativo que tenham sido cristãs convertidas por Paulo. Paulo não poupou elogios a Timóteo por seu conhecimento das Escrituras.
2 – 2 Tm 1,1-2: Paulo o considerou como seu amado filho.
“1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus,
2 a Timóteo, amado filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso Senhor.” (2 Tm 1,1-2)
Timóteo escolheu um ótimo guia espiritual. Paulo o considerava como um filho. Na adolescência conheceu o evangelho de Paulo e a este evangelho seguiu toda a vida. Timóteo escolheu a melhor parte. Paulo conhecia profundamente a religião judaica, estudou o judaísmo em Jerusalém na escola de Gamaliel, mas principalmente, era um apóstolo de Jesus Cristo. Paulo preparou a Timóteo para fazer uma grande obra, sendo conhecido como evangelista, mestre e pastor.
3 – Atos 16, 2, Morador de Listra e Icônio.
“2 do qual davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio. ” (Atos 16,2)
A reputação de Timóteo ultrapassava a sua cidade (Atos 16,2). Ele era estimado em Listra e também os moradores de Icônio reconheciam sua fé e davam bom testemunho dele.
4 – Atos 16:2-3 – Paulo leva consigo em suas viagens.
“3 Paulo quis que este fosse com ele e, tomando-o, o circuncidou por causa dos judeus que estavam naqueles lugares; porque todos sabiam que seu pai era grego.” (Atos 16,2-3)
Ao retornar a Listra durante sua segunda viagem, Paulo ouviu falar do bom testemunho dos irmãos sobre Timóteo resolve levá-lo consigo para o trabalho da pregação do evangelho. (Atos 16,2-3). Timóteo torna-se missionário deixa sua cidade e segue Paulo (Atos 16,3). Companheiro de Paulo ele ajudou a anunciar o evangelho até os confins da terra.
5 – Timóteo enviado por Paulo a Corínto, Filipos e Tessalônica.
Paulo enviou Timóteo para a obra de evangelização em varias comunidades por ele organizada. Nestas Igrejas a evangelização deveria continuar. Assim aconteceu em Corinto (1 Coríntios 4,17); em Filipos (Filipenses 2,19) e em Tessalônica (1 Tessalonicenses 3,2).
6 – Timóteo atuou como líder da igreja em Éfeso (1 Timóteo 1,3). ajudou os anciãos na evangelização e na solidificação da fé.
7) Timóteo nunca esmoreceu em sua fé mantendo firme na confissão de Jesus Cristo mesmo na prisão (Hebreus 13,23).
Concluindo:A vida missionária de Timóteo é um exemplo para nós. Ele é um modelo que declara que aquele que é forte em sua fé pode ser usado nas mãos de Deus. Timóteo já na sua adolescência começou seu ministério de evangelização. Ele nos diz que não devemos deixar para amanhã esta tarefa. O tempo é hoje.
Por Odalberto Domingos Casonatto
Fontw: www.abiblia.org
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Neemias, o restaurador
Filho de Hacalias e irmão de Hanani; copeiro do rei persa Artaxerxes (Longímano), e, posteriormente, governador dos judeus, reconstrutor da muralha de Jerusalém e escritor do livro bíblico que leva seu nome. Ne 1:1, 2, 11; 2:1; 5:14, 16.
Durante o 20.° ano do Rei Artaxerxes, no mês de quisleu (novembro-dezembro), Neemias, enquanto estava no castelo de Susã, recebeu visitantes, seu irmão Hanani e outros homens de Judá. Ao lhes perguntar, falaram-lhe sobre os grandes apuros dos judeus, e que a muralha e os portões de Jerusalém ainda estavam em ruínas. Neemias sentiu-se induzido a chorar. Por dias seguidos ele pranteou, continuamente jejuando e orando. Confessou o pecado de Israel, e, à base das palavras de Deus a Moisés (De 30:1-4), suplicou a Deus ‘fazê-lo objeto de misericórdia’ diante do Rei Artaxerxes, para que seu plano de reconstruir a muralha de Jerusalém fosse bem-sucedido. Ne 1.
Mais tarde, no mês de nisã (março-abril), as orações de Neemias foram respondidas. O rei notou a face sombria de Neemias e perguntou sobre o motivo disso. Neemias informou-o então sobre o estado lastimável dos assuntos em Jerusalém. Quando lhe foi perguntado o que procurava obter, Neemias, orando imediatamente a Deus, solicitou permissão do rei para retornar e reconstruir Jerusalém. O pedido lhe foi concedido. Além disso, Neemias recebeu cartas do rei, dando-lhe o direito de livre passagem através das regiões sob a jurisdição de governadores ao O do rio Eufrates e concedendo-lhe também suprimentos de madeira para o projeto. Ele partiu para Jerusalém acompanhado por chefes da força militar e cavaleiros. Ne 2:1-9.
Reconstruída a Muralha de Jerusalém. Depois de estar em Jerusalém por três dias, Neemias, sem que alguém o soubesse, exceto uns poucos homens com ele, fez uma inspeção noturna da cidade. Ao passo que os demais caminhavam, Neemias andava montado num animal, provavelmente um cavalo ou um jumento. Quando as ruínas encontradas eram tão extensas a ponto de bloquear a passagem, Neemias desmontou e seguiu a pé. Ne 2:11-16.
Terminada a inspeção, Neemias revelou seu plano aos judeus, trazendo à atenção deles a mão de Deus no assunto. Incentivados assim, eles responderam: “Levantemo-nos, e temos de construir.” Apesar das palavras depreciativas de Sambalá, o horonita, de Tobias, o amonita, e de Gesém, o árabe, os consertos começaram aproximadamente no dia quatro de ab (julho-agosto). Ne 2:17-20; compare isso com Ne 6:15.
Ao passo que a obra progredia, Sambalá e Tobias continuavam a depreciar e a escarnecer os esforços dos judeus, de consertar a muralha de Jerusalém. Neemias fez disso assunto de oração, “e o povo continuou a ter coração para trabalhar”.
Quando a muralha atingiu metade da sua altura, Sambalá, Tobias e povos vizinhos intensificaram sua oposição a ponto de conspirarem lutar contra Jerusalém. Neemias repetidas vezes recebeu neste sentido informações dos judeus que moravam perto da cidade. Novamente, Neemias mostrou em oração confiança em Deus.
Para enfrentar a tensa situação, ele armou os trabalhadores, providenciando que outros montassem guarda e esboçando um sistema de alarme. Neemias, à noite, nem mesmo tirava a roupa, evidentemente para estar pronto para lutar caso soasse um sinal de alarme dos vigias. Ne 4.
Mesmo nesta situação premente, Neemias não estava ocupado demais para dar a devida consideração ao clamor dos judeus. Ouvindo as suas queixas de que estavam sendo oprimidos por terem de pagar juros, ele censurou os nobres e os delegados governantes, providenciando uma grande assembléia, e, depois de expor este mal, mandou que a situação fosse corrigida. Ne 5:1-13.
Foi depois disso que os inimigos fizeram tentativas de parar a obra de reconstrução. Quatro vezes tentaram desviar Neemias do seu projeto, mas ele os informou que não podia tirar tempo da grande obra que estava fazendo. Depois disso, Sambalá enviou uma carta aberta com falsas acusações e sugeriu que se encontrassem para trocar idéias. Neemias respondeu: “Não vieram acontecer tais coisas como estás dizendo, mas é do teu próprio coração que as inventas.”
Tentando mais um truque, Tobias e Sambalá contrataram um judeu para amedrontar Neemias, a fim de que cometesse o erro de esconder-se no templo. Todavia, Neemias não se intimidou, e o conserto foi terminado com bom êxito no dia 25 de elul (agosto-setembro), apenas 52 dias depois do início da obra de reconstrução. No entanto, Tobias continuou a enviar cartas intimidadoras a Neemias. Ne 6.
Terminada a muralha, Neemias dirigiu sua atenção à obra da organização dos servos do templo. A seguir, colocou dois homens no comando da cidade, um deles sendo seu irmão Hanani. Neemias deu também instruções a respeito da abertura e do fechamento dos portões da cidade, e a guarda deles. Ne 7:1-3.
Registro Genealógico. Naquela época, a população de Jerusalém era bem pequena. Parece que foi por isso que Deus pôs no coração de Neemias reunir os nobres, os delegados governantes e o povo para serem alistados genealogicamente, porque as informações assim obtidas podiam servir de base para se tomarem medidas com o fim de aumentar a população de Jerusalém. Enquanto Neemias dava atenção a este registro genealógico, parece que ele encontrou o registro daqueles que tinham retornado com Zorobabel do exílio babilônico. Ne 7:4-7.
Restaurada a Observância da Lei. Foi provavelmente sob a orientação de Neemias que se realizou uma assembléia na praça pública perto do Portão das Águas. Embora evidentemente o sacerdote Esdras tomasse a dianteira em dar instruções na Lei, Neemias também participou nisso. (Ne 8:1-12) A seguir, realizou-se a Festividade das Barracas, de oito dias de duração. Dois dias mais tarde, os israelitas se reuniram novamente. Durante esta reunião, fez-se uma confissão geral do pecado de Israel. Depois se redigiu um contrato de confissão. Este contrato de confissão, ou “arranjo fidedigno”, foi atestado pelos príncipes, pelos levitas e pelos sacerdotes. Neemias, “o Tirsata [governador]”, foi o primeiro a atestá-lo com selo. (Ne 8:1310:1) Todo o povo concordou em se refrear de casamentos com estrangeiros, em observar os sábados e em apoiar o serviço do templo. A seguir, escolheu-se por sortes uma pessoa em dez para morar permanentemente em Jerusalém. Ne 10:2811:1.
Foi depois disso que se inaugurou a muralha de Jerusalém. Para esta ocasião, Neemias designou dois grandes coros de agradecimento bem como cortejos para percorrer a muralha em direções opostas. Isto foi feito, e todos se encontraram no templo para oferecer sacrifícios. Além disso, designaram-se homens como encarregados das contribuições para os sacerdotes e os levitas. Ne 12:27-47. Cerca de 12 anos depois, no 32.° ano de Artaxerxes, Neemias partiu de Jerusalém. Quando retornou, encontrou condições deploráveis entre os judeus. Eliasibe, o sumo sacerdote, fizera no pátio do templo um refeitório para ser usado por Tobias, o mesmo homem que antes se opusera ferrenhamente à obra de Neemias. Neemias agiu imediatamente. Lançou fora do refeitório toda a mobília de Tobias e mandou que o refeitório fosse purificado. Além disso, Neemias tomou medidas para assegurar as contribuições para os levitas e pôs em vigor a estrita observância do sábado. Disciplinou também aqueles que tinham tomado esposas estrangeiras, sendo que os filhos que tiveram com estas mulheres nem mesmo sabiam falar a língua judaica: “E comecei a ralhar com eles, e a invocar o mal sobre eles, e a golpear alguns homens deles, e a arrancar seu cabelo, e a fazê-los jurar por Deus: ‘Não deveis dar vossas filhas a seus filhos, e não deveis aceitar nenhumas das suas filhas para os vossos filhos ou para vós mesmos.’”
“Ralhar” Neemias com esses homens, sem dúvida, foi por ele repreendê-los e censurá-los por meio da lei de Deus, expondo a sua atuação errada. Estes homens colocavam a nação restaurada no desfavor de Deus, depois de Deus a ter bondosamente repatriado de Babilônia para restaurar a adoração verdadeira em Jerusalém. Neemias ‘invocou o mal sobre eles’, o que significa que recitou os julgamentos da lei de Deus contra tais violadores. Ele os ‘golpeou’, provavelmente não em pessoa, mas ordenou que fossem açoitados como ação judicial, oficial. ‘Arrancou-lhes (parte do) cabelo.’ Isto era símbolo de indignação moral e de ignomínia perante o povo. (Veja Esd 9:3.) Neemias enxotou então o neto do sumo sacerdote Eliasibe, que se havia tornado genro de Sambalá, o horonita. Ne 13:1-28.
Neemias, Exemplo Notável. Neemias se destaca como primoroso exemplo de fidelidade e devoção. Era altruísta, abandonando uma posição de destaque como copeiro na corte de Artaxerxes para empreender a reconstrução das muralhas de Jerusalém. Visto haver muitos inimigos, Neemias se expôs de bom grado ao perigo a favor do seu povo e da adoração verdadeira.
Ele não só dirigiu o conserto da muralha de Jerusalém, mas também teve parte ativa e pessoal nesta tarefa. Não desperdiçou tempo, era corajoso e destemido, confiava plenamente em Deus, e era discreto no que fazia. Sendo zeloso pela adoração verdadeira, Neemias conhecia a lei de Deus e a aplicava.
Preocupava-se com edificar a fé dos seus co-israelitas. Mostrava ser homem que manifestava o devido temor a Deus. Embora impusesse vigorosamente a lei de Deus, não era prepotente sobre os outros para fins egoístas, mas mostrava preocupação com os oprimidos. Nunca exigiu o pão devido ao governador.
Antes, fornecia alimentos para um considerável número de pessoas às suas próprias custas. (Ne 5:14-19) Apropriadamente, Neemias podia orar: “Lembra-te deveras de mim, ó meu Deus, para o bem.” Ne 13:31.
Fonte: www.fortalezaredes.com.br/documents/biblia/Mensagem
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Jezabel, o ícone do mal
Não há duas figuras bíblicas que são a expressão pura do mal do que Judas e Jezabel. Por mais de 2.000 anos, eles evoluíram como símbolos duradouros da traição masculina e depravação do sexo feminino que é altamente improvável que crianças cristãs tenham sido registradas com seus nomes. A história de Judas, o discípulo que traiu Jesus por 30 moedas de prata, é bem conhecida.
Não é assim com Jezabel. Ao longo dos séculos, em prosa, poesia, filmes, sermões e música, esta rainha pagã do século IX de Israel chegou a resumir a mulher má.
No entanto, os acontecimentos de sua vida, como disse em 1 e 2 Reis, são provavelmente desconhecidos para todos, até para os mais dedicados leitores da Bíblia.
Com a sua intriga, sexo, crueldade e assassinato, a história de Jezabel é um rico ensopado dos eventos históricos, interpretação alegórica e metafórica licença que fazem muitos dos dramas biográficos do Antigo Testamento uma leitura fascinante.
No clímax de sua longa luta para trazer o culto pagão ao reino de Israel, onde o Deus hebraico, o Senhor, é a única divindade, a rainha Jezabel paga um preço terrível. Lançada a partir de uma janela alta, seu corpo inerte é devorado por cães, cumprindo a previsão de Elias, o profeta do Senhor e inimigo de Jezabel.
Para modernas autoras feministas, Jezabel é uma das mulheres mais intrigantes nas Escrituras, uma mulher ainda de temperamento forte, politicamente astuta e corajosa manchada de sangue. A princesa fenícia que adora Baal, o deus pagão da fertilidade, Jezabel se casa com o rei Acabe do reino do norte de Israel.
Ela o convence a tolerar a sua fé estranha, então torna-se entrelaçados no conflito religioso vicioso que termina em sua morte. “Ela se tornou um bode expiatório conveniente para os escritores bíblicos misóginos que ela marcou como a principal força por trás da apostasia de Israel”, acredita a estudiosa bíblica, Janet Howe Gaines da Universidade do Novo México.
Autora de Música nos ossos velhos: Jezabel Através dos Séculos “[Ela] foi denunciado como um assassino, prostituta, e inimigo de Deus … No entanto, há muito para admirar nesta antiga rainha.”
Depois de seu casamento com o rei Acabe, Jezabel surge como o poder por trás do trono. Sua união representa uma aliança política, trazendo vantagens para ambas as nações. É também uma oportunidade para Jezabel para promover a propagação de sua religião Baal com os seus muitos deuses, sexo ritual e prostitutas do templo.
Ela odeia a religião hebraica monoteísta, e quando ela se torna rainha, os israelitas já começaram a adorar ídolos alienígenas.
Sob a influência maléfica de sua esposa, o rei Acabe protege e estimula rituais pagãos, o que levou o Senhor infligir uma seca de três anos em uma terra onde as pessoas estão rejeitando Ele. Aproveitando a iniciativa, Jezabel importa 450 sacerdotes de Baal, desde a sua Fenícia nativa e tem muitos dos profetas de Javé assassinados.
Para os judeus, a adoração de Baal era o pior pecado contra Deus, parecido com os cristãos de hoje ‘abraçando’ Satanás. Alguns intérpretes veem Jezabel como louvável fiel à sua religião pagã, mas os escritores dos livros de Reis retrata-a como um apóstata perigosa.
Para resolver a questão de quem é supremo, Javé ou Baal, o profeta Elias inventa uma competição no Monte Carmelo. Qualquer que seja a divindade, incendiar e destruir um touro sacrificial por intervenção divina será reconhecido como o verdadeiro Deus.
Por um dia inteiro, 450 profetas de Jezabel “executou uma dança pulando em volta do altar,” às vezes eles mesmos se mutilando com lanças e espadas. Nada acontece. Em seguida, é a vez de Elias orar, e a resposta é imediata. “O fogo do Senhor desceu e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, e a terra Quando viram isso, todas as pessoas se lançaram sobre os seus rostos e gritou: ‘… Só o Senhor é Deus”
Vitorioso, mas longe de ser magnânimo, Elias, em seguida, mata os profetas pagãos, – vingança pelo assassinato dos seguidores de Jeová. O Deus hebraico premia-o com o fim da seca em Israel.
A sorte está lançada entre o profeta triunfante e a rainha humilhada. Depois que seus seguidores são mortos, Jezabel envia uma mensagem venenosa a Elias ameaçando sua vida, o que levou-o a fugir para a segurança.
O drama muda para o palácio real, onde o marido de Jezabel cobiça de um vinhedo de propriedade de Nabote que ele quer para um jardim. A recusa de Nabote de vender a sua herança familiar envia Nabote para a morte.
Jezabel afirma a sua dominância. “Agora é a hora de mostrar-se rei de Israel”, diz ela com desdém. “Conseguirei a vinha de Nabote, o jizreelita, para você.”
Como ela consegue, reforça a imagem eterna de Jezabel como astuta e megera assassina. Ela falsifica a assinatura do rei e envia cartas aos munícipes falsamente acusando Nabote de blasfemar contra Deus.
Quando Nabote é confrontado publicamente, Jezabel incita a multidão: “Então, leva-o para fora, e apedreja-o até a morte.” Nabote morre, e sua propriedade reverte para a família real.
A trama nefasta de Jezabel é bem-sucedida, mas o desfecho inexorável segue rapidamente. Javé chama seu profeta Elias e o instrui a dizer ao rei Acabe que ele será punido. “Diga a ele: ‘Você assassinou e tomou posse no mesmo lugar onde os cães lamberam o sangue de Nabote, os cães irão lamber o seu sangue, também?’.”
Elias rapidamente relaciona a profecia de Javé ao rei, mas prevê que será Jezabel, não seu marido, que será despedaçado e comido por cães.
E assim foi. Ao lado de Jeú, um comandante militar ungido por outro profeta, Eliseu, para se tornar o novo rei de Israel. Acabe e um de seus filhos já morreram, Jeú é ordenado por Eliseu para destruir o resto da família real.
Em um campo de batalha, ele confronta o filho do casal Jorão. “Está tudo bem, Jeú?” pergunta Jorão. “Como tudo pode estar bem, enquanto sua mãe, Jezabel, traz em suas vestes inúmeras meretrizes e feitiços?” Jeú responde. Com isso, ele atira uma flecha através do coração de Jorão.
JEZABEL ENFRENTA SEU DESTINO COM SERENIDADE
Ciente sem dúvida de que o seu destino está selado, Jezabel calma e corajosamente se prepara para o inevitável. Como um Jeú sedento de sangue galopa para Jezreel, ela pinta os olhos, ajeita seus cabelos, e aguarda a sua chegada a uma janela superior do palácio.
Quando ele chega, Jeú ordena aos eunucos para jogá-la para fora, e no detalhe gráfico, os autores do Antigo Testamento descrevem o fim:
“Eles jogaram-na para baixo, e seu sangue respingado na parede e os cavalos pisotearem ela. Então [Jeú] entrou e comeram e beberam.” Saciado, ele ordena: “Atenda a essa mulher amaldiçoada e enterre-a, pois ela era a filha de um rei.
E foram para a sepultar, mas não acharam dela senão a caveira, os pés e as palmas das suas mãos.”A profecia de Elias foi cumprida. “Os cães devorarão a carne de Jezabel … E a carcaça de Jezabel será como esterco sobre a terra … De modo que ninguém será capaz de dizer: Este foi Jezabel”.
Há outras mulheres más na Bíblia, como a esposa de Potifar e a sedutora e traiçoeira Dalila de Sansão. A reputação de Jezabel, no entanto, eleva sua notoriedade para além de outras mulheres nas Escrituras.
Mas quanto é verdade? Histórias do Antigo Testamento originários nas brumas do tempo podem estar enraizadas na realidade, mas que evoluiu para a metáfora e a parábola com cada releitura.
Gaines acredita que os motivos dos Reis 1 e 2 escritores como com todos os autores do Antigo e Novo Testamento devem ser avaliados quando se considera a veracidade dos seus registros. A Jezabel pagã, ela observa, é coroada rainha de Israel em um tempo de apostasia.
Ela convenientemente proporcionou uma oportunidade para ensinar uma lição moral sobre os males do monoteísmo e adorando vários ídolos, e os escritores exageram suas transgressões em conformidade.
Apesar das referências a prostituta, não há nenhuma evidência bíblica de que Jezabel era uma prostituta ou uma esposa infiel, mas a mancha da imoralidade tem marcado uma prostituta por mais de 2.000 anos. Uma explicação é alegoria bíblica.
Os autores do Velho Testamento muitas vezes tem associado a adoração de falsos deuses e divindades estrangeiras com a sexualidade desenfreada.
“Cada palavra bíblica condena-a”, diz Gaines. “Jezabel é uma mulher sincera em uma época em que as mulheres têm pouco status e alguns direitos; um estrangeiro em uma terra xenófobo; um adorador de ídolos em um lugar com uma religião baseada em Yahweh, patrocinada pelo Estado; um assassino e um intrometido em assuntos políticos em uma nação de patriarcas fortes; um traidor em um país onde nenhum governante está acima da lei, e uma prostituta no território onde os Dez Mandamentos se originaram “.
Este interessante personagem bíblico é muito bem sucedido. Jezebel reaparece como um profeta do Novo Testamento em Apocalipse 2:20, incentivando os funcionários a fornicar e comer os animais que haviam sido sacrificados aos deuses. Ela veio através dos tempos como o símbolo principal da devassidão, feminilidade sem vergonha.
Ela foi delineado pelo dramaturgo William Shakespeare e o poeta Percy Bysshe Shelley, pelo reformador religioso do século 16 John Knox e o romancista James Joyce. Frankie Laine teve um sucesso internacional único Jezabel na década de 1950, e Boyz II Men canta sobre ela hoje.
Em 1938, Bette Davis ganhou um Oscar de melhor atriz interpretando o papel título no fumegante melodrama Jezabel, definido na década de 1850. Personagens de Jezabel apareceram em vários programas de televisão como I Love Lucy, Little House on the Prairie, e The Muppet Show.
E seu nome foi invocado durante a investigação sobre o caso do presidente Clinton com Monica Lewinsky. De Lady Macbeth de Lizzie Borden, entre as mais famosas vilãs da história, imaginário ou real, a rainha pagã dos Reis 1 e 2 ainda aparece como o mais perversa de todos elas.
Artigo traduzido do original em inglês Jezabel was a killer and prostitute, but She had her good side
Fonte: www.filhosdeezequiel.com/
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
O que não conseguir te matar, te fará crescer
Gênesis 50:14-21
14. Depois de haver sepultado seu pai, José voltou para o Egito, ele, seus irmãos, e todos os que com ele haviam subido para sepultar seu pai.
15. Vendo os irmãos de José que seu pai estava morto, disseram: Porventura José nos odiará e nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.
16. Então mandaram dizer a José: Teu pai, antes da sua morte, nos ordenou:
17. Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.
18. Depois vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis que nós somos teus servos.
19. Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em lugar de Deus?
20. Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida.
21. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei, a vós e a vossos filhinhos. Assim ele os consolou, e lhes falou ao coração.
Vemos nessa passagem José, quando era menino sonhava em ser líder. Resolveu contar seus sonhos para seus irmãos que quiseram mata-lo, porém não fizeram e venderam-no como escravo. Então José vai para uma terra distante e de idioma diferente do seu. Lá ele prosperou e acabou chamando a atenção da esposa do seu dono. Então José recusa-se a deitar-se com a patroa e deixa sua túnica nas mãos da mulher que acaba acusando-o de tentar estupra-la.
Então José vai para a prisão. Lá Deus o abençoa novamente e ele passa a liderar os presos. Então dois funcionários do Faraó que estavam presos tiveram sonhos e José revela-os dizendo que um seria solto e o outro seria morto. Ao copeiro, José pede para que ele fale de José a Faraó porém a Bíblia diz que ele esqueceu-se de José (Gn .
Faraó então tem um sonho que nenhum sábio do Egito decifrou, então o copeiro lembrou-se de José e falou para Faraó que havia um israelita preso que poderia decifrar o sonho de Faraó. O Faraó mandou então chamar o José. e José revelou a Farol o significado dos seus sonhos então faraó o colocou como governador do Egito para administrar o período de fome que teria naquela terra durante o período. A família de José precisou buscar alimentos no Egito e José endureceu com a sua família dizendo que eram espiões e ladrões na segunda visita dos seus irmãos ao Egito José revelou-se quem era e pediu para que toda sua família saísse de Canaã e fosse para o Egito. Jacó alegrou-se muito em saber que José estava vivo e levou toda sua família para morar no Egito com José.
Com a morte de Jacó conforme o texto que lemos, os irmãos de José acharam que ele que iria querer vingar-se do mal que fizeram para ele, porém José disse que o mal que haviam feito para ele Deus havia transformado em benção. Desse modo José reconheceu que embora seus irmãos tenho feito mal não conseguiram matá-lo E Deus transformou a dificuldade em benção.
O fundo do poço não matou José
A escravidão não matou José
A prisão não matou José
O esquecimento não matou José
Todas essas coisas o prepararam para ser líder.
Outro exemplo é a vida de Davi que enquanto pastoreava as ovelhas de seu pai teve que enfrentar um urso e em outra oportunidade enfrentar e derrotar um leão duas situações das quais ele poderia ter morrido e venceu. Essas situações fizeram com que Davi se credenciasse assim para enfrentar o gigante Golias. Depois enfrentou os filisteus e também foi odiado e perseguido pelo Rei Saul. Mas não morreu e chegou ao trono pronto para enfrentar as batalhas como grande Rei e líder do exercito de Israel.
O leão não matou Davi
O urso não matou Davi
O gigante Golias não matou Davi
O exército de Israel não matou Davi
O Rei Saul não matou Davi
O exército filisteu não matou Davi
Todas essas coisas fizeram de Davi um Rei corajoso e vitorioso nas batalhas
Mais um exemplo é Jacó que trabalhou 7 anos para casar-se com Raquel, fez o casamento e quando acordou viu que tinha passado a noite com Lia. Reclamou com o seu sogro que sugeriu que ele trabalhasse mais sete anos e ele o fez e o texto bíblico de Gênesis diz-que os sete anos passaram-se como poucos dias. Porém Raquel era estéril e 6 dos filhos de Jacó foram dados por Lia e e mais dois por sua concubina, vemos então que oito tribos surgiram do engano de Labão para Jacó.
A mentira não matou Jacó
A espera não matou Jacó
O engano não matou Jacó
Lia foi mãe de metade dos filhos de Jacó, ou seja gerou metade das tribos de Israel e. Sua concubina deu a Jacó mais 2 Filhos, logo 8 tribos existiram por causa de Lia.
Talvez você esteja passando por algo que não consegue entender hoje, mas saiba que Deus está no controle. Creia nisso.
Deus não usa meios convencionais ou as nossas vontades para fazer milagre ele usa a sua soberania Onipresença Onipotência e Onisciência.
O nosso papel é crer e esperar para ver o milagre acontecer.
Na Graça e no Amor de Cristo!
Pr. Robson Luiz de Oliveira
Acesse: http://prrobsonoliveira.blogspot.com.br/
Escrito por: Pr. Robson Luiz de Oliveira
Melquisedeque, rei e sacerdote
MELQUISEDEQUE, seu nome é a combinação de duas palavras dos cananeus: melchi = rei, zadok = justiça (rei da justiça). Melquisedeque era rei de Salém, uma cidade de Canaã e este nome Salém significa “paz” na língua dos cananeus. O nome cananeu dessa cidade iria mais tarde fazer surgir a saudação hebraica Shalom e seu equivalente árabe, Salaam. Salém contribuiria com suas cinco letras para formar a última parte do nome Jerusalém, cujo nome significa “o fundamento da paz”. Porém, ainda mais interessante do que a cidade de Salém propriamente dita era o rei que reinava sobre ela, Melquisedeque.
Mas o que fazia um “Rei da Justiça” entre os cananeus, famosos por sua idolatria, sacrifício de crianças, homossexualismo legalizado e prostituição nos templos? Será que ele recebera um nome impróprio? Não. Segundo o autor de Gênesis, este rei atuava também como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). O título “altíssimo” era muitas vezes aplicado na antiguidade à divindade Cananéia mais importante. Eles estavam em Canaã, podemos supor então que Melquisedeque era um rei-sacerdote cananeu. Mas, Abraão ao identificar o “Deus Altíssimo” de Melquisedeque com o “Senhor” (Gn 14.22), deu testemunho do Deus único e verdadeiro, a quem Melquisedeque dizia ser servo.
O ENCONTRO DE MELQUISEDEQUE COM ABRÃO
Abraão voltava com seus homens de uma guerra que travara contra cinco reis comandados por Quedorlaomer, rei de Elão, para libertar seu sobrinho Ló que tinha sido levado cativo (Gn 14.14-16). Ao chegar ao Vale de Savé, lhe veio ao encontro Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo (El Elyon).
A atitude de Abraão para com Melquisedeque comprova que este rei era digno de honrarias. Melquisedeque lhe veio ao encontro com uma saudação de paz. Abençoou Abraão e lhe ofereceu pão e vinho. Tudo foi aceito por Abraão. O mais surpreendente, Abraão, lhe entregou o dízimo dos despojos da guerra vencida contra os cinco reis.
Embora o conceito de Melquisedeque acerca de Deus, talvez fosse precário, o modo de Abraão corresponder à benção dele parece mostrar o reconhecimento de que eles dois serviam ao mesmo Deus (Gn 14.18). Melquisedeque é posteriormente mencionado como um tipo de prefiguração de Cristo Jesus, nosso grande Sumo Sacerdote (Hb 4.14), cujo sacerdócio é segundo a ordem de Melquisedeque e não de Levi (Hb 7.11; Sl 110.4).
O pão e vinho oferecido a Abraão por Melquisedeque era uma refeição comum naquela época (Jz 19.19), não podendo ser relacionada à ordenança neotestamentária da Ceia do Senhor. Melquisedeque ofereceu o alimento e a bebida para demonstrar amizade e hospitalidade.
A HUMILDADE DE ABRAÃO
Abrão era o detentor das promessas de Deus. Era em Abrão que todas as famílias da terra seriam abençoadas. Era Abrão que seria uma benção. Tudo isso Deus havia dito à Abrão. Mas diz o texto de Gênesis 14.18-19 “E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo (El Elyon). E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo (El Elyon), o Possuidor dos céus e da terra”.
Qual seria a resposta de Abraão se ele fosse cheio de orgulho arrogância e altivez: “Um momento alteza! O nome correto para o Altíssimo é Yahweh e não El Elyon! Além disso, não posso aceitar uma benção oferecida sob esse nome cananeu El Elyon, visto que todo conceito cananeu deve estar tingido de noções pagãs como a idolatria. Além do mais, Javé me disse que Eu é que deverei ser uma benção e abençoar todas as famílias da terra, inclusive Vossa Majestade. Não está se achando presunçoso ao abençoar-me?”.
Mas não foi nada disso que aconteceu, a resposta de Abraão a benção de Melquisedeque foi lhe entregar os dízimos de tudo que havia tomado na guerra (Gn 14.20). Este ato de Abraão ao dar o dízimo a Melquisedeque deu lugar mais tarde a um extenso comentário do escritor da Epístola aos Hebreus, no Novo Testamento: “Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos. E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão” (Hb 7.4-5).
Diz também o texto de Hebreus, que Melquisedeque abençoou o que tinha as promessas: “Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior” (Hb 7.6.7).
A GRANDEZA DE MELQUISEDEQUE
O autor de Hebreus cita uma profecia do rei e salmista Davi. A profecia declara explicitamente que o Messias judeu, quando vier não servirá como membro do sacerdócio levítico inerentemente temporário, com sua linhagem restrita. Em vez disso será um sacerdote da “Ordem de Melquisedeque”, e cuja ordem não ficará restrita a qualquer linhagem particular. Davi diz que a filiação do Messias à “Ordem de Melquisedeque” foi um juramento divino. “Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 104.4).
Como podemos entender a afirmação bíblica de que Melquisedeque era espiritualmente superior ao pai Abraão? O que o fazia superior?
Segundo Don Richardson, autor do livro “O Fator Melquisedeque”, a resposta parece estar no que cada um deles representava na economia de Deus: “Melquisedeque representava a revelação geral de Deus para a humanidade; Abrão representava uma revelação especial de Deus à humanidade, baseada na aliança, conforme registrada na Bíblia. A revelação geral de Deus é superior a sua revelação especial de duas maneiras: ela é mais antiga e tem influenciado toda a humanidade (Sl 19). Assim era apropriado que Abraão, como representante de um tipo de revelação mais recente e menos universal, pagasse o dízimo de reconhecimento ao representante da revelação geral”.
CONCLUSÃO
A presença de Melquisedeque servo do Deus Altíssimo, em Canaã, antes de Abraão, não diminuiu de forma alguma o destino especial dado por Deus a Abraão, nem lhe tirou o privilégio de ser um missionário de Javé. Não existe no texto bíblico a menor evidencia de algum tipo de ciúme ou inveja entre os dois. Ao oferecer a Abraão pão e vinho e este entregar a Melquisedeque o dízimo eles deram uma prova de que serviam ao mesmo Deus, não interessa o nome como cada um deles se referiam ao Todo-Poderoso, eles eram servos de El Elyon/Javé, e aliados na mesma causa, fazerem o povo conhecer o seu Deus.
Não podemos esquecer: Melquisedeque era um homem real, rei de uma cidade existente, não como alguns querem fazer crer que ele era uma aparição de Jesus. Ele era uma tipificação de Cristo, como foi José do Egito, Moisés e muitos outros.
Fonte: www.santovivo.net
Fontes:
Dicionário Bíblico – Editora Didática Paulista
O Fator Melquisedeque, Don Richardson – Editora Vida Nova
Bíblia de Estudo NVI – Editora Vida
Bíblia de Estudo de Genebra – Editora Cultura Cristã
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Abner, um grande príncipe em Israel
A história universal só se refere a dois tipos de homens: os heróis e os traidores. Na história da inconfidência mineira, por exemplo, os dois personagens que se destacam e de quem temos alguma informação são Joaquim José da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis, o herói e o traidor, respectivamente. Ninguém fala de Manoel Rodrigues da Costa, mas ele era um dos inconfidentes e era padre.
Na Bíblia, muitos personagens passam em branco, sem maior destaque, apesar de sua relevância nos textos. Outros personagens são referidos junto com alguém, tipo Caim e Abel ou Sansão e Dalila, viraram dupla sertaneja e pouco se sabe de suas histórias individuais.
Abner é um desses personagens de grande relevância na história de Israel e que pouco é referido nos estudos bíblicos e nos púlpitos.
Vamos começar pelo começo. Quem foi Abner? Um herói nacional israelense. Ele foi o principal auxiliar do rei Saul, era o comandante do exército israelense, além disso era primo de Saul e depois da morte dele, foi fiel a Is-Bosete, filho de Saul, que reivindicava o trono que foi de seu pai.
Por sua valentia, por sua lealdade Abner era tido em alta estima pelo rei e comia à sua mesa no palácio real, o que era uma honraria destinada a poucos.
Certa vez Saul procurava por Davi para matá-lo e acampou para passar a noite. O rei dormiu e em sua volta estava todo o exército de Israel que dormia profundamente, inclusive Abner. Davi veio ao acampamento israelense e chegou bem perto de Saul, tomou sua bilha (vaso de barro) e sua lança e saiu do meio do arraial.
Deus havia entregado Saul nas mãos de Davi, que se quisesse, teria matado o rei sem problema algum, mas Davi era o homem segundo o coração de Deus e, além de não matar o rei Saul, ainda advertiu Abner por não ter ficado em alerta para proteger a vida do seu senhor. Abner não gostou nadinha do “prestenção” de Davi e ficaram meio que intrigados.
Abner foi fiel ao seu rei mesmo quando ele foi morto e todo o Israel queria tornar Davi rei. Abner apoiou Is-Bosete, filho de Saul, que pretendia reinar em lugar do pai dele. O resultado do apoio de Abner a Is-Bosete, foi a divisão do reino de Israel. De um lado ficou Is-Bosete reinando sobre Benjamim, Gileade, Jizreel e Efraim e Davi reinava sobre as demais tribos e estabeleceu seu trono em Judá.
O comandante do exército de Davi era Joabe. Numa peleja contra Abner e o exército de Is-Bosete, Joabe acabou perdendo um irmão dele muito querido, que foi assassinado por Abner durante a guerra. Joabe jamais perdoou Abner por aquilo.
Depois de dois anos, Is-Bosete desprezava os conselhos de Abner e ainda foi tomar satisfações com ele a respeito de uma concubina de Saul que Abner tomou por mulher e acabaram se desentendendo feio. Abner foi para Davi e lhe jurou fidelidade. Davi o perdoou e o aceitou em seus exércitos e ainda designou Abner para conquistar o apoio dos benjamitas.
Quando Joabe soube da aliança de Davi com Abner não gostou, ficou indignado mesmo. Havia duas razões para isso, primeiro por causa do irmão de Joabe que Abner matou na peleja e depois, Joabe estava enciumado. Ele sabia da grandeza de Abner, de todas as suas vitórias, sabia que ele era muito experiente e logo imaginou que facilmente ele tomaria seu lugar de comandante do exército de Davi. Era uma possibilidade real.
Joabe teve uma ideia (sempre alguém tem uma ideia) e chamou Abner para conversar com ele, como se fosse uma conversa amigável, para tratar de estratégias de guerra e quando Abner chegou Joabe o matou. Isso mesmo, Joabe enfiou uma espada no peito de Abner, no mesmo lugar que ele havia ferido seu irmão.
Abner morreu e o pior é que Davi não sabia dos planos de Joabe, tudo aconteceu à revelia do rei. Parecia uma traição de Davi, logo após ele perdoar Abner e o aceitar em suas fileiras, o capitão do seu exército matou o homem. Davi ficou perplexo e profundamente consternado, porque ele valorizava os bons soldados, Davi sabia dos atos de heroísmo de Abner em defesa de Israel e o rei sabia honrar os leais servos de seu reino.
Davi pranteou Abner e disse: “Inocente sou eu, e o meu reino, para com o SENHOR, para sempre, do sangue de Abner, filho de Ner. Caia sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai, e nunca na casa de Joabe falte quem tenha fluxo, ou quem seja leproso, ou quem se atenha a bordão, ou quem caia à espada, ou quem necessite de pão.” (2 Samuel 3:28b-29).
Abner teve todas as honras de herói em seu enterro. Foi decretado luto oficial, com jejum e pranto em todo o reino e durante o sepultamento o rei Davi disse: “Não sabeis que hoje caiu em Israel um príncipe e um grande?” (2 Samuel 3:38). Abner tinha o porte, o caráter e a postura de um príncipe.
Depois da morte de Abner, Is-Bosete se enfraqueceu sobremaneira e veio a ser morto dias depois. Com a morte de Abner e depois de Is-Bosete, o reino foi reunificado e Davi confirmado no trono de Israel. Para homenagear Abner, por sua lealdade à casa de Saul, Davi constituiu como líder sobre a tribo de Benjamim a Jaasiel, filho de Abner.
Abner foi um herói nacional israelense. Foi o homem que, com sua morte, acabou por unificar o reino de Davi. Abner cumpriu sua missão, foi um instrumento nas mãos do Senhor, porém a mais memorável vitória de Abner aconteceu depois de sua morte.
Muitas vezes não prestamos atenção nos heróis humildes e pouco festejados da Palavra de Deus, da mesma forma como costumamos menosprezar os heróis cristãos do nosso tempo. São missionários, pregadores, pastores e evangelistas que todos os dias cumprem suas missões longe de suas casas, de suas famílias e nem por isso são valorizados e honrados como deveriam.
Pregar o evangelho não é para todo mundo, mas todo mundo pode contribuir com os servos de Deus que o fazem. Deus ama a quem contribui com alegria e contribuir com missões é (sem dúvida) a maior honra para os verdadeiros servos do Senhor. Assim como Abner, os heróis de nosso tempo são leais servos do Reino de Deus, que, certamente, os honrará conforme as ações e o coração de cada um.
Fonte: www.sombradoonipotente.blogspot.com.br
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Lídia
Hoje nossa personagem é Lídia. Assim com Maria e Agar, Lídia é um personagem coadjuvante. Sua história está narrada no livro de Atos dos Apóstolos, cujos personagens principais são os apóstolos e principalmente Pedro e Paulo. Mas hoje vamos prestar bastante atenção às pequenas falas de Lídia e aprender com essa mulher, que em muitos aspectos da vida não teria dificuldade para viver em nossos dias.
As Cores e os Tecidos
Quantas cores diferentes existem na natureza? Com a tecnologia atual, somos capazes de identificar e reproduzir milhões de tonalidades diferentes, como na tela de um computador.
Mas não foi sempre assim. Durante séculos as cores não fizeram parte da investigação humana. Às vezes pelas limitações técnicas, às vezes por simples desinteresse nelas como experiência estética.
Por muito tempo os principais tecidos utilizados na confecção de roupas não tinham cor. Eram de origem animal, como lã de carneiro, pelo de cabra e o couro de diversos animais, ou de origem vegetal como o linho e mais recentemente o algodão.
Com o tempo foi-se aprendendo a fabricar diversos tipos de tintura e as roupas começaram a ganhar cor: O Carmin era extraído de insetos; o Rosa era tirado das romãs; o Amarelo vinha do açafrão e o Púrpura (roxo) era extraído de um molusco comum no mediterrâneo, o Murex.
Lídia era uma vendedora do ramo de confecções. Não se sabe ao certo se ela trabalhava apenas com as tinturas ou se ela vendia os tecidos já tingidos. O certo é que no seu ramo de atividade ela negociava com produtos finos.
A história de Lida está registrada em Atos 16:13-15
Paulo, o missionário
Lídia entra em cena no texto bíblico a partir de um encontro com o apóstolo Paulo. Paulo, que havia perseguido e matado os cristãos, tivera um encontro pessoal com Jesus e agora também era um cristão. Ele passou a dedicar sua vida à pregação do evangelho e trabalhava como um missionário itinerante.
Paulo fez três viagens missionárias pelo oriente médio, uma parte da Ásia e o sul da Europa. Sempre pregando e testemunhando sobre o nome de Jesus. Foi no começo de sua segunda viagem que Paulo encontrou-se com Lídia.
A viagem até Filipos (Atos 15:40 – 16:12)
Quem era Lídia?
(Atos 16:13-15.)
As poucas informações que temos sobre Lídia estão registradas no encontro que ela teve com Paulo.
Lídia era uma comerciante. Ela era natural da cidade de Tiatira. Tiatira era um importante centro manufatureiro: tintura, confecções, cerâmica e trabalhos em bronze faziam parte da sua pauta de exportações. Lídia poderia ser uma espécie de representante comercial, em Filipos, dos produtores de Tiatira.
Os tecidos tingidos, que Lídia vendia eram bastante caros, coisa fina, comprados apenas pela elite política e militar de Filipos. Por isso não é difícil imaginar que ela era um mulher bem relacionada na alta sociedade filipense. Quem sabe uma espécie de Daslu, aquela loja chique de São Paulo.
No texto, ela coloca sua casa à disposição de Paulo, Silas, Lucas e outros que talvez estivessem com eles. Não era uma casa pequena. E para mantê-la, Lídia deveria contar com alguns empregados. Por isso é razoável concluir que Lídia provavelmente gozava de excelente situação financeira. Além disso, os tecidos de púrpura eram caríssimos e os lucros deveriam ser muito bons.
Lídia era uma mulher independente. Tinha seu próprio negócio e aparentemente não precisa prestar contas a ninguém. Ela convidou Paulo para hospedar-se em sua casa sem ter a necessidade de consultar qualquer outra pessoal. Pode ser que Lídia fosse solteira ou mesmo uma viúva.
Outra coisa que chama a atenção a respeito de Lídia é que Lucas a identificou como uma mulher temente a Deus. Essa expressão não tinha o mesmo significado que tem hoje. Lídia não era judia nem cristã. Ela não era uma mulher com um profundo relacionamento com Deus.
Na verdade a expressão “temente a Deus” servia para identificar aquelas pessoas que tinha simpatia pelo Judaísmo, mas que ainda não se haviam convertido àquela religião. Como simpatizante, Lídia deveria ter ouvido algo sobre o messias e escutado alguma coisa sobre as promessas do Deus criador de todas as coisas
Quantas Lídias estão aqui hoje? Quantas gostariam de ser essa Lídia: empresária bem sucedida, bons relacionamentos na alta sociedade, vestida de púrpura, independente e temente a Deus?
O Encontro
Depois da longa viagem de Antioquia até Filipos, Paulo descansou. Ele tinha a informação de que algumas pessoas usavam a margem de um rio, fora da cidade, para orar e conversar sobre Deus.
No Sábado, ele se dirigiu para lá e começou a apresentar o evangelho de Jesus às mulheres que estavam por perto. Uma daquelas mulheres era Lídia, a vendedora de púrpura.
A vida não é só trabalho
O que fazia a empresária do ramo de confecções, em pleno sábado, sentada na beira do rio junto com outras mulheres? Porque ela não estava conferindo a vendas da semana e verificando os pagamentos da semana seguinte? Porque ela não estava negociando melhores preços com os mercadores que chegaram de Tiatira? Porque ela estava em um chá beneficente promovido pela esposa de um militar romano, onde poderia conquistar outros clientes? Por um motivo simples. É saudável e necessário trabalhar, mas a vida não é só trabalho. Lídia parou os negócios para orar.
Há mulheres com grande capacidade de trabalho, talvez Lídia fosse assim, talvez você seja assim. Inúmeras atividades ao mesmo tempo: compra mercadorias, vende seus produtos e serviços, arruma a casa, orienta os funcionários, vai ao banco, conversa com os filhos, apóia o marido, vai ao supermercado, sorrir para o cliente, aconselha a amiga, negocia como fornecedor, dá um jeito no cabelo, escolhe a carne da semana, pechincha o preço, acerta um prazo. Você precisa parar!
A vida não é só trabalho! Era sábado e Lídia parou os negócios para orar e conversar sobre Deus. Quando é que você para? Ou você acha que não precisa? Ou você pensa que não dá? É muito bom realizar-se profissionalmente, dá muito prazer ser reconhecido por aquilo que se faz, mas a vida não é só trabalho.
É preciso parar pra tocar a família. Não é só alimentar vestir e dar conselho, mas abraçar beijar, ficar junto, sorrir junto. Quando é que você para pra estar em família?
É preciso parar pra ver a si mesma. Olhar-se no espelho, olhar pra dentro si, sentir suas dores e alegrias, enxergar para onde se está caminhando e quem realmente somos. Quando é que você pára pra ver a si mesma?
E mais que tudo é preciso parar pra ficar junto de Deus. Colocar uma trava na vida que nos permita contemplar o que há de mais importante: a presença do Deus eterno. Essa era a idéia do shabat, do descanso: Parar e contemplar a Deus em oração e reflexão. Você tem que parar, se não a jornada vai ficar cada vez mais difícil e cansativa. Quando é que você pára pra ficar junto de Deus?
Sensibilidade à Palavra de Deus
Outro aspecto importante da vida de Lídia é sua sensibilidade à Palavra de Deus. Ela achava bom ouvir sobre Deus. Quando Paulo se aproximou e começou a falar sobre o evangelho de Jesus, ela prontamente quis saber do que se tratava. Talvez ela já tinha ouvido falar sobre o Deus Iavé e sobre os feitos tremendos que o povo de Israel vivera no passado, mas Jesus ela não conhecia.
Então, seu coração, sensível às coisas eternas, foi aberto pelo Senhor para atender às coisas que Paulo dizia. A palavra grega usada por Lucas para descrever a atitude de Lida, traduzida como atender, tem o sentido de… Ocupar a mente em… Prestar atenção a… Ser cuidadoso sobre… Aplicar-se a… Aderir a…
Depois de parar e orar, a comerciante de Tiatira agora está prestando atenção. Deus abriu seu coração, lhe fez sensível. Ela decidiu ocupar sua mente em compreender o evangelho de Jesus, optou por aplicar-se a tudo que Paulo lhe falava e por fim aderiu à mensagem salvadora de Jesus.
Em que você ocupa sua mente? Em que você tem investido sua energias e emoções? A vida é muito breve e muitas vezes consumimos nossos dias com frivolidades e intrigas; outras vezes,obsecados pela perfeição, ocupamos a mente com detalhes bobos e sem importância; outras vezes ainda aplicamos nossa vida em coisas, e não em pessoas. As coisas são fulgazes, pessoas são eternas.
Lídia descobriu que há algo maior e melhor do que tudo: conhecer ao Senhor Jesus e viver para Ele. Não é abandonar a vida, mas viver a vida para o louvor de Deus, do jeito que se alegra e que é o melhor para nós. Se Deus lhe tornou sensível ao evangelho, abra seu coração para atender ao que a Palavra lhe diz.
Disposição e Decisão para Ajudar
Em seu negócio, Lídia era acostumada a tomar decisões, a solucionar problemas. Não é demais dizer ela gostava de fazer parte das soluções. Depois de ser batizada e conduzir sua família ao batismo, Lídia colocou sua casa à disposição para hospedar Paulo e os demais irmãos. Ela viu a necessidade e decidiu ser parte da solução.
Qual é a sua reação diante dos problemas e necessidades com as quais você se depara?
Há pessoas que simplesmente tentam encontrar culpados que não sejam elas mesmas. No lugar de Lídia, essas pessoas diriam: “O problema é que a igreja de Antioquia foi irresponsável. Enviou Paulo e os outros sem os recursos necessários e agora eles estão por aqui sem poder nem domir em bom hotel”
Há pessoas que diminuem os problemas para não ter que se envolver com eles. No lugar de Lídia, eles diriam: “Olha, eu não vou nem perguntar se Paulo tem onde ficar, com certeza ela vai ficar em um bom hotel. Paulo é gente boa e um caro desenrolado, ele vai resolver essa questão fácil, fácil”
Outras pessoas parecer ter satisfação quando os problemas fazem outros sofrerem. Eles talvez falassem o seguinte: “Missionário é assim mesmo! O sujeito tem que penar! Ele não resolveu sair pelo mundo afora pregando, agora tem aguentar,né?”
Com Lídia foi diferente. Lucas diz o seguinte: “Ela foi batizada com toda a família, e nos pediu que ficássemos como seus hóspedes. “Se os senhores concordam que sou fiel ao Senhor” disse ela, “venham ficar em minha casa”. E ela insistiu até que fomos. O que você diria para aquele pregador itinerante?
Conclusão
Lídia era uma comerciante bem sucedida em seus negócios. Ela havia prosperado financeiramente, era respeitada na sociedade, andava sempre bem vestidda e tinha amigos influentes. Precisa mais?
Precisa! Lídia descobriu que nada disso fazia realmente sentido sem que o vazio existência que ela levava no peito fosse preenchido.
Quando ela ouviu Paulo falar sobre Jesus o filho de Deus. Aquele cujo amor por nós foi maior que amor por sua própria vida, Lídia entregou-se por inteira e tornou-se a primeira pessoa da Europa, que se tem registro, a aceitar a Salvação através de Cristo Jesus.
Eu quero lhe oferecer a oportunidade de renovar seu compromisso com o Senhor. Se você compreendeu hoje que você precisa do exemplo de Lídia em sua vida, venha até à frente para orarmos juntos ao Senhor.
Se você ainda não entregou sua vida a Jesus, eu quero lhe dar a oportunidade de dizer publicamente: assim como fez Lídia, eu aceito a Jesus como meu Senhor e Salvador, e você vai fazer isso levantando uma de suas mãos.
Lídia gostava das cores, ela vendia tecidos coloridos, mas descobriu que em Jesus, as cores ganham vida e a vida passa a ter sentido.
Fonte: www.sermao.com.br
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
Gamaliel, o mestre
A multidão estava em silêncio total. Apenas alguns instantes antes, quase tinha matado o apóstolo Paulo. Este, também conhecido como Saulo de Tarso, fora resgatado por soldados romanos e se encontrava então diante do povo no alto duma escadaria, perto do templo em Jerusalém.
Acenando com a mão para pedir silêncio, Paulo começou a falar em hebraico, dizendo: “Homens, irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós. . . . Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus, assim como todos vós sois neste dia.” — Atos 22:1-3.
Com a vida em perigo, por que iniciou Paulo a sua defesa dizendo que tinha sido educado por Gamaliel? Quem era Gamaliel e o que estava envolvido em ser ensinado por ele? Influenciava esse treinamento a Saulo mesmo depois de ele se tornar o apóstolo cristão Paulo?
Quem era Gamaliel?
Gamaliel era um bem-conhecido fariseu. Era neto de Hilel, o Velho, que fundara uma das duas grandes escolas de pensamento dentro do judaísmo farisaico.[1] O método de ensino de Hilel era considerado mais tolerante do que o do seu rival, Shamai. Depois da destruição do templo de Jerusalém em 70 EC, Bet Hilel (Casa de Hilel) era preferida a Bet Shamai (Casa de Shamai). A Casa de Hilel tornou-se a expressão oficial do judaísmo, visto que todas as outras seitas desapareceram com a destruição do templo de Jerusalém. As decisões de Bet Hilel servem muitas vezes de base para a lei judaica na Míxena, que se tornou o fundamento do Talmude, e a influência de Gamaliel, pelo visto, era um grande fator na sua predominância.
Gamaliel era tão estimado, que foi o primeiro a ser chamado de raban, título superior ao de rabino. De fato, Gamaliel tornou-se uma pessoa tão respeitada, que a Míxena diz a seu respeito:
“Quando Raban Gamaliel, o velho, faleceu, cessou a glória da Tora, e pereceram a pureza e a santidade [lit. “separação”].” — Sotah 9:15.
Como foi instruído por Gamaliel?
Quando o apóstolo Paulo disse à multidão em Jerusalém que tinha sido ‘educado aos pés de Gamaliel’, o que queria dizer com isso? O que envolvia ser discípulo dum instrutor tal como Gamaliel?
Referente a esse treinamento, o professor titular Dov Zlotnick, do Seminário Teológico Judeu da América, escreve:
“A exatidão da lei oral, portanto, sua confiabilidade, depende quase que inteiramente do relacionamento entre mestre e discípulo: do cuidado do mestre no ensino da lei e da presteza do discípulo em aprendê-la. . . . Por isso, instava-se com os discípulos a sentar-se aos pés dos eruditos . . . ‘e beber as suas palavras com sede’.” — Avot 1:4, the Mishnah.
Emil Schürer, no seu livro A History of the Jewish People in the Time of Jesus Christ (História do Povo Judeu no Tempo de Jesus Cristo), lança luz sobre os métodos dos instrutores rabínicos do primeiro século. Ele escreve: “Os rabinos mais famosos muitas vezes reuniam em sua volta grande número de jovens desejosos de instrução, com o fim de familiarizá-los cabalmente com a ‘lei oral’ muito ramificada e verbosa. . . . A instrução consistia num contínuo e persistente exercício de memória. . . . O instrutor apresentava aos seus alunos diversas questões legais para as resolverem, e deixava-os responder ou ele mesmo as respondia. Permitia-se também aos alunos fazer perguntas ao instrutor.”
No conceito dos rabinos, para os alunos estava em jogo muito mais do que apenas serem aprovados. Advertia-se os que estudavam sob tais instrutores: “Quem se esquecer de uma única coisa do que aprendeu — a Escritura o considera como pondo a vida em jogo.” (Avot 3:8) O maior louvor era dado ao estudante que era como “um poço rebocado, que não perde uma só gota de água”. (Avot 2:8) Este foi o tipo de treinamento que Paulo, então conhecido pelo seu nome hebraico, Saulo de Tarso, recebeu de Gamaliel.
O espírito dos ensinos de Gamaliel
Em harmonia com o ensino farisaico, Gamaliel promovia a crença na lei oral. Dava assim maior ênfase às tradições dos rabinos do que às Escrituras inspiradas. (Mateus 15:3-9) A Míxena cita Gamaliel como dizendo: “Arruma para ti um instrutor [um rabino] e livra-te da dúvida, porque não deves dar um dízimo excessivo por mera conjectura.” (Avot 1:16) Isso significava que, quando o A.T não especificava o que fazer, não se devia usar o próprio raciocínio ou seguir a própria consciência para tomar uma decisão. Em vez disso, devia-se achar um rabino habilitado, que tomaria a decisão por ele. Segundo Gamaliel, só assim se podia evitar o pecado. — Note Romanos 14:1-12.
No entanto, Gamaliel, em geral, era conhecido pela atitude mais tolerante e liberal nos seus decretos jurídicos, religiosos. Por exemplo, ele tinha consideração para com as mulheres, ao decidir que ele “permitiria a uma esposa casar-se de novo à base da atestação [da morte do seu marido] por uma única testemunha”. (Ievamot 16:7, the Mishnah) Além disso, para proteger a divorciada, Gamaliel introduziu diversas restrições na emissão da carta de divórcio.
Esse espírito é também percebido na maneira de Gamaliel tratar os primeiros seguidores de Jesus Cristo. O livro de Atos relata que, quando outros líderes religiosos procuravam matar os apóstolos de Jesus, os quais eles tinham prendido por pregarem, “levantou-se certo homem no Sinédrio, um fariseu de nome Gamaliel, instrutor da Lei, estimado por todo o povo, e mandou que pusessem os homens para fora por um pouco de tempo. E ele lhes disse: ‘Homens de Israel, prestai atenção a vós mesmos quanto ao que pretendeis fazer com respeito a estes homens. . . . Digo-vos: Não vos metais com estes homens, mas deixai-os em paz; . . . senão podereis talvez ser realmente achados como lutadores contra Deus.’” Eles acataram o conselho de Gamaliel e soltaram os apóstolos. — Atos 5:34-40.
O que significou para Paulo?
Paulo fora treinado e educado por um dos maiores instrutores rabínicos do primeiro século EC. Sem dúvida, o apóstolo mencionar Gamaliel induziu a multidão em Jerusalém a dar atenção especial ao seu discurso. Mas ele falou-lhes de um Instrutor muito superior a Gamaliel — Jesus, o Messias. Foi então como discípulo de Jesus, não de Gamaliel, que Paulo se dirigiu à multidão. — Atos 22:4-21.
Será que o treinamento que Paulo recebeu de Gamaliel influenciou o ensino de Paulo como cristão? É provável que a instrução rigorosa nas Escrituras e na lei judaica tenha sido útil para Paulo como instrutor cristão. No entanto, as cartas divinamente inspiradas de Paulo, encontradas na Bíblia, mostram claramente que ele rejeitava a essência das crenças farisaicas de Gamaliel. Paulo orientou seus conterrâneos judeus e todos os outros não para seguir os rabinos do judaísmo, nem para adotar tradições humanas, mas para seguir a Jesus Cristo. — Romanos 10:1-4.
Se Paulo tivesse continuado a ser discípulo de Gamaliel, ele teria usufruído grande prestígio. Outros do círculo de Gamaliel ajudaram a definir o futuro do judaísmo. Por exemplo, Simão, filho de Gamaliel, talvez colega de estudos de Paulo, desempenhou um grande papel na revolta judaica contra Roma. Após a destruição do templo, o neto de Gamaliel, Gamaliel II, restabeleceu a autoridade do Sinédrio, transferindo-o para Jabneh. O neto de Gamaliel II, Judá ha-Nasi, foi o compilador da Míxena, que se tornou a base do pensamento judaico até o dia de hoje.
Saulo de Tarso, como aluno de Gamaliel, poderia ter obtido grande destaque no judaísmo. Mas Paulo escreveu a respeito de tal carreira: “As coisas que para mim eram ganhos, estas eu considerei perda por causa do Cristo. Ora, neste respeito, considero também, deveras, todas as coisas como perda, por causa do valor superior do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele tenho aceito a perda de todas as coisas e as considero como uma porção de refugo, para que eu possa ganhar a Cristo.” — Filipenses 3:7, 8.
Por deixar para trás a carreira de fariseu e tornar-se seguidor de Jesus Cristo, Paulo fez uma aplicação prática do conselho do seu instrutor anterior, de prevenir-se para não ‘ser realmente achado como lutador contra Deus’. Por cessar de perseguir os discípulos de Jesus, Paulo deixou de lutar contra Deus. Em vez disso, por se tornar seguidor de Cristo, tornou-se um dos “colaboradores de Deus”. — 1 Coríntios 3:9.
A mensagem do verdadeiro cristianismo continua a ser proclamada nos nossos dias. Muitos, iguais a Paulo, fizeram mudanças dramáticas na sua vida. Algumas até mesmo renunciaram a carreiras promissoras, a fim de ter maior participação na pregação do Reino de Deus, que é deveras uma obra “de Deus”. (Atos 5:39) Como nos sentimos felizes de ter seguido o exemplo de Paulo, em vez de aquele do anterior instrutor dele, Gamaliel!
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Notas:
[1] Algumas fontes dizem que Gamaliel era filho de Hilel. O Talmude não esclarece este assunto.
Fonte: www.bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/04/gamaliel-instrutor-de-saulo-de-tarso.html
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos
A viúva de Zarefate
Após o ribeiro de Querite haver secado, Elias foi enviado para novas cenas, fora dos limites de Israel, para aprender novas lições de graça e poder de Deus. “A palavra do Senhor veio a ele, dizendo: Levanta-te, vai para Zarefate, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva que te sustente.”
A correspondência e contraste na vida de Jesus não deixará de ser lembrado. Depois que Ele tinha manifestado o juízo sobre a condição moral e cegueira dos líderes, “partiu para as regiões de Tiro e Sidom,”.
Em Zarefate, depois de ter exposto o verdadeiro estado do coração do homem, Ele revelou o coração de Deus a uma pobre mulher cananéia, que era destituída de toda reivindicação sobre sua bondade e misericórdia (Mateus 15).
Elias foi enviado para a mesma região para ser sustentado, e também para tornar-se o canal da graça de Deus, e demonstrar o mesmo poder da ressurreição.
Duas coisas podem ser observadas no comando que ele recebeu. Aprendemos em toda parte nas Escrituras, que quando o povo de Deus cai em uma condição de apostasia, e recusam Seu testemunho, Ele se vira, por assim dizer, para aqueles que estão de fora, e lá expõe a soberania de Sua graça.
O próprio Senhor lembrou seus ouvintes na sinagoga de Nazaré deste fato, e citou em seu apoio este mesmo caso da viúva de Zarefate, bem como a de Naamã, o sírio. (Veja também Atos 13:46). Assim foi com Elias.
Israel não quis ouvir a sua mensagem, e o Senhor o mandou para uma temporada para aquele que era um alienígena da comunidade de Israel, e um estranho às alianças da promessa. Mas no próprio serviço, sobre o qual ele foi enviado, sua própria fé foi testada.
Uma viúva é expressiva nas Escrituras de quem está desolado e sem recursos, e foi para a uma viúva que Elias teve que ir para receber apoio, para que pudesse aprender a lição para si mesmo, para qualificá-lo para o seu trabalho futuro, que, quando todos os fluxos criados se extingue, a plenitude de Deus permanece imutável.
Uma marca infalível de um verdadeiro servo é a obediência. Quando Elias foi ordenado a esconder-se junto ao ribeiro de Querite, “ele foi e fez conforme a palavra do Senhor”, e agora, a ordem de ir para Zarefate, “ele se levantou e foi para Zarefate.” Esta obediência simples e inquestionável justificou a sua afirmação de que ele “estava” diante do Senhor Deus de Israel.
O próprio termo “servo” implica sujeição à vontade de outrem; e nesta mesma conta, temos a apresentação do Servo perfeito naquele que não veio para fazer a Sua vontade, mas a vontade daquele que o enviou.
E nunca se deve esquecer que a obediência é o sinal do poder. Se solicitado a especificar a maior demonstração do poder a serviço de Elias, muitos se referem à cena no Monte Carmelo, onde ele desafiou os sacerdotes de Baal para provar a existência do seu Deus, e, quando em seu fracasso, depois que o Senhor havia justificado seu servo enviando fogo do céu para consumir o sacrifício, ele ordenou que todos fossem mortos.
Mas o verdadeiro poder espiritual, silencioso e constante, é muito mais conclusivamente demonstrado ao olho espiritual pela obediência à vontade de Deus.
A VIÚVA SE SURPREENDE COM O PEDIDO DE ELIAS
Chegando em Zarefate, ele foi imediatamente colocado em contato com a pobre viúva que era para ser sua anfitriã. Lá estava ela, pela porta da cidade “apanhando lenha.” A fé de Elias não havia percebido nenhuma dificuldade, seja em sua aparência, ou na pobreza evidente de suas circunstâncias.
Ele sabia que ela tinha sido ordenado para sustentá-lo, e, portanto, repousa sobre a certeza da palavra do Senhor, ele pediu que ela ir buscar um pouco de água num vaso, para que pudesse beber. Enquanto ela ia buscar a água, ele acrescentou mais um pedido: “Traga-me, peço-te, um bocado de pão na tua mão.”
Este segundo pedido foi usado para provocar a condição em que foi encontrado esta pobre viúva. Ela revela sua situação: “Como o Senhor teu Deus vive, não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de azeite numa botija; eis que estou apanhando uns dois gravetos, para que eu possa ir e prepará-lo para mim e para o meu filho, para que o comamos, e morrer.”
Ela tinha, assim, chegado ao fim de todos os seus recursos, e para ela e seu filho, havia apenas a perspectiva da morte; e ainda assim era a esta viúva pobre que Elias foi enviado para ser sustentado.
Sempre que Deus ordena, Ele dá o poder para a obediência, se é que podemos receber. Assim, no caso desta pobre viúva; e, portanto, seu próprio estado de alma é a primeira coisa trazida à luz. Sua obediência e confiança em Deus e Sua Palavra devem ser testadas.
Assim, não obstante a sua declaração de pobreza absoluta, Elias disse: “Não temas; vá e fazes como disseste, mas me faz um bolo pequeno em primeiro lugar, e traga-o para mim, e depois farás para ti e para teu filho.”
Quão difícil e irracional tal pedido teria parecido para a mente natural, que a incredulidade poderia ter dito nunca deveria ser preferido. Ele, porém, quem o fez, fez na pessoa de Seu servo, sustentado a fé da viúva com uma firme palavra de promessa: “Porque assim diz o Senhor Deus de Israel, a farinha da panela não se acabará, nem da botija o azeite faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra.”
Se todas as coisas são possíveis para Deus, todas as coisas são possíveis ao que crê; e, consequentemente, a viúva, confiando em Deus (a marca de uma “viúva de fato”), “foi e fez conforme a palavra de Elias”.
A declaração a seguir: “E ela, e ele, e a sua casa, comeu muitos dias E a farinha da panela não se acabou, nem o azeite da botija faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias…”
Há quatro destaques nestas palavras que são dignas de atenção. O primeiro é que, se Deus mandou a viúva para sustentar Elias, Ele mesmo lhe fornecia os meios de fazê-lo. O segundo é uma consequência do primeiro, uma vez que usamos o que temos para o Senhor, nossas possibilidades se multiplicam. Pode dar alguma coisa ao Senhor sem colher uma recompensa abundante?
Terceiro é que, em vez de o filho ser mencionado, é agora “sua casa”, ilustrando caminhos da graça de Deus com o Seu povo para abençoar suas famílias através das cabeças. Assim, se Obede-Edom recebeu a arca em sua casa, o Senhor abençoou Obede-Edom, e a toda a sua família. (2 Sam. 06:11).
Da mesma maneira, se Elias morava com a viúva, sua casa partilhada na bênção. Quarto destaque, Deus vai ampliar sua própria fidelidade. Sua palavra tinha prometido, e de acordo com a Sua palavra a bênção veio – A palavra que ele falara por intermédio de Elias.
Que há uma importação sobrenatural no barril de farinha e a bilha de óleo poucos duvidarão. O primeiro aponta para Cristo e o último para o Espírito Santo. E a lição é dupla. Em primeiro lugar, somos ensinados que todas as nossas necessidades são abundantemente supridas em Cristo e no Espírito Santo, enquanto a fé está em atividade.
A viúva creu na palavra do profeta, e ela foi, na obediência da fé, e fez conforme a palavra de Elias. Como consequência foi que “ela, e ele, e a sua casa, comeu muitos dias.”
Cristo é todo suficiente em nossas necessidades mais profundas e, no entanto, não podemos nos valer dos recursos que temos nEle além da fé. Em segundo lugar, aprendemos que, cortados das ministrações ordinárias da bênção (a chuva que está sendo retida, (consulte Amos 4:07, 8), e isolado de toda a comunhão cristã, o Senhor vai prover o suficiente para nós, no poder do Espírito Santo.
Pode haver tanto escassez e seca, mas é privilégio do crente satisfazer-se nas fontes de bênção, ao descobrir que todas as suas fontes estão no próprio Senhor.
A VIÚVA DE ZAREFATE VIVE OUTRA EXPERIÊNCIA TRAUMÁTICA
Uma nova e inesperada experiência aguardava a viúva de Zarefate, e uma bênção ainda maior. Ela havia recebido socorro e libertação através da visita e permanência de Elias, mas estava agora a aprender, de uma forma ainda mais profunda, a natureza daquele que tinha tão graciosamente cuidado dela.
A morte – a morte que é o fim de todas as esperanças humanas – entrou em sua casa. Seu único filho, a luz e a alegria de sua vida, como o filho da viúva de Naim, adoeceu e morreu, e ela ficou desolada e triste.
Se a espada entrou em sua alma, era ainda na misericórdia, pois através dela, na própria pungência de sua dor, ela aprendeu que estava na presença de Deus (v. 18); e é aí que ela estava preparada para mais bênção. Pois até que cheguemos ao fim de si mesmo, não podemos apreender o que Deus é para nós em estado de graça.
No momento em que a lição a respeito de si mesma foi aprendida, Deus entrou, e, por meio de Elias, e em resposta à sua oração, ressuscitou o filho da viúva de volta à vida, e o profeta “entregou a sua mãe.” (Compare com Lucas 7:15).
O Senhor, assim, revelou a sua alma como o Deus da ressurreição, estabelecendo-a assim na verdade, e confirmando a sua fé, fazendo com que ela descanse sobre uma base, que, por ser além da morte , é para sempre imutável.
Fonte: www.filhosdeezequiel.com/
Escrito por: Blog Personagens Bíblicos